Capitulo 75•

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Edgar me empurra violentamente para dentro da casa me fazendo tropeçar no tapete e cair de joelhos nos chão, faço uma careta de dor e mordo os lábios segurando o gemido de dor enquanto ele ataca as chaves do carro sem delicadeza na mesa.

— Quem você pensa que é?.— Ele pergunta transtornado.— Nunca mais desligue essa merda de celular quando EU ESTIVER TE LIGANDO.

O berro no final fez meu corpo se arrepiar, era como se eu tivesse voltado a anos atrás, paralisada, gelada e com medo mas desta vez o cenário seria diferente, eu repetia isso na minha mente.

Seja diferente.
Seja diferente.

— Sua puta, esqueceu a quem você pertence?.— Edgar andava de um lado para o outro enfurecido.— Você acha que é quem para me tratar assim?.

Meus olhos analisam o ambiente em que eu estava, cada possível coisa que eu poderia usar se caso fosse necessário, e cada célula do meu corpo dizia que eu iria ter que usar toda a minha força.

— Quantas vezes eu tenho que te avisar. Nos pertencemos um ao outro Hermana.— Ele segura meu rosto com força. — Yo no vou deixar tu.

Essa frase me fez subir um frio na espinha tremendo.

— Yo nun...

Não posso terminar a frase pois o celular de Edgar toca, mesmo querendo continuar a me torturar mentalmente ele se afasta atendendo a chamada.

— Que?.— Ele diz ao atender enquanto eu, continuo parada encostada na parede. — Que hace porra!.

Aproveito seu momento de irritação ao celular e pega a pequena faça que havia escondido no armário que tinha ali, sem deixar de observar cada passo que ele dava enquanto gritava com alguém do outro lado eu planeja mil maneiras de sobreviver ao seu ódio que estava direcionado a mim. Quando ele encerrou a chamada veio em minha direção.

— Essa conversa não terminou!.— Ele diz apontando o dedo em minha direção.— Quando eu voltar espero que esteja aqui.

Ele sai pisando duro me deixando travada no canto da sala, quando ele cruza a porta fazendo questão de bater a porta com força eu solto o ar, nem que fosse por brevemente eu ainda teria alguns minutos até mesmo horas quem sabe, se sorte estiver ao meu lado.

Subo as escadas correndo e assim que entro em meu quarto eu tranco a porta e começo a tirar a roupa as substituindo por uma calça confortável e pesada, uma blusa preta e o casaco apertado também e uma bota coturno preta, tiro a tábua do chão e pego uma faca prendendo em uma fita na minha perna.  Eu fazia tudo correndo que mal notei que meu rosto estava molhado devido a tantas lágrimas que eu derramei. Assim que eu termino de me vestir eu desço as escadas do fundo no escuro me camuflando durante todo o caminho, olho para trás vendo se tinha alguém me observando, só não contava que iria bater em um corpo.

Arregalo os olhos pronta para tacar mas uma mão tampa minha boca pedindo silêncio com o dedo na boca.

— O que você tá fazendo aqui?.— Pergunto desconfiada para Donavan.

— Edgar mandou eu ficar de olho em você.— Ele da os ombros.— Ele está muito irritado.

— Quando aquele psicopata não está?.— Devolvo a pergunta e Donavan concorda, tento passar por ele mas sinto seus dedos no meu braço.

— Onde vai?.—Ele estava sério, sem semblante era de espanto.

— Preciso ir a um lugar, preciso...

— Você vai ver ele.— Ele afirma e eu mordo os lábios.

— Tenho que ver ele Donavan, dizer a verdade.— Me solto dele.— Nem que seja a última vez.

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