Capitulo 70•

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Faz exatamente dois minutos que Donavan e James se encaravam como se estivessem nos filmes de faroeste. Decidimos conversar em um lugar reservado, então James achou que o melhor lugar para isso seria em um restaurante cujo a salas podiam ser reservadas para reuniões, e agora estávamos nós aqui, sentados um de frente para o outro numa mesa redonda bebendo líqüidos diferentes.

— Querem parar com isso.— Balanço a cabeça negativamente enquanto tomava um gole da minha coca.

— Cecília o que quis dizer naquele beco?.— Donavan me observa agora com atenção.

— Acho que você sabe, só não quer aceitar que seu amigo tem haver com a morte de Isabela.— Jogo a verdade na sua cara.

— Ele disse que ela morreu em um acidente provocado pelo ex namorado ciumento que estava perseguindo ela.— Ele explica encarando James com raiva.

— E você acreditou no diabo?.— Coço a cabeça cansada de lidar com toda essa merda.— Por favor, me diga que você tem um cérebro aí dentro. Donavan como foi confiar nele, nada do que ele diz é verdade.

— Como eu poderia saber? Você e minha irmã sumiram depois daquela maldita noite, meu mundo, tudo o que eu conhecia estava desmoronando e naquela neblina de confusão o único que parecia estar ao meu lado era Edgar.— Ele diz e eu debocho, isso o irrita.

Foda-se.

— Fugimos para o Estados Unidos, disso você já sabe. James nos conheceu e nos ajudou e só para atualizar essa informação eles eram noivos, quando sabotaram o carro da sua irmã, assim de repente em um dia.— Explico simplificado.

— Naquele dia eu me lembro que Bela queria conversar comigo a noite, eu cheguei a perguntar a ela sobre o que seria mas ela disse que precisava te encontrar primeiro Cecília, e que a conversa podia esperar porque não era tão urgente. Notando os detalhes hoje, posso perceber o quão nervosa ela estava de fato, algo não estava certo ela estava com medo.— James revela.

— Se você percebeu que algo estava errado porque não a impediu de sair?.— Donavan questiona.

— Impedir de sair?....

James estava a língua e da um sorriso sem graça rodando a tampinha de sua bebida na mesa.

— Cara você precisa aprender algumas coisas sobre mulheres. Quem era eu de impedi-la de fazer algo.— James diz irritado.— Não sei exatamente qual era sua relação com sua irmã ou da sua família mas eu não "prendia" nenhuma mulher contra gosto.

— Dovanam, sei que é difícil de acreditar.— Não consigo evitar a careta para pronunciar as próximas palavras.— Seu amigo não é tão legal com você quanto pensa, você era só mais um fantoche na história dele assim como todos ao seu redor.

— Como pode ter certeza que foi ele? Sei que Edgar tem um milhão de merdas nas costas, mas porra matar minha irmã?.— Ele bate na mesa.

— Porque assim que Bela partiu ele me encontrou e sua primeira frase foi " sem sua amiguinha você não tem muito para onde correr, ratinha.— Quase vomito ao dizer a última frase.

Donavan parece pensar um pouco sobre o assunto, muitas emoções passa por ele, a primeira e confusão, a segunda é surpresa e por último a raiva.

— Ele me disse que sabia exatamente onde encontrar vocês, de alguma maneira, não sei como, ele achou vocês e disse que iria tentar conversar com você para que trouxesse Bela embora também. Ele me fez acreditar em tantas mentiras.

Donavan parecia realmente devastado como se uma nuvem negra tivesse saído de seus olhos e pela primeira vez ele se deparou com o tamanho daquela merda toda, talvez tenha notado que as consequências de suas escolhas o puseram aqui.

— Sinto muito por ter perdido Bela.— Era a primeira vez em que eu dizia isso a ele, pelo seu luto.

— Eu vou matar esse Hijo de una puta!.— A raiva estava se transformando em ira.

— No és tão fácil assim.— Digo suspirando.

— Temos que arrumar um jeito Cecília, esse inferno tem que acabar.— Ele diz apertando os punho.

— Não confio em você Donavan!.

Ele não demostrou surpresa, pelo contrário, parecia que ele já sabia disso. Ele suspira na cadeira relaxando o corpo.

— Desculpe.— Ele diz a James.

— Sinto muito pelo seu luto, mas eu amo... amava sua irmã.— James tem um semblante arrasado sempre que o nome de Bela é citado.

Hoje não estava sendo um dia fácil para nenhum de nós, muitas revelações para um período tão curto.

— Por favor deixa me ajudar.— Ele pede parecendo sincero.

Eu não confio!.

Confiança não era algo que eu tinha com facilidade, mas há inúmeros motivos para isso. Olhe meu histórico.

— Não sei se devo ainda, vai ter que provar.— Digo cruzando os braços.

— Vou fazer o que for preciso para isso, eu prometo.— Ele diz tentando segurar minha mão mas eu a retiro.

— Vamos falar disso depois! Tenho algo a fazer agora.— Me levanto e os dois me encaram com expressão de tédio.— Não estou fugindo do assunto, se é o que estão pensando. Podemos falar disso outra hora.

Arrumo meus cabelos e verifico minha roupa, uma calça jeans de lavagem clara e uma blusa de ombros amarela. Aceno para eles e saiu daquele restaurante indo em direção a casa do senhor Mateo que era perto.

Minha mente flutuava a todo momento pensando no dia em que Bela se foi e o presente com Donavan sabendo a verdade, confiar nele nunca foi uma opção mas ele perecia sincero em dizer que queria um fim para Edgar também. Posso duvidar de muitas coisas mas sei que seu amor por Bela, sua irmã, era enorme pois Bela sempre falava dele de um jeito carinhoso. Quando eu cheguei a porta do senhor Mateo só então me toquei que andei até aqui no piloto automático, antes mesmo de abrir a porta me deparo com Morgana e Ana com sua barriga enorme, saindo da casa.

— Advinha o que sua sobrinha fez?.— Morgana diz e eu levanto a sobrancelha confusa.

— Madalena?.— Chuto.

— Ela mesma, se envolveu em alguma confusão na escola e agora vamos lá resolver.— Ele diz passando por mim e indo em direção a um carro.

— Ana você pode ficar zangando por aí com esse barrigão?.— Pergunto com medo de algo acontecer com ela.

— Tive muito contrações de treinamento, estou ótima agora e aliás Morg estava me ajudando a decidir qual enxoval ele levo para maternidade.— Ela explica.

— As duas princesas poderiam andar mais rápido por favor.— Morgana pede com ironia nos olhando pela a janela aberta do lado do carona.

— Se você quiser eu posso ir rolando!.— Ana brinca dando passos de pato.

Ajudo Ana a entrar no carro no banco de trás, durante o percurso aviso a novidade ao grupo de fadas dizendo que a filha de Morgana já tem a personalidade igualzinha a mãe, Ana conta o quão exaustivo está sendo essa reta final, as dores nas costas, a vontade constante de mijar e as várias poses na tentativa de um cochilo pelo menos.

— Aí meu Deus lá vem mais uma contratação de treinamento!.— Ela informa e sinto suas mãos delicadas apertarem o meu banco como se fosse uma lutadora de tão forte.

— Frozen, tem certeza que é de treinamento?.— Pergunto virando meu corpo para vê-la.

— Sim, sim. Minha médica disse que é normal.— Ela da um sorriso nervoso.

Ela fica respirando fundo e contando mais sobre essa gravidez até chegamos na escolinha das crianças, tudo bem, admito, dizer " escolinha" era humildade minha, era uma puta escola de gente rica mesmo.

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