Capitulo 77•

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Tenho que colocar minha mão na boca para segurar o soluço engasgado na garganta. Espero todos saírem e fico mais alguns minutos para ter certeza, o relógio da mesa marcava 19:00 da noite ou seja, a eleição estava começando e já irão anunciar a vitória suja de Alejandro. Saio de seu escritório e percebo que os homens que sobraram na casa estavam bebendo infinitamente, talvez não se pudesse mais contar as garrafas vazias, vou até a cozinha e vejo rosa, a empregada de costas me aproximo discretamente e quando ela percebe minha presença tampo sua boca para que a mesma não grite.

— Rosa, sou eu.— Aviso soltando ela.— Onde está minha mãe?.— Sussurro.

Os olhos delas se arregalam e logo em seguida se enchem com lágrimas e um bico.

— Rosita, onde está mi mama?.— Pergunto de novo não querendo aceitar a resposta dada pelo meu cérebro.

— Hija, sinto muito por su mama.— Ela toca meu rosto com carinho.— Alejandro ninha, ele é um mostro.

Sinto as lágrimas descerem pelo meu rosto.

— Foi no mesmo dia que ele me prendeu?.— Pergunto mordendo os lábios, apesar dela ficar resistente, Rosa afirma que sim.

Sem esperar por mais nenhuma resposta eu subo até o andar de cima pelas passagens fazias que eu havia descoberto, chego até meu quarto e abro a caixa com senha que ganhei de mi abuela, ali tinha uma arma que eu roubei de um dos seguranças, contos as balas e vejo que só tinha duas.

— Que se foda essa merda.— Me levanto decidida.

Estava descendo as escadas enquanto ajeitava a arma nas costas e quando piso no último degrau vejo Edgar passado com seu terno, ele me olha de volta e sorri.

— Uma rata corajosa, decidiu sair da toca?.— Ele pergunta com humor.

— Vai se foder você.— O xingo e ele parece surpreso mas ao mesmo tempo seus olhos brilham.

— Eu até iria mas tenho que apoiar o meu maldito pai naquela brincadeira dele.— Ele vira o copo de wisky.— Não sei se já sabe mas mamãe está morta, merda, perdi mais uma mãe e acho que contando com a sua deve ser a oitava até agora, mas relaxa hermana logo logo terá mais um nessa casa. A não me esqueci.

Ele fingi tristeza e me olha sorrindo em seguida.

— Não estará aqui para conhecê-la, já que foi vendida ao Nestor nojento.— Ele gargalha.

Eu poderia atirar nesse maldito aqui mesmo mas isso chamaria ainda mais atenção e o meu plano estaria ferrado.

— Mas sabe, foi a primeira vez que também tive uma abuelita, que pena, ela foi a primeira. Talvez a próxima talvez tenha uma abuela e quem sabe de brinde um buelo.— Ele diz e meu coração perde o ritmo.

— O que disse?.— Pergunto.

— Não sabia? A é verdade, o lance do porão, vou atualizar você das últimas notícias, mamãe se foi e vovó foi junto. Ele realmente não deixa pontas soltas hermanas.

Edgar solta uma gargalhada alta e se vai, dando as costas para mim enquanto eu, fico lá, parada, congelada e sentindo como se alguém tivesse arrancando o mundo de mim. Minhas lágrimas descem sem parar e eu não evito o soluço preso.

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