STING [𝐋𝐈𝐕𝐑𝐎 𝐈𝐕] daryl dixon⼁The Walking Dead

(Vol. IX) Ano XII p.e. ⎥ Pegos em um problema.

O ENTERRO DE JESUS APENAS intensificou a ideia de que as coisas estavam mudando drasticamente. Estava nos mostrando que a sorte parecia mudar lentamente. E se nós não havíamos tido qualquer menção de ameaça maior do que alguns mortos-vivos em busca de um pedaço de carne há anos, agora nós teríamos que redobrar os cuidados e abrir bem os nossos olhos. Os vivos caminhavam com os mortos.

O jantar em nossa casa naquela noite havia sido silencioso e disperso. Tara estava ocupada cuidando dos assuntos em relação à garota que se tornou a nossa refém; Henry recusou o meu convite por ter outro compromisso com Earl, e Michonne havia voltado para Alexandria junto com Aaron, Siddiq, Rosita e Eugene, assim como Carol voltou para o Reino também.

Agora, enquanto recolhíamos os pratos e copos usados durante a refeição um pouco mais tarde, os meus pensamentos apenas me consumiam lentamente enquanto não fazia ideia do que esperar do futuro. As circunstâncias pareciam estar mudando muito rápido.

Vida e morte pareciam se misturar com prós e contras muito facilmente. Me tornando um pouco preocupada demais com tudo o que estava por vir. Estava congelando os meus ossos.

Apoiei minhas duas mãos na lateral do balcão quando deixei os pratos dentro da pia, assim como os meus olhos pensativos se fixaram no reflexo do bico de luz alaranjado perto do refrigerador e que refletia contra alguns talheres dentro da cuba.

Não estava prestando atenção em nada importante, realmente, além da textura meio sépia que todo o ambiente do trailer tomava quando a noite caía do lado de fora daquelas janelas e a iluminação basicamente em tons de amarelo se acendiam ao nosso redor como o único foco de luz.

Minha mente divagava entre o que os meus olhos viram e o que a minha mente não queria acreditar. Tínhamos sido pegos de surpresa, uma surpresa macabra que nos fez perder um membro importante da nossa comunidade, o nosso líder e amigo, e por causa desse deslize inesperado agora tínhamos uma armadilha de urso com pouco mais do que quinze anos em nosso porão.

Isso estava machucando o meu bom senso. Por um lado, eu entendia a engenhosidade da escolha. Se usar as vísceras dos caminhantes nos camuflava seguramente contra os seus ataques, então era meio óbvio – e inteligente – usar suas peles para nos tornarmos quase invisíveis entre eles. E era essa invisibilidade o que estava me corroendo, eles poderiam estar por todos os lados. Poderiam ser milhões.

Um arrepio sinistro consumia a minha espinha todas às vezes em que eu imaginava um punhado daqueles desgraçados simplesmente pastoreando bilhões de caminhantes para onde quisessem, como um exército morto.

E eu achando que um cara casado com um bastão de baseball era o mais bizarro que alcançaríamos.

— Hey... — O caçador chamou assim que alcançou o espaço bem ao meu lado e trouxe os últimos copos para dentro da pia aonde a louça do jantar estava. — ...Aonde está indo? — Questionou levantando a sua mão até o puxador do armário acima da pia e retirou dali o guardanapo de tecido pendurado que o ajudaria.