STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. X) Ano XIII p.e. ⎥ Depois das horas.

PERMANECI NA ORGANIZAÇÃO DA cozinha secando alguns pratos com a flanela para então empilhá-los sobre o balcão sem qualquer pressa e aproveitei para mergulhar os meus pensamentos no poço profundo que toda aquela situação havia se tornado.

Como Michonne havia insinuado segundos atrás, parecia meio óbvio que a Alfa não nos atacaria da forma como gostaria, já que a menina do seu interesse ainda estava seguramente conosco dentro desses muros. Então, não era uma surpresa que agora eles estivessem se focando nas outras comunidades para conseguir o seu tipo deturpado de retaliação, visto que Alexandria e Oceanside haviam se unido como uma grande aliança com Hilltop.

Peguei a pilha de pratos e os direcionei até o balcão do meu lado esquerdo, os levando para o local aonde ficavam guardados nas prateleiras de cima; e assim, comecei a colocá-los organizadamente ali, após abrir as duas portas do armário superior.

Era preocupante imaginar que não poderíamos nos defender tão perfeitamente como gostaríamos. Estávamos distantes dos nossos amigos e os Sussurradores haviam acabado de nos tomar as melhores rotas construídas ultimamente.

Levariam semanas, esforço e mais suprimentos para conseguirmos novas trilhas mais curtas.

Parecia que a Alfa estava mesmo avançando e fechando o cerco.

Coloquei todos os pratos em seu devido lugar e voltei a fechar aquelas portas do baú soltando um longo suspiro repleto de frustração antes de me afastar.

Se a mulher grotesca não tinha um alvo específico, atacando quem ela decidisse, mesmo depois de enfrentamentos individuais – como o disparo cometido por Carol – nós poderíamos reduzir as nossas chances de defesa para quase impossíveis. Afinal, de onde esperaríamos o ataque?

Bom, pelo menos seria assim até conseguirmos encontrar aquela horda. Essa era a única chance que tínhamos: tirar das mãos da Alfa o seu poder de fogo. E ele estava exatamente naquelas cavernas, eu sabia disso. Agora, o Conselho também sabia. Nós precisávamos fazer alguma coisa.

Me virei para a pia aonde o restante da louça estava me aguardando e acabei me deparando com o detalhe sombrio na entrada daquela cozinha.

O homem de roupas escuras e completamente sério estava me observando da guarnição de entrada com uma das mãos apoiadas na estrutura de madeira e aqueles olhos profundos que sussurravam tantas coisas ao nosso redor.

Não fazia a menor ideia de há quanto tempo ele estava 'me secando'.

O meu coração sofreu um leve salto assim que o percebi silenciosamente ali. Não por ser surpreendida completamente, mas pela simples imagem charmosa da sua presença no escuro.

Passei os meus olhos de maneira maliciosa por toda a sua silhueta.

Daryl mordia os lábios como se a sua cabeça estivesse maquinando coisas ao meu respeito enquanto me observava. Algo me dizia que isso realmente acontecia o tempo todo, mas o seu rosto misterioso não me dava nenhuma pista do que se passava naquela cabeça astuta e fodidamente linda.