(14)

1.8K 201 238
                                    

-Simone Tebet-


O sábado que Soraya passou comigo na casa dos meus pais foi inesquecível para mim, ali vi apenas aquela loira sorridente, alegre e divertida ao meu lado, não vi medo ou fragilidade, ela estava bem e se sentia bem de estar onde estava.

Minha mãe lógico que me encheu de perguntas, viu a aliança que ela tem no dedo e logo eu disse também que ela é casada, que estávamos ali apenas em um passeio, que ela quis ir me acompanhar, mas coração de mãe não se engana, dona Fairte percebeu meus sentimentos.

_Ai, o que faço?_ olho para baby.

Coragem eu tenho suficiente de entrar naquela casa, pegar ela, suas coisas e a peludinha, para trazer para minha casa, mas ela tem o seu próprio tempo também diante de suas escolhas, não posso extrapolar, o casamento é dela.

_Bem que você deveria acabar essa merda_ murmuro.

Ando até minha janela da sala, passamos hoje o dia inteiro dessa quarta feira juntas, a levei para duas audiências, para um cartório em outra cidadezinha aqui perto, estive sempre com ela ali.

_Porra, porra_ xingo.

A campainha toca, assim como meu celular lá em cima também, resolvo ver quem possa ser primeiro que chegou em minha casa, estava tão imersa a porra desses pensamentos envolvendo Soraya que não percebi estar apenas de toalha ainda.

_Mas o que você faz aqui?_ pergunto após abrir a porta de vez.

_Nem um boa noite antes sisi?_ pergunta..

_Não estou a fim de papo, vá embora_ aponto pro elevador.

_Como você pode me tratar assim Simone?_ sua voz se altera.

_Quem você pensa que é pra gritar comigo?_ a olho friamente.

_Eu só queria conversar, me deixe entrar_ ela força a própria passagem para dentro do apartamento.

_Você não é bem vinda aqui, vá embora Leila_ seguro na porta.

_Eu estou com saudades, não vê?_ nego.

_Não seja mentirosa, vá atrás do seu ex_ mando, com raiva na voz.

_É aquela lá então? você está de casinho com aquela loira?_ sua pergunta é alterada.

_Da minha vida cuido eu, não vou deixar você ficar gritando comigo e me fazendo cobranças, não sou nada sua_ então fecho a porta em sua cara.

Ouço os chamados dela algumas vezes, até que para, finalmente resolveu ir embora e parar de insistir, que saco essa mulher, minha raiva que já sentia antes só aumenta, mas me controlo, o celular toca de novo, vou até o quarto e é Soraya, chamada de vídeo.

_Oi_ faço um rápido aceno para tela depois do meu oi.

_Oi, o que está fazendo essa noite?_ pergunta ela carinhosamente.

_Nada, vou ir dormir_ digo, e noto estar sendo fria com ela também, que não merece.

_Atrapalhei então?_ eu a olho.

_Desculpe, não quis ser grossa_ sento em minha cama.

_O que tá deixando você aflita?_ me encosto na cabeceira.

Minha vontade é de dizer "você", é você que está me deixando assim aflita porque não sai logo da porra desse casamento, mas como posso fazer tais cobranças dessa maneira com ela? eu disse olhando em seus olhos que escolhi estar nessa situação, como "amante" até então.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora