(Vol. X) Ano XIII p.e. ⎥ Meia noite.

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ESTAR DIANTE DAQUELAS FRONTEIRAS SEMPRE SERIA DOLOROSO

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ESTAR DIANTE DAQUELAS FRONTEIRAS SEMPRE SERIA DOLOROSO.

Se em algum dia nós já fomos livres para explorar cada mínimo centímetro da região, agora esse poder estava distante como as memórias dos nossos entes queridos caídos pela guerra.

Era injusto e revoltante. Não estávamos apenas respeitando fronteiras de outros povos como as comunidades deveriam se estabelecer pacificamente sobre a terra. Mas, sim, estávamos recuados e amedrontados pela ideia de que um passo em falso traria a morte direto para os nossos portões. Literalmente.

Esse era um dos principais motivos daquela tensão evidente em cada um de nós. Éramos apenas seis pessoas vigiando uma longa fileira de estacas pontiagudas de madeira. Estacas essas encravadas naquele solo de relva, como uma prova macabra da nossa impotência diante das mortes naquela colina. E exatamente o lugar aonde nós assistimos ao pôr do sol acontecendo lentamente.

O mundo não parava, mesmo diante das dificuldades. O céu azul de um dia de verão deu lugar a um forte escuro assustador, limpo de nuvens e encharcado pela luz pálida da lua cheia que iluminava tudo com muita eficiência.

Uma bela noite acompanhada por uma brisa macia refrescando a nossa pele suada nos alcançava de vez em quando, mas era incapaz de acalmar as batidas eufóricas do meu coração enquanto esperávamos pacientemente pelos visitantes noturnos.

Paramos há poucos passos de distância da fronteira ao norte e passamos a retirar todas as armas evidentes que adornavam o nosso corpo. A Crossbow, arcos, aljavas e espadas foram depositadas sobre a grama alta do chão, atrás de nós, assim que nos tornamos seguros o suficiente para nos desfazermos delas; mas confesso que aquela sensação de leveza em meu corpo quase me fez ter um ataque de pânico.

A minha pele pinicou quando minhas mãos pareceram livres demais. Foi como se a minha circulação rápida acumulasse sangue em minhas veias, trazendo o desconforto angustiado tanto quanto o incômodo do suor umedecendo as raízes dos meus cabelos, me obrigando a levantá-los para sentir o leve sopro do vento lambendo a minha nuca de um jeito refrescante.

— Por quanto tempo mais vamos esperar? — Laura questionou com a voz frustrada e há alguns passos a minha esquerda.

A mulher loira estava na ponta da nossa formação, ao lado de Gaspar. E a única coisa que a separava de mim era a presença de Michonne logo ao meu lado.

— Eles são pessoas soturnas. Não dispensariam o fator da escuridão a seu favor. — Michonne respondeu com semblante frio e uma explicação bastante inteligente enquanto mantinha o seu olhar indiferente na direção da divisa escura entre o céu e a colina.

Todos nós encarávamos a linha do horizonte de maneira concentrada. Não queríamos perder qualquer movimento suspeito e sermos pegos de surpresa. Por isso, mantínhamos os nossos olhares atentos em direção a campina e o silêncio evidente quase que o tempo todo.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora