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-Simone Tebet-


Um mês já havia se passado da morte de Pacheco, aquele desgraçado que tentou tirar Soraya de mim, mas não conseguiu, eu disse que faria de tudo para proteger a sol, e foi isso que fiz e faria outras vezes mais, sem culpa nem remorso.

Agora estou observando ela dormir serena, lá fora o sol ainda vai raiar, são quatro e cinquenta e sete da madrugada, acordei pensando em nós e não dormi mais, pensar em nós me faz sonhar com um bom futuro, o qual nunca pensei.

_Oi filho_ digo num sussurro ao levar a mão até sua barriga.

Já tá mais do que visível, em breve saberemos se será menino ou menina, cheguei até a pensar em ser gêmeos, uma felicidade duplicada em nossas vidas, sorrio ao carinhar o local, jamais seria capaz de fazer tanta coisa por alguém como agora eu sou capaz de fazer por ela.

_Meu raio lindo de sol_ beijo seu rosto e a embrulho melhor.

Antes eu vivia com uma e outra e não sentia nada além de tesão, mas somente naquele momento que eu queria satisfazer a minha vontade, ia embora e esquecia quem deixava para trás, fui péssima e sei dos meus atos, mas nem disso eu me arrependo, antes eu só pensava em mim, hoje eu penso em família.

_Bom dia linda_ digo ainda baixo quando ela vai abrindo os olhos.

_Bom dia amor_ afasto as mechas que caem em seu rosto.

Amor, como essa palavra soa da maneira mais verdadeira possível que jamais pensei, estou sendo chamada de amor por quem me ama, não há sensação melhor do que essa, é incrível.

_Acordou faz tempo?_ pergunta.

_Sim, fiquei te vendo dormir_ ela põe a mão no rosto envergonhada.

_Me deixando envergonhada uma hora dessa?_ sorrio.

_A qualquer momento_ beijo sua testa.

_Que horas são mesmo?_ olho no relógio agora.

_Cinco e três agora_ volto a lhe olhar.

_Dá pra dormir mais um tiquinho_ ela se encolhe mais um pouco.

_Durma, eu te chamo as seis_ é o horário que costumamos levantar.

_Te amo_ seus olhos se fecham de novo após dizer isso.

Me deito, e puxo ela para deitar a cabeça em meu peito, assim ela faz e logo sinto sua respiração voltar a pesar de novo, mas meu carinho em seu cabelo continua, volto a pensar em nós outra vez, é o que sempre tenho feito desde que ela entrou na minha vida.

Quero pedi-la em casamento, estou querendo encontrar o momento ideal para fazer isso, preciso que ela esteja se sentindo livre e confortável o suficiente em nosso relacionamento, ela precisa disso após um casamento conturbado.

_Meu amor_ sussurro.

O restante dos minutos até às seis da manhã foi somente voltado para nós duas e o nosso bebê, a mulher da sua vida está carregando um filho seu, ontem eu era a sua amante, hoje eu sou sua mulher e a tenho para mim como sempre quis ter após começarmos a nos envolver, eu disse que esperaria por ela, e valeu tanto a pena.

_Amor... ei sol_ a chamo.

_Humm?_ ela continua abraçada a mim.

_Tá na hora, vamos?_ carinho sua nuca.

_Me dê mais dois minutinhos_ brinca.

_Todo o tempo do mundo_ beijo sua cabeça.

Durante esse mês que tem se passado da morte daquele infeliz, Soraya não recebeu ou sofreu mais ameaças, vemos então que ele tinha boa parte naquilo que tava acontecendo em sua vida, isso se ele já não tava fazendo antes de aparecer aqui no Rio.

°A segurança particular°Onde histórias criam vida. Descubra agora