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-Soraya Thronicke-


As portas do escritório de minha casa se fecham assim que eu entro no mesmo, o silêncio que habita aqui para mim é agradável e tudo o que preciso nessa manhã de sábado, poderia estar descansando? poderia, mas resolvi trabalhar com as análises de um novo caso.

_Não, não, não_ murmuro baixo quando escuto a porta de casa bater.

Nada é dito pela pessoa que eu sei quem é que entrou ali, ele é a última pessoa que quero ver hoje, ontem novamente tivemos uma briga feia quando cheguei do trabalho, dessa vez ele não fez nada como no começo da semana, mas me xingou, já foi o suficiente pra acabar comigo.

_Soraya?_ ele chama.

_Estou trabalhando_ me limito a dizer.

_Trouxe aqueles seus doces que você adora_ diz.

_Agradeço, eu como depois_ duas batidinhas ouço na porta.

_Pode abrir aqui?_ pergunta.

_No momento estou concentrada nos meus casos_ digo.

_Hoje é sábado_ diz.

_Assim como amanhã é domingo, eu sei os dias da semana_ posso ouvir sua risadinha.

_Acordou humorada hoje? há vagas no circo_ me sento na cadeira.

_E ainda há vagas para novos detentos na cadeia_ falo, deixando minha voz sair firme.

_Você não teria coragem Soraya, sou seu marido_ já sabemos do que estamos falando agora.

_Não duvide de mim_ é o que digo.

Percebo que ele força abrir a porta, mas assim que entrei minutos antes eu fechei a mesma, continuo olhando naquela direção, e se ele forçar novamente? levanto, ando até minha janela e abraço meu próprio corpo, minhas mãos começam a tremer, fecho os olhos, respiro fundo.

Solto todo o ar que prendi, me encosto na parede, o silêncio dessa vez me incomoda pois não sei o que pode estar passando em sua cabeça depois que eu falei aquilo, como posso continuar vivendo desse jeito? a única e primeira pessoa que soube disso foi a Simone, quando ela percebeu.

_Simone_ chamo seu nome baixinho.

Quarta feira vem em minha mente, naquela manhã eu liguei o foda-se para meu casamento e pedi pra ela me beijar, eu desejava aquilo, eu queria, e assim Simone fez, seus lábios nos meus, suas mãos me apertando e me puxando mais para si, seu suspiro contra minha boca.

Suspiro agora, lembro de seu olhar no meu, do seu corpo tão próximo do meu, do seu pedido "me peça" e da minha entrega à ela, eu queria, ela também queria, nós queríamos aquilo mais do que qualquer coisa, eu sentia o desejo exalando dela, suspiro outra vez, as lembranças mexem comigo, fico confusa agora.

_Merda_ noto uma certa excitação do meu centro molhar a minha calcinha.

Sento de volta em minha cadeira, essas lembranças mexeram muito comigo nesse momento, meu corpo está desejando o dela, eu estou desejando por ela, como nunca na vida desejei outro alguém, ainda mais depois que casei, o foda-se para meu casamento ainda está ligado, eu não tô me importando com ele.

Naquela quarta feira que Simone veio me buscar, eu e ele estávamos brigando, ele me empurrou, e me acertou um tapa quando insisti para que ele falasse a verdade, eu havia visto sua blusa manchada de batom cor vinho.

_Amor?_ ouço seu chamado.

_Soraya Thronicke, em que posso ajudar?_ fingir estar no telefone.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora