Era o aniversário de Alejandro e desta vez a casa estava cheia com pessoas elegantes, minha mãe pediu para que eu me arrumasse muito bem pois iria vir pessoas importantes mas que fosse algo que não tivesse nenhum tipo de exposição da minha pele, algo simples e coberto, ela mesmo penteio meus cabelos os deixando presos em um coque, eu lhe pedi por inúmeras vezes que eu não fosse a essa " festa" mas sua resposta foi que agora Alejandro e seu filho, Edgar, são nossa família e devíamos fazer tudo para agradar a família, eu não pude evitar de rolar os olhos quando ela citou a gente como "família." O jardim estava tão arrumado e haviam várias pessoas trabalhando naquele dia, a segurança estava dobrada e toda casa estava alarmada.
— Os convidados chegaram, por favor Cecília, se comporte.— Minha mãe diz em tom de apreensão.
Apenas concordo com a cabeça sabendo que nada do que poderia dizer agora iria mudar suas ideias, apenas sigo o jogo de " vamos fingir." Como ela sempre desejou.
Não me recordo em qual momento da festa eu cheguei a me isolar, deve ter sido depois que eu tive que cumprimentar centenas de pessoas como se fosse um casamento ou será que foi quando os amigos idiotas de Edgar chegaram, era tão igual ao pai que até as piores Companhias ele escolhia, me sento na escada me questionando onde estaria minha avó.
— Você deve ser a irmã de Edgar.— Uma menina com cabelos pretos curtos e sorriso encantador diz.
Não pude evitar a careta.
— Não somos irmãos.— Digo enfiando um camarão apimentado na boca.
A menina novamente ri, ela segura seu vestido rosé cheio de babados e se senta do meu lado, ela pega um dos meus camarões.
— Graças a Deus por isso, eu também não gostaria de ser irmã do meu irmão.
Ela zomba comendo o camarão mas depois se retrata.
— Estou mentindo, até que não é tão ruim ser irmã daquele idiota.
Olho para a rodinha de amigos de Edgar e fico imaginando qual daqueles idiotas seria o menos pior e o menos arrogante para ter uma irmã que gostasse dele, afinal a menina do meu lado não parece ser ruim mas vivendo nessa casa aprendi que qualquer um pode fingir muito bem para conseguir algo que quer.
— Sou Isabela mas pode me chamar de Bela.— Ela diz e eu a olho.— Eu gosto de Crepúsculo, não nego.
Ela dá uma risadinha animada.
— Sou Cecília e eu gosto de heróis, nada contra os vampiros apenas contra lobos strippers.— Digo comendo mais um camarão enquanto Isabela soltava uma gargalhada.
— Os lobos, são a melhor parte.— Ela morde os lábios.— Quando tiram a camisa.
Ficamos nessa disputa a bastante tempo, tanto que nem nos ligamos que a festa já havia praticamente acabado e só sobraram agora nossos pais e alguns estranhos com risadas medonhas e roupas elegantes.
— Você sabe fazer algum doce caseiro?.— Ela me pergunta de repente.
— Sim, os melhores.— Digo sorrindo.
— Vamos para a cozinha, vamos fazer alguma coisa útil, encarar esse pessoal não irá resolver nossos problemas mas um doce até que ajuda.
Bela se levantando pegando seus sapatos na mão e andando em direção aonde ela achava ser minha cozinha, foi na caminha em direção certa a cozinha que eu me toquei que minha abuela nem havia aparecido.
Olho novamente no espelho do banheiro relembrando o momento da minha vida, me certifico que meu corpo não tinha mais nenhuma marca roxa ou hematoma feio, apenas um no lado da coxa, suspiro não tendo certeza se eu deveria usar biquíni, a cor laranja que contrastava bem com a minha pele.
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Nossos segredos.
RomanceCecília guarda tantos segredos que ela jamais sonharia em contar, fugindo do seu passado que insiste em atormenta-la todos os dias, ela procura sempre se manter concentrada no seus deveres, perder a razão nunca foi algo bom em sua opinião, claro que...