Capítulo 35•

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Acordo num salto apertando a mão de alguém, o pesadelo era um lembrete de que assim que o avião pousasse eu estaria novamente presa na minha própria vida, fecho os olhos respirando fundo e sinto um aperto forte na minha mão, deito minha cabeça no ombro que eu achava ser de Gael até o perfume caro invade minha narina e me faz arregalar os olhos. Sem dizer nenhuma palavra Oziel continuava segurando minha mão, até que eu a puxei e fiquei encarando aqueles olhos azuis.

— Você apagou e se encostou em mim.— Ele explica como se estivesse lendo minha mente.

— Desculpe.— Peço me ajeitando no acento.

— Tudo bem, você parecia cansada e acredito que tenha tido um pesadelo.— Ele conclui e eu confirmo com a cabeça.

Era um enorme "si" para os dois.

— Quer dizer o que foi o pesadelo?.— Ele pergunta calmo.

Franzo a testa confusa com o homem a minha frente, ele era outra versão do darkman, será que o sol do México derreteu seu coração de gelo.

— Não.— Me levanto indo até o banheiro molhar meu rosto e respirar um pouco.

Quando o avião finalmente pousou nos pegamos nossas malas e nos reunimos uma última vez ali para se despedir brevemente, eu estava aflita por ter que voltar para aquela casa, apertava meus dedos com tanta força que os vi ficando brancos.

— Então não se esquece dos últimos ensaios para o casamento, não acredito que esta tão perto.— Morgana comenta.

— Eu estou ansioso.— Peter diz fingindo se abanar.

— Será uma semana bem cheia, Olívia irá terminar meu vestido e o de vocês, temos que experimentar os docinhos e também tem as flores, ah, Gael, o ensaio fotográfico e se eu esqueci algo mando mais tarde.— Morgana conclui.

— Temos que ver o padre, a entrada, a posição das mesas, nossa lua de mel, a roupa da meninas, caramba.— Peter puxa o ar.— São muitas coisas em pouco tempo, quem inventou esse casamento?.

Todos nós olhamos diretamente para ele que dá um sorriso brincalhão.

— Eu faria mil vezes tudo de novo, só por você bruxinha.— Ele beija a testa de Morg.

— Qualquer coisa se precisar da gente é só avisar.— Ana diz dando um sorriso gentil.

— Então vamos? Preciso de um banho.— Olívia diz bocejando.

— Vamos Cecy podemos rachar um táxi, sério, precisamos comprar nosso carro amiga.— Miguel entrelaça seu braço no meu.

— Eu levo vocês.— A voz de trovão de Oziel nos faz parar.

— Não prec...

— Ai que tudo, aceitamos.— Miguel puxa meu braço indo novamente para perto da roda.

Não pude esconder minha careta, dios, como era difícil ficar longe desse homem, eu tento fugir mas ele sempre encontra uma maneira de me fazer ficar perto o suficiente dele para me fazer ter mini ataque de pânicos, meu coração acelera e eu definitivamente não gosto disso. Miguel me obrigou a ir na frente para que ele pudesse descansar a beleza dele atrás, dou um olhada nele e o mesmo está com q cabeça jogada e a boca aberta, dou um sorriso achando a cena engraçada, o carro está puro silêncio, nem eu ou Oziel falamos qualquer palavra, eu não o olhava mas podia sentir seu olhar em mim.

Quando chegamos à frente na casa de Miguel ele se despede de nós jogando um beijo e entrando, volto a ficar em silêncio olhando para a paisagem do lado de fora.

— Então vamos fingir que nada aconteceu?.— Oziel diz e eu me mecho no acento.

Porque ele tinha que tocar no assunto, era só fingir que aquilo nunca aconteceu.

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