°A segurança particular°

(9)

-Soraya Thronicke-
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Meus olhos que antes estavam pesados foram abrindo lentamente, e onde logo meu olhar pousou foi em Simone, que estava de pé perto da janela, lá fora está claro, hoje já é um novo dia.

Observo ainda em silêncio o silêncio dela, que se mantém de costa para mim, ainda não sabe que acabei de acordar, diferente da noite de ontem, agora ela usa uma calça branca e uma blusa de cor rosa.

_Simone?_ resolvo chamá-la.

Seu rosto vira em minha direção, me alegro em vê-la olhos nos olhos, e foi adorável para mim ter ela aqui no quarto, e não outra pessoa, não queria ninguém a não ser ela.

_Ei... não, não, sem esforços_ ela anda depressa até a cama.

Sua rapidez de falar e chegar até mim foi por conta que eu quis me levantar, com cuidado ela me fez voltar a ficar deitada, quando senti que ela se afastaria, segurei sua mão de maneira firme.

_Sente algo?_ perguntou, por conta desse meu ato de repente.

Assenti olhando para ela, mas não soltei sua mão, apenas afrouxei um pouco o aperto que eu sei estar forte, fechei meus olhos, agora eu sentia dor pelo movimento rápido que fiz.

_Sente dor?_ assinto.

_Não vai, fica aqui_ peço quando ela vai sair.

_Eu só vou chamar a enfermeira, para verificar aqui, tá bom?_ mas antes que ela saia a enfermeira chega.

_Bom dia, como se sente?_ pergunta a mulher para mim.

_Ela está com dor_ Simone diz.

_Fez algum esforço?_ me perguntou.

_Sim, ela quis se levantar_ disse Simone em minha frente de novo.

_Vejo que sua namorada é bem cuidadosa, hum?_ a enfermeira diz sorridente para mim.

_Er... nós..._ tento dizer.

_Preciso ser pra ela melhorar logo_ ouço Simone dizer.

Nem tento dizer mais nada agora, apenas dou um sorriso para Simone, que retribui, nossa relação é apenas profissional, mas ela está cuidando de mim de forma mais intensa, percebo seu cuidado e atenção, nem mesmo meu marido agia assim comigo.

_Só precisarei fazer um novo curativo e te passar um remédio para dor, logo será liberada_ avisa.

Ela sai um tempinho depois, após verificar o meu soro, fico novamente a sós com Simone, que se aproxima da cama, peço que ela sente, ficamos naquele silêncio, até eu dar início em algum assunto com ela.

_Você avisou alguém?_ pergunto.

_Já sim_ lhe olho.

_A quem você avisou?_ fico lhe olhando.

_Ao seu marido, e sua assistente_ diz.

_Ele já veio aqui?_ ela nega mesmo sem me olhar.

_Apenas a Karen, mas você ainda dormia_ sinto alívio por saber que ele não veio.

_Ela disse alguma coisa?_ dessa vez Simone me olha.

_Para que eu cuidasse de você_ dou um leve sorriso.

_E você?_ tento fazer esforço para querer me sentar.

_Me peça o que quiser, mas não faça esforço_ Simone diz calmamente.

Tudo o que veio em minha foi "me beije", mas isso veio daquela vozinha que está sempre rondando minha cabeça, mas será que foi ela quem disse ou eu que desejei de verdade isso agora?