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-Soraya Thronicke-


Não posso negar o quanto achei linda aquela segurança, a qual será a minha até então por um tempo indeterminado, pois não sei quando essas ameças vão parar, não sei até onde vão continuar, e eu preciso continuar também, com medo, mas preciso.

_Bom dia_ chego na cozinha e digo à Carlos ao vê-lo ali.

_Bom dia amor, como foi sua noite?_ ele bebe um pouco de seu café.

_Ruim_ me sento.

Foi assim que passei minha noite, de forma horrível, demorei a pegar no sono, e quando consegui, sonhei com muitas coisas desagradáveis, onde eu tentava fugir, corria e não encontrava uma saída, e alguns homens me pegavam, e levavam-me sabe lá pra onde.

_Levo você hoje na audiência_ ele diz.

_Não será necessário, não gaste seu tempo_ digo.

_Meu amor, se eu disse que vou te levar, é porque vou te levar_ fala de forma mais firme.

_Não será preciso, contratei uma segurança, por conta das ameaças_ falo.

_Segurança? já pensou no tanto de dinheiro que vai gastar?_ lhe olho.

_Isso valerá um pouquinho da minha paz, coisa que não sei quando terei de novo_ pego um morango, não sinto fome.

_Eu posso te levar e te buscar Soraya_ seu tom de voz volta ao normal.

_Já disse que não precisa, já contratei_ digo firme.

_E como eu fico diante dessas suas ameaças?_ ele perguntou isso mesmo?

_Vai ficar tranquilo, não é você que foi ameaçado meu querido_ digo em forma de deboche.

_Como tranquilo? e se caso eles me pegarem por aí?_ eu vou achar é bom, digo em pensamentos.

_No mínimo se isso acontecer, é só para chegarem até a mim, o alvo sou eu Carlos, não você_ lhe olho.

_Soraya, ainda acho que deveria dar um tempo, quem sabe até viajar_ reviro os olhos.

_Nem pensar, tenho meus outros casos para resolver_ encho minha xícara de café.

_Dê para outro resolver, o que acha?_ sua mão toca a minha.

_Agradeço a sugestão, mas não vou fazer isso_ me levanto da mesa.

Saio da cozinha e vou para o pequeno escritório que tenho em casa, sento no sofá e começo a analisar o caso de uma cliente, o qual terá a audiência hoje, sobre a guarda do filho, isso me dá uma pena, a criança sofre muito, foi assim quando minha mãe se separou do meu quando eu ainda era criança.

Por esse motivo, nunca quis seguir a diante com a idéia de ter um filho, é um sonho que tenho, mas que não quero, não com uma pessoa que eu não amo, estarei indo contra meu próprio valor, já basta que fui ao casar com ele.

_Mas nem pensar vou fazer isso, só pode estar louco_ lembro do que Carlos disse.

Já estão na minha mira, sei que a primeira coisa que irão pensar após a perda do caso, é que eu vá viajar, não darei também esse gostinho fácil, não mesmo, vou continuar, e será de cabeça erguida, embora por dentro eu esteja como uma menininha medrosa que se encontra sozinha no escuro.

_Chegou alguém aqui_ ele diz ao aparecer ali.

_Viu quem era?_ pergunto.

_Não, é um carro preto, muito bonito por sinal_ isso me faz ficar alerta.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora