Capitulo 64•

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O cheiro de pão estava por toda casa, eu sabia que era somente esperar mais cinco minutos até que ele estivesse perfeito para sair do forno, o café já estava feito e na garrafa, a casa estava silenciosa o relógio mostrava que ainda era sete horas da manhã de um domingo preguiçoso e possível ensolarado, eu estava parada no corredor encostada na parede olhando o retrato pendurado na parede,com uma linda moldura dourada que parecia ter sido cara e combinava perfeitamente com a parede verde escura, me recordando do passado onde eu não fazia a mínima ideia de quem essa pessoa era, os dois estavam sorrindo animado na foto enquanto a mulher, muito bonita por sinal, cozinhava algo, senhor Mateo mantém o mesmo olhar até hoje e seu irmão tinha um sorriso alegre. Volto para a cozinha depois dos cinco minutos e retiro os paozinhos do forno, como eu imaginei eles estavam douradinhos na medida certa, arrumo eles no cesto bonito e coloco encima da mesa conforme eu ia arrumando as outras coisas, aí me distraindo da ideia de ter que ir almoçar com os pais de Oziel mais tarde algo me dizia que estávamos tendo uma íntima difícil demais de ser desfeita futuramente, e consequentemente, dolorida.

— Bom dia minha cozinheira preferida.— A voz calma do senhor Mateo me anima.

— Bom dia senhor Mateo, espero que não se importe eu fiz paozinhos caseiro e o café.

Ele observa a mesa e abre um sorriso contente, eu amo a sensação de saber que as pessoas podiam ficar feliz por comer algo que eu fiz.

— Você fez tudo isso nesta manhã?.— Eu assinto com cabeça.— Que horas você acordou?.

— Por volta das cinco da manhã.— Informo.

— Péssima noite de sono?.— Ele pergunta e eu mordo os lábios.

— O mesmo do de sempre, nada novo.— Dou os ombros.

— Querida, acho que devemos marcar uma psicóloga para você, ajuda muito sabia. Quando meu irmão morreu eu fiz muitas terapias para melhorar, passei muito tempo me sentindo sozinho.

O semblante de tristeza do senhor Mateo era algo perceptível, podia-se notar a saudade que o irmão dele fazia, que a família dele fazia em sua vida.

— Sinto muito por tudo o que passou, suas perdas. Conheço esse tipo de dor.— Digo me servindo uma xícara de café.

Noto os detalhes desenhados na xícara verde, minimamente delicados pequenas flores desenhadas.

— Ele teria amado te conhecer!.

Eu levanto meus olhos e encontro senhor Mateo mordendo um pedaço do pão.

— Isso aqui está magnífico.— Ele diz soltando um barulho de satisfação.

Dou um pequeno sorriso e bebo um gole do café, depois dou uma mordida no pão e realmente estava gostoso, quentinho, macio e apetitoso mas nem todo pão do mundo me impedia de querer saber.

— Você acha mesmo?.— Pergunto cautelosa.

— Sim, estava fofinho...

— Não, não é isso. Você acha mesmo que seu irmão gostaria de ter me conhecido?.— Pergunto me ajeitando na cadeira.

— Com certeza, ele iria amar saber que você cozinha incrivelmente bem, ele amava comer dizia que era um dos maiores prazeres humanos, passava o dia na cozinha ajudando nossa mãe que aliás, era uma cozinheira nata cada receita dela animava nosso dia. Sabe, você se parece com ela, me lembra muito.— Ele diz de bom humor.

Apoio meus cotovelos na mesa e apoio minha cabeça na mão olhando o senhor Mateo com atenção.

— Achei que ela fosse parecida com Morgana.

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