(Vol. IX) Memórias IX ⎥ Isolados.

538 56 71
                                    

A VISTA DO HORIZONTE ACIMA DO VALE ERA MAGNÍFICA

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

A VISTA DO HORIZONTE ACIMA DO VALE ERA MAGNÍFICA.

Um céu apaixonadamente laranja do início de uma manhã ensolarada se unia com o azul noturno ainda lutando por seu espaço em um único quadro. Fazendo com que as pequenas e tímidas nuvens mais esticadas como poeira cósmica se tornassem roxas e rosadas, transformando o nascer do sol em um espetáculo que não víamos há muito tempo.

A franqueza aquecida do céu primaveril denunciava mais um dia de sol se iniciando e a sua linha anil encontrando-se com o verdejante vale no horizonte abaixo daquelas colinas se desmanchava em um mar de tons esverdeados e amarelados a perder de vista, balançando-se a favor do vento ameno tão macio e que nos trazia uma sensação peculiar de intimidade e calmaria.

Infelizmente, todo o meu corpo já estava queimando de cansaço e a minha pele estava suando de calor. E, ao contrário do que a vista romântica poderia sugerir para um casal de "recém casados", os motivos do meu estado decadente e dos meus cabelos soltos esvoaçantes não eram pelo motivo luxurioso que poderia se encaixar perfeitamente naquela situação.

A motocicleta entre as minhas pernas era pesada como chumbo. Os meus pés protegidos pelos coturnos estavam bem apoiados contra a relva mais baixa do solo plano do vale, contudo, ainda podia sentir o veículo acinzentado pendendo para as laterais como se fosse um verdadeiro tanque de guerra entre as minhas coxas.

A motocicleta de Daryl não possuía necessariamente uma chave para ligá-la. Na verdade, tudo o que precisávamos era acender a chama do motor com as várias investidas contra o pedal de partida sem ter que se importar com uma chave certa.

Todo esse processo deveria tornar tudo mais fácil, certo?

Errado.

Um dos meus pés estava exausto de tentar ligar a ignição da moto com o uso do pedal. Já havia investido várias e várias vezes, mas nada parecia ser o suficiente para sair do velho som afogado do motor se fazendo de arrogante e praticamente rindo da minha cara enquanto eu tentava mais uma vez; apagando o seu fogo e desligando logo em seguida.

O cansaço me deixou levemente irritada e eu simplesmente desisti de tentar quando me sentei melhor naquele banco largo da motocicleta, apoiando os meus pés cansados de forma mais confortável contra a grama no chão.

Comecei a respirar algumas vezes na esperança de recobrar as minhas forças estagnadas. Desviando o meu olhar para Daryl parado há apenas alguns passos de distância da minha lateral, parecendo não se importar com as minhas tentativas falhas enquanto segurava as duas mãozinhas do filho.

Devyn estava de pé na frente das pernas do pai e parecia achar divertida a brincadeira que o Dixon maior havia inventado de fazê-lo pisar com os dois pés sobre os seus sapatos surrados para levantá-lo poucos centímetros do chão, o equilibrando como um jogo.

O menino sorriu com o seu corpo virado de frente para mim, mas com o rosto e olhos risonhos direcionados para o pai acima da sua cabeça dourada, que também o olhava de volta com um meio sorriso agradável.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora