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-Soraya Thronicke-


_Fique a vontade_ diz Simone logo atrás de mim.

Não consigo dizer nada por enquanto, apenas assinto, dou mais dois passos e fico parada no meio da sala, com as mãos para frente, segurando uma a outra, assusto-me quando escuto o pequeno barulhinho de um pássaro, olho para onde veio o som, observo a calopsita pousar sobre a mesa de centro.

_Essa é baby_ Simone diz.

_E-ela é uma graça_ digo.

_Quer beber alguma coisa?_ pergunta.

_Uma água_ falo.

_Sente-se, eu já volto_ assinto.

Simone passa por mim, indo direto para o que julgo ser a cozinha, para lá ela some, sento no sofá menor, ponho as mãos sobre a coxa, elas tremem um pouquinho, pelo nervosismo de mais cedo.

Ainda não acredito que estou no apartamento da minha segurança, sentada no sofá da sua sala, aguardando pela mesma que foi buscar um copo de água para mim, olho para as cores do ambiente.

Não esqueço até agora de sua voz tão próxima em meu ouvido, quando ficamos naquela cabine do banheiro, senti seu hálito quente bater contra meu pescoço, eu gostei da sensação.

_Isso é normal será?_ pergunto quase inaudível para mim.

Minhas pernas dão uma vacilada pelo tremor, sinto uma certa tensão de estar aqui, não conheço Simone por completo, apenas o seu lado profissional, mas, de certa forma, sinto alívio de estar onde estou, e de com quem eu estou.

Por quê eu consigo sentir mais paz estando com ela que conheci e tô mantendo uma convivência a apenas um mês, do que com meu próprio marido que já vivo há quase mais de dois anos?

_Aqui_ escuto sua voz suave.

_Obrigada_ seu braço estica com o copo na mão.

Elevo um pouco minha destra para pegá-lo, meus dedos tocam no seu e apenas com isso sinto um arrepio passear por todo o meu corpo, nos olhamos, mas eu baixo meu olhar rapidamente.

_Como se sente?_ pergunta ela ao se sentar ao meu lado.

Desço meu olhar para suas coxas, ainda não havia reparado no quão firmes e grossas elas são, a calça é super colada, espera, eu estou mesmo admirando as coxas da minha segurança?

_Er... desculpe, minha cabeça tá longe, o que disse?_ lhe olho.

_Perguntei como se sente_ termino de beber a água.

_Agora eu consigo me sentir melhor_ digo.

_Já quer ir embora?_ pergunta.

De forma mais que imediatamente eu nego para ela, não quero ir embora, queria ficar se possível a vida toda, já estive em muitos lugares mas ainda não havia sentido a paz que senti ao pisar os pés aqui em seu apartamento.

_Quer comer algo? sente fome? tenho um bolo na geladeira_ oferece.

_Não quero ousar de sua boa vontade Simone_ lhe olho.

_Relaxe, não precisa ficar assim_ sua mão tocou meu braço.

_Posso usar seu banheiro?_ pergunto.

Sempre que passo por uma situação que me causa muito nervosismo, sinto grande vontade de fazer xixi, e assim estou agora, meu baixo ventre já dói por eu estar segurando muito.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora