Nossos segredos.

Capitulos 14•

Antes de sair eu peguei a bolsinha de maquiagem que Olívia me deu e acompanhando um vídeo de tutorial no YouTube eu sigo os passo a passo de como esconder olheiras mas no meu caso seria como esconder machucados, o roxo do meu rosto estava evidente e meus lábios cortados, bom, eu teria que inventar uma desculpa convincente para isto. Primeiro passo, limpar bem a pele, sigo o passo como a mulher do vídeo indica, passo água na minha pele e torço para isso ser suficiente, segundo passo, hidratar a pele, terceiro passo, aplicar a base na pele e ir espalhando com batidinhas leves, isso foi um pouco complicado mas depois que eu tentei com a esponja até que foi melhor, depois tinha que selar tudo com pó, e o restante era delicadamente, blush, rímel, bronzer e batom.

— Nada mal.

Me olho no espelho vendo o quanto meus olhos estavam realçados e o quando a marca do murro havia sumido, meus lábios por outro lábio estavam mais vermelhos nada tão exagerado mas se alguém olhasse muito de perto notaria o corte.

O importante é que eu não estava parecendo uma palhaça.

Abro a mala que Olívia me deu e pego um saia comprida muito bonita e uma blusa de seda, eu estava parecendo uma outra pessoa, pego um casaco e visto, agradeço por hoje ainda estar um dia frio pois eu poderia esconder as marcas da luta, coloco minha bota preta com um salto pequeno e pego uma bolsa preta, tento arrumar meus cabelos como Miguel disse que soltaria os cachos e realmente funcionava.

Tranco a porta do meu quarto e desço as escadas dando de cara com Donavan.

Ele iria morar aqui agora?.

— Você já vai?.— Ele pisca os olhos me fitando.

— Sim, tchau.— Passo por ele indo em direção a porta.

Talvez ele tenha dito" tchau" ou não, eu não me importava se ele tinha dito ou não.

Desta vez prefiro pegar um metro até o trabalho me parecia a opção mais rápida, o frio que fazia era congelante e tento me aquecer assoprando nas minhas mãos que estavam frias, céus, eu não imaginei que ainda estaria tão frio desse jeito, me sento no banco do metrô e fico vendo receitas na internet até chegar na minha estação, como ainda tinha algumas horas eu aproveito para ir caminhando até a empresa, as crianças por mais frio que estivesse ainda corriam animadas, rindo. Paro na cafeteria próxima e peço três chocolate quente e três rosquinhas para a viagem, ali tinha o melhor chocolate quente que eu já provei, além das atendentes serem super educadas e atenciosas, meu pedido sai e volto a caminhar até a empresa, atravesso a rua com muito cuidado e tiro meu crachá do bolso passando na catraca depois de atravessar o enorme Hall da entrada. Ao chegar ao meu andar vejo Erick segurando a mochila de Noah enquanto ele o incentivava a amarrar o cadarço sozinho.

— Filho agora faz o laço.— Ele dizia paciente.

Noah faz o laço prestando muita atenção em cada movimento, ele era uma cópia de Erick, os jeitos até mesmo o modo como juntava as sobrancelha quando estava ficando irritado.

"A convivência torna a pessoa" meu tio dizia.

— Paciência que você consegue.— Erick insiste.

Noah faz novamente o laço e em um movimento rápido ele cruza conseguindo fazer a assa da borboleta e aperta.

— Consegui.— Diz animado, pulando no pai.

— Aé meu garoto, sabia que iria conseguir.— Erick beija sua bochecha.

Bato palmas chamando atenção dos dois, estavam tão envolvidos nesse momento que mal notaram que eu havia chego.

— Tia Cecy, você viu?.— Ele diz animado.

— Eu vi e estou muito orgulhosa de você.— Digo apertando suas bochechas.— Onde está Ly?.