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-Soraya Thronicke-


Eu já estava acordada nessa cama de hospital tinha alguns minutos já, estou no quarto sozinha, não há sinal de ninguém até agora, para onde Simone foi? onde ela está? lembro de que em algum momento eu escutei ela dizer que me amava, mas não consegui dizer o mesmo naquela hora.

Um mínimo de esforço que eu venha fazer, faz que todo o meu corpo doa, pois tudo está doendo pelo o que me aconteceu, sendo dessa vez da pior forma possível, eu fui atacada e não tive chance de defesa, depois ele me deixou caída e fugiu, sendo um grande covarde.

Algumas lágrimas começam a querer sair de meus olhos, e quando eu pisco isso acontece, assim descendo por meu rosto e parando em meu cabelo, queria me olhar no espelho e ver o quão destruída eu posso estar, embora isso faça doer mais ainda tudo o que estou sentindo.

_Bom dia guerreira_ ouço uma voz adentrar o quarto.

Viro meu rosto devagar e olho quem seja, é a médica, eu consigo lembrar dela quando ela me fazia curativos, mas eu apaguei e estou acordando só agora, queria saber de Simone, onde ela está?

_Você é uma mulher muito forte_ diz ela com um singelo aperto em minha mão.

_Eu tô muito horrível?_ consigo perguntar.

_Você está bem_ ela afirma.

_Quero um espelho, por favor_ peço.

Ela reluta contra meu pedido, eu insisto mais uma vez e a vejo andar até o banheiro que há ali, logo reaparece com um pequeno espelho em mãos, ela mesma vira para mim e já vejo a imagem do meu rosto.

Há um curativo na sobrancelha, uma mancha avermelhada/roxa próxima de meu olho direito, um machucado no canto dos meus lábios, isso me apavora, ele quis me matar.

_Em breve essas marcas irão sumir_ ela fala, deixando o espelho de lado.

_Mas de dentro de mim não_ falo.

_Compreendo querida, mas você precisará juntar forças o suficiente para que dê continuidade_ a olho.

_Sinto dor e enjoo_ eu digo.

_Dor onde?_ falo que é na cabeça.

A vejo mexer no aparelho ao lado da cama e depois no soro que estou tomando, continuo na mesma posição, as novas lágrimas que derramei a doutora limpou para mim, com isso eu percebi que eu havia machucado o antebraço também, estava com uma faixa.

_Há uma questão importante para falar com você_ queria a Simone aqui.

_Prenderam ele?_ eu pergunto, ela suspira.

_As buscas por ele continuam, mas a polícia vai achar, ele vai pagar pelo que fez com você_ onde está Simone?

_Tomara_ é o que falo.

A médica fica me analisando em silêncio, antes do que ela iria falar antes, muda o meu curativo da sobrancelha, já que sem querer eu levei a mão a testa e acabei arranhando segundos antes, o fazendo sair um pouco e sangrar.

_Doutora_ ela me olha.

_Diga_ seu olhar tá em mim agora.

_Quando vou pra casa?_ quero saber.

_Em breve, você só precisa se recuperar um pouco mais_ explica.

_Vai demorar?_ gentilmente ela dá um sorrisinho.

_Não muito querida, precisamos fazer novos exames novamente ainda, para saber como está aí dentro_ ela toca com seu indicador a minha barriga de leve.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora