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-Soraya Thronicke-


Olho no relógio logo que me desperto pelo choro de Jude, passo a mão no rosto e trato de me levantar rápido, encostei a porta do quarto ao sair, andei até o de nossa filha, que chorava bem alto.

_Oi filha, mamãe chegou_ afasto o mosqueteiro e lhe pego.

Balanço ela em meus braços, reconheço seu chorinho e é de fome, vou até a poltrona perto da janela e me sento, apoio os pés sobre o pequeno banco e deixo ela confortável em meu colo para começar a mamar.

_O céu tá lindo hoje filha_ os olhinhos dela encontram os meus.

Olho para Jude, como nossa filha é perfeita, como o fruto do meu amor com Simone é perfeito, exatamente como a minha morena, uma cópia dela.

_Você é tão perfeita filha_ digo ao lhe olhar.

Meu peito sai de sua boca e ela já faz manha para chorar, mas coloco com cuidado na sua boquinha e ela volta a mamar, sua mãozinha sobe mais e segura meu cabelo, Jude sempre faz isso na hora da mama.

_Daqui a pouco o dia chega_ comento.

Antes que eu saísse do quarto havia olhado no relógio, daria quatro da manhã ainda, é um dos horários o qual Jude acorda para querer mamar, ela já acordou mais cedo, as uma e pouquinha, a fralda tava suja.

_Ei, tudo bem aí?_ olho pra Simone parada na porta.

_Bem amor_ ela vem andando até mim.

Simone usa uma blusa de manga e está de cueca, pega outro banco e põe ao lado da poltrona, logo se senta e começa a fazer um carinho nos pezinhos de Jude.

_Estava tendo um sonho com a Janja_ digo.

_O que acontecia no sonho?_ pergunta.

_Eu via ela com uma criança brincando em um parquinho, era um garotinho lindo_ sorrio ao lembrar.

A notícia da infertilidade pegou Janja de surpresa, sei que ela ainda estava com alguma esperança de que os exames dessem negativo, após sair do hospital ela passou aqui no apartamento e nos contou, chorou na nossa frente, era o sonho de Janja ser mãe um dia, ela queria gerar o seu próprio filho.

_É uma pena_ Simone concorda com minha fala.

_Sei que ela encontrará uma forma de seguir após isso_ concordo também.

Agora eu me lembro de minha mãe, nunca mais a vi, nunca mais ela me mandou mensagem ou sequer telefonou, pelo menos para saber de sua neta, com certeza ela está ainda com raiva de mim, quando a mandei ir embora daqui.

Mas poxa, eu tenho que entender todos mas por quê não me entendem quando há um momento de alteração minha? ela fez o Carlos quase me atacar naquele hospital e até de ter tentado algo com minha filha.

_Não acha?_ olho pra Simone após ela falar.

_O que?_ dou um sorriso tímido, minha cabeça tava longe.

_Não ouviu o que eu disse?_ nego.

_Desculpe, a cabeça tava longe_ recebo seu carinho.

_Tudo bem, onde tava com essa cabecinha?_ me olha.

_Na minha mãe_ lhe dou um meio sorriso.

_Nada até agora?_ pergunta.

_Nada amor_ digo.

Já tá com mais de mês que não tenho tido mais nenhum contato com minha mãe, Jude fará os três meses daqui a alguns dias, e ela nem sequer mandou dizer algo, estava com tanta paixão pela neta, mas sumiu.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora