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-Soraya Thronicke-


O novo dia já chegou, mas continuo deitada em minha cama, talvez eu já tenha passado alguns minutos a mais, o despertador tocou a segunda vez, desliguei, e continuei encolhida.

_Amor, já passa das seis e vinte_ ouço Carlos dizer.

_Uhrum, eu sei_ bocejo de novo.

_Não vai levantar? logo aquela lá chega aqui_ sinto raiva da forma que ele fala.

_Aquela lá tem nome, é Simone, e está cuidando da minha segurança_ digo séria.

_Vai continuar deitada mais um pouco? posso ir preparar o seu café_ diz.

É impressionante como o Carlos muda completamente o rumo de uma conversa, para sair como coitadinho, como o bonzinho, que raiva, por quê eu ainda tô casada com ele mesmo?

_Ou quer dar uma namorada?_ meu estômago embrulha.

Não lembro mais de quantas vezes já dei desculpas para ele nesses momentos, só sei que já faz mais de um mês, não consigo mais me permitir ser tocada por ele, meu corpo nega os seus toques, eu não sinto mais nada para querer senti-lo.

_Estou com cólica_ digo assim que ele tenta descer sua mão.

_Mais uma desculpa Soraya?_ meu corpo treme ao tom de sua voz.

_É a verdade, não vou me forçar_ digo.

_Tá conhecendo alguém para estar me negando tanto assim?_ ele pergunta.

_Minha vida tá uma completa bagunça para eu estar de casinhos por aí, me respeite_ aumento minha voz.

_Perdão amor, não quis dizer isso, eu só acho..._ me viro para lhe olhar.

_Vocês homens acham que a mulher tem que estar disponível para tudo, a gente cansa também_ me levanto.

Procuro por um remédio no banheiro, mas não encontro, minha cabeça começa a doer, resolvo tomar meu banho, e tomo um banho frio, isso ajuda a melhorar minha dor, mas não leva embora a minha preocupação, até quando isso?

_Soraya, seu celular está tocando_ ele abre a porta.

_Não poderia deixar lá tocando?_ cubro minha intimidade e seios.

_Está com vergonha do seu marido? eu já te vi nua Soraya_ desligo o chuveiro.

_Não seja mais um desses homens nojentos também_ murmuro.

Me enrolo na toalha, pego o celular de suas mãos e saio do banheiro, sento na cama, verifico quem me ligou, e é a cliente do caso que eu resolveria hoje às dez horas, retorno sua ligação.

_Alô Bia, bom dia_ digo quando ela atende.

Repito em minha mente vários nãos, será possível mais essa agora? uma viagem diante de todo esse caos? sério? que merda, respiro fundo, passo a mão no rosto, solto uma lufada de ar.

_Tudo bem, eu irei_ digo.

Me sinto frustrada com essa situação, era tudo que eu não queria, e agora é o que eu tenho que fazer, preciso avisar Simone, dizer quando ela chegar ou ligo e digo que haverá mudanças nesse dia de hoje? ela poderá fazer essa viagem?

_O que faço?_ levanto.

Coloco uma lingerie branca, escolho uma saia de couro, e uma blusa social, pego o celular e vou para o escritório de casa, resolvo ligar logo para Simone, e conversar sobre isso.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora