(Vol. X) Ano XIII p.e. ⎥ Familiar.

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O SEGUNDO ANDAR ESTAVA PARCIALMENTE SOMBRIO

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O SEGUNDO ANDAR ESTAVA PARCIALMENTE SOMBRIO.

Não haviam muitas pessoas ali e, por uma questão de economia, boa parte das lâmpadas à óleo estavam apagadas.

Terminei os degraus da escada principal da nossa casa e continuei pelo longo corredor escurecido. Eu conhecia aquele caminho perfeitamente a ponto de caminhar de olhos fechados, mas ainda era possível enxergar algumas nuances alaranjadas por causa de longas velas envolvidas por frascos de vidro e esquecidas sobre mesinhas de canto.

A bandeja em minhas mãos apoiava um jantar simples. Salada, frango cozido, legumes, purê e arroz. Além disso, ao lado do prato branco havia uma caneca metálica com um pouco de suco junto à um pedaço de torta. Tudo perfeitamente organizado, mas já esfriando por culpa da espera longa até o presente momento.

O nosso jantar já havia sido servido há muito tempo. As crianças menores estavam saciadas, assim como eu, Daryl e Michonne, mas ainda tínhamos as duas mulheres silenciosas e melancólicas no último andar. E apesar de ainda ter a minha preocupação com a mais velha – que não havia saído do seu quarto desde quando havia voltado da enfermaria – confesso que toda a minha atenção naquele momento estava destinada à garota adolescente no sótão a minha esquerda.

Subi o conjunto curto de degraus e me direcionei até a porta do quarto de Lydia. Tudo naquele mini andar era completamente sombrio e quase poético. Elas tinham idades tão diferentes e tantos pontos em comum. Não apenas pelo amor por Henry, mas também por toda a dor que a Alfa foi capaz de causá-las, ou a forma como elas foram obrigadas a se defenderem com tudo o que tinham. Era por isso que todo aquele cômodo exalava poder em vários sentidos diferentes.

Equilibrei a bandeja leve com apenas uma mão e usei o outro punho para bater na porta de madeira. Esperei por alguns longos e intermináveis segundos, mas nada foi ouvido.

— Lydia? Sou eu. — Insisti com outra batida mais forte e só então eu pude ouvir uma resposta abafada do outro lado da madeira.

"Está aberta." — Avisou com o tom que exalava tantas sombras quanto o corredor.

Não esperei que ela mudasse de ideia e simplesmente girei aquela maçaneta com o uso da mão livre. Disputando a minha atenção entre olhar para o chão, tomar cuidado com a bandeja e empurrar a porta ao mesmo tempo.

O quarto da garota parecia falar mais sobre si do que qualquer palavra no mundo. 

Havia uma bagunça de roupas aos pés do closet como se ela tivesse desistido de arrumá-lo no meio do serviço; uma pilha de livros perto de uma poltrona abaixo de uma janela retangular, apesar da própria ter alegado não gostar de ler; mas também havia uma mesa repleta de objetos que me lembravam muito as peças que Daryl usava em suas caçadas, assim como uma cama com lençóis revirados e travesseiros bagunçados.

Paredes bege, janelas brancas, um assoalho repleto de tantos outros objetos e até mesmo o cheiro de madeira fresca que parecia vir dos seus materiais pareciam gritar por ela como um documento de identificação.

STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking DeadOnde histórias criam vida. Descubra agora