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-Simone Tebet-


O dia que passei na casa de Soraya quando a mesma me pediu para ficar ali, ainda não saiu da minha mente, lembro a cada momento do meu dia, como hoje por exemplo, é sábado, até então estou de "folga", pois ela não iria para o trabalho.

_Mulher, que laço foi esse que você me deu?_ continuo rolando o anel em meu dedo.

Acordei num sobressalto nessa manhã quando estava tendo ela em meus sonhos, me olhando com aqueles olhos que é difícil desviar, só sei que quando me aproximei dela, lhe puxei pela cintura e ataquei os seus lábios.

_Puta merda, como seria provar o seu beijo de verdade?_ pergunto e não obtenho respostas.

Jogo a cabeça de volta no encosto do sofá, olho para o teto, assim que eu fecho os olhos a imagem de Soraya vem de surpresa em minha mente, quando passei o dia ali, topei com ela só de toalha, quando já era noitinha.

Meu olhar percorreu seu corpo sem vergonha nenhuma, eu precisava gravar aquela bela imagem em minha mente e foi isso que eu fiz, que mulher maravilhosa é aquela? a droga de seu marido é um grande sortudo.

_Filho da mãe_ murmuro.

Comigo eu percebi o quanto ela estava a vontade, nem parecia lembrar que tinha marido, ali eu presenciei Soraya sendo quem ela é de verdade, quem ela é fora de um escritório e de roupas formais.

_Ah Soraya, agora você ficou de vez em minha mente_ revelo para mim.

Ver Soraya fora de roupas formais me fez enxergar a relação que começamos a ter uma com a outra, já não parece estar mais sendo de maneira profissional, algo está nos levando para o lado pessoal, e nós duas estamos indo juntas para esse lado, eu sei que ela tá sentindo algo também.

Seus arrepios com minha presença, seu nervosismo, seu leve gaguejo durante uma conversa mais próxima entre nós, seu olhar voltado para o meu com intensidade, eu não sou besta, eu enxergo a situação e estou enxergando essa.

_E se você não fosse casada?_ passo a mão em meu rosto.

Droga Simone, você está trabalhando pra ela, e ela é casada, mas porra, ela me olha com aqueles olhos desejosos, que sinto vontade de jogar tudo pro ar e me arriscar em beijá-la.

"Faça isso" aquela vozinha diz e me deixa mais agoniada ainda diante disso, logo estarei com ela de novo lhe buscando e lhe levando para o trabalho, jamais sentir isso, eu estaria me apaixonando pela mulher que contratou meus serviços?

_Simone, Simone_ um sorriso aparece em meu rosto.

Acho que nada do que eu venha a querer fazer, vai tirar ela da minha mente, Soraya chegou e tomou espaço da minha cabeça que uma boa parte do meu dia ela só vive aqui presente em pensamentos, até quando estamos no mesmo carro, enquanto eu lhe levo para o trabalho.

_Porra_ profiro.

Decido fazer algumas compras pra minha casa, vou com a roupa mesma que estou usando agora, uma calça moletom e uma regata, o supermercado é logo ali no canto, não preciso me produzir toda pra uma coisa simples.

_Baby, eu já volto_ aviso ela.

Pego minhas chaves e o cartão, saio do meu apartamento e ando até o elevador e entro, o mesmo desce um pouco e para, outro morador conhecido por mim entra, por coincidência estávamos indo para o mesmo lugar.

_Aquela moça que esteve aí em seu apartamento, quem é ela?_ ouço ele perguntar de repente.

_Moça?_ lhe olho.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora