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-Soraya Thronicke-


Me viro mais uma vez em minha cama, ao lado ele está deitado, de bruços ainda dormindo, bufo baixinho, tiro o lençol de cima de mim, não consigo dormir nessa madrugada já tem alguns minutos, saio do quarto, vou para a cozinha.

_Ficou aqui foi?_ encontro deusdete.

Faço um pouco de café para mim, após feito, sento em um dos bancos, seguro a xícara com as duas mãos, meu pensamento agora tá longe, necessariamente no sonho que tive e me fez despertar agoniada.

_Que sonho_ murmuro.

Tudo ainda está muito vivo para mim, que já acordei, eu tava aqui em casa, em uma poltrona que tem no meu escritório, analisava uns papéis quando alguém bate na porta, era Simone, corro até ela e pulo em seu colo.

"Você veio, você veio"

Era isso que eu dizia para ela, recebi seu beijo afoito, como se estivéssemos matando a saudade, logo nossas roupas estavam no chão, eu montei em seu colo e comecei a cavalgar, ainda arrepio ao lembrar dos seus gemidos.

"Eu te amo Soraya"

Ela disse para mim, eu a beijei novamente, sussurrei a ela que lhe amava também, e que seríamos muito felizes, lembro de sua mão ter ido até minha barriga e sorrir para mim, eu não cheguei a gozar, pois fui puxada de cima dela.

"Sua vagabunda, ordinária, isso é para você aprender"

Carlos havia dito para mim, e quando sua mão veio de encontro ao meu rosto, eu acordei, suando muito, desde esse momento então eu não consegui mais dormir, e agora tô aqui lembrando.

_Uma hora dessas ela está no oitavo sono_ digo, lembrando dela.

Caminho até a janela da cozinha, as folhas balançam dos galhos altos da árvore do vizinho, a qual o muro separa, semicerro meus olhos, algo chama minha atenção, um barulho na sala me faz tremer do pé a cabeça.

_Merda_ sussurro.

Deusdete começa a latir, vou andando devagar até lá e levo um susto com Carlos ali no escuro, levo a mão ao peito quando ele liga o abajur.

_Que susto Carlos_ digo.

_O que foi?_ pergunta, e logo se senta.

_Eu fiquei assustada_ falo.

_Vim assistir um filme, não consegui mais dormir_ diz.

_Por que não?_ beberico o resto de café em minha xícara.

_Tive um sonho bem estranho_ ele me olha.

_Que sonho?_ o olho.

_Alguém me dizia que você estava indo encontrar alguém e eu fui atrás_ fico um pouquinho nervosa.

_Que sonho tolo_ forço um sorriso.

_E que seja apenas sonho mesmo, não quero descobrir nada_ ele me olha de novo.

_Olha quem fala_ me viro pra sair dali.

_Soraya, volte aqui_ chama.

_Vou tentar dormir, tenho trabalho cedo_ vou na cozinha deixar a xícara.

Ao voltar, olho de relance pra ele, que está vidrado agora na tv, subo para meu quarto, procuro por meu celular, entro na agenda e disco para o nome dela, chama duas vezes, mas ela não atende.

_Ela está dormindo_ digo para mim.

Deixo o celular então de lado, mas puxo da cômoda e deixo debaixo do meu travesseiro, me embrulho, espero o sono chegar para mim, logo sinto a vibração do aparelho, puxo e é Simone ligando.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora