(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Escolhas perdidas.

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A PAISAGEM APÓS AS GRANDES árvores que escondiam o acampamento dos Sussurradores revelou uma extensa campina a se perder de vista

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A PAISAGEM APÓS AS GRANDES árvores que escondiam o acampamento dos Sussurradores revelou uma extensa campina a se perder de vista.

Um grande pasto de relva verde esticava as folhas do capim até quase a altura dos nossos joelhos. O solo de terra era, em sua boa parte, retilíneo, o que me permitia ter uma visão mais prolongada do cenário ao meu redor, assim como a linha azul do horizonte tocando o solo fértil. Além de apenas um ou dois arbustos cheios de folhas ainda resistirem de pé em pontos bem distantes entre si.

O lugar nada mais era do que um campo normal, mas, assim que eu e o Sussurrador maltrapilho ao meu lado alcançamos finalmente o terreno, eu pude perceber que nada relacionado à aquelas pessoas poderia ser considerado normal.

Nós dois ainda puxávamos a esteira de couro aonde dois corpos frescos começavam a estancar o próprio sangue coagulado que derramavam. O barulho da esteira arrastando-se pelo chão acabou chamando a atenção de um dos caminhantes que vestia um poncho azul tão velho e feito de lã.

Pela forma como esse mesmo homem se aproximou tão organizadamente tranquilo ao nos ver, me fez perceber que se tratava de um fantasiado também.

Tentei disfarçar o máximo que pude, me esforçando para agir exatamente como o outro bem ao meu lado e que ainda não havia percebido a minha farsa, entretanto, se tornou meio difícil engolir o próprio receio quando vi a horda com algumas dezenas de mordedores reais, rosnando e perambulando pela campina, aglomerados em um único ponto, como se fossem apenas ovelhas no pasto, sendo cuidadas pelo homem que se aproximava discretamente de nós.

O homem com o poncho azul não fez muito alarde. Continuou se aproximando com passos trôpegos e caminhar lento para não chamar a atenção dos verdadeiros carniceiros há alguns metros de nós. E, enquanto eu ouvia o bater de dentes, rosnados e respirações animalescas dos mortos, eu tentei – com todas as minhas forças – afastar da minha cabeça os pensamentos absurdos me dizendo que, desse ponto, eu não conseguiria mais voltar para casa.

Eu estava sozinha, mas tinha um plano. E ele era a única coisa que me restava agora. Era o meu único meio para salvar Henry e voltar para Hilltop. Me agarraria nisso como se fosse a minha última esperança, porque realmente era.

— Deixem aí. — O homem do poncho sussurrou de modo rouco quando nos alcançou primeiro no meio da relva. — Nós alcançamos vocês. — Ele explicou e pareceu nos dizer que traria os mortos até os corpos ainda frescos, pois, isso seria mais seguro do que nós os arrastarmos até os mortos-vivos.

O andarilho ao meu lado assentiu pesadamente ao concordar com a proposta, e praticamente se preparou para voltar até o acampamento quando nos afastamos levemente dos dois corpos apodrecendo sobre aquela esteira de couro.

Entretanto, eu fui surpreendida com o toque mais próximo do homem com o poncho, tentando segurar o meu braço, mas, se tornou só uma tentativa por causa dos seus movimentos letárgicos.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora