Capitulo 37•

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Hoje estava extremamente quente, eu acordei cedo com a mensagem do senhor Mateo dizendo que havia feito um pão e que me queria lá no café da manhã tomo um banho e arrumo meu cabelo, em seguida coloco um vestido que Olívia me deu, ainda estou tentando me adaptar a voltar usar vestidos ou saias, mas gosto do resultado quando me olho no espelho, passo uma maquiagem leve e vou para a casa do senhor Mateo com um táxi, graças a Deus ninguém mora longe o suficiente para enjoar na viagem e quando o relógio do meu pulso mostrou que já eram 8 horas da manhã eu estava batendo suavemente na porta verde escura da casa dele e como sempre ele abriu com um sorriso no rosto.

— Cecy minha cozinheira favorita, chegou a tempo dos pães não esfriarem.— Ele diz me dando passagem.

— Quando eu vi a mensagem vim o mais rápido que pude, nunca negaria um pão quentinho e caseiro pela manhã.— Digo indo até a cozinha.

Ela estava um caos mas o pão do senhor Mateo estava encima da mesa coberto por um protetor transparente, estava dourado e cheiroso daqueles que te fazem dar água na boca imaginando a manteiga derreter.

— Pena que meus outros filhos são uma preguiça pura, Felippo ainda está na cama e Morgana não me responde, só você mesmo Cecy.— Ele diz dramaticamente e eu sorrio.

Eu amava estar aqui com ele, com todos eles. Me sentia segura e acolhida como se eu finalmente tivesse uma família de comercial, se bem que, ainda parecia que faltava algo.

Talvez seja o sentimento de culpa.

Minha mente não me deixava esquecer por um segundo o quão mentirosa eles iriam me achar se soubesse de toda a verdade. Espanto os pensamentos ruins para longe e coloco o avental arrumando tudo.

— Talvez Morg esteja tão ocupado que mal tocou no celular, essa é última semana até o casamento ela esta uma pilha de nervos.— Explico e senhor Mateo concorda.

— Eu disse a ela para me deixar chamar uma equipe de organização, iria facilitar a vida dela.— Ele revela.

— Morgana deixar organizarem um evento dela? Teria que acontecer algo muito importante para ela permitir e afinal, até parece que ela iria deixar desconhecidos fazer isso.

Retiro toda a farinha da bancada com um pano úmido com muito cuidado para não deixar cair no chão.

— Você tem razão minha filha, Morgana é geniosa como a mãe.

Dou um sorriso toda vez que ele tocava nos detalhes das pessoas importantes de sua vida.

— Não sabia que fazia pão.— Assumo.

— Aprendi para fazer para o meu irmão, sabe, ele era mais novo e amava coisas frescas, amava cozinhar também e além de sua paixão por aventuras.— Ele diz e eu presto atenção.

— Ele era aventureiro então...

— Oh com certeza, Mário, amava se aventurar mundo a fora, viajar para lugares incríveis, conhecer culturas, gente nova mas apesar disse tinha a essência muito tímida, e as vezes calado.— Ele detalha.

— Pareciam ser próximos.

— Ele era meu melhor amigo, morreu novo mas sempre estava ali e eu sabia que um espírito tão aventureiro e solto como ele não conseguiria se prender a nada.

Começo a passar o café enquanto senhor Mateo ia contando mais sobre a juventude dos dois, ele ria descrevendo os momentos de sua vida que pareciam cenas de cinema, nesse período Felippo acordou e logo Vivi sua namorada apareceu para tomar um café.

— Esse pão esta espetacular.— Digo dando à mordida no meu segundo pão.

— Arrasou velhote.— Felippo diz com humor e senhor Mateo o xinga.

Meu celular começa a vibrar na mesa e vejo o nome de Morgana na tela.

— Morg?."

— Cecy.— Sua voz era chorosa.— Esta no senhor Mateo?.

Ela diz e eu confirmo, inquieta sabendo que tinha algo errado com sua voz.

— O que houve?.— Pergunto não me aguentando mais.

— Ophelia está mal, uma febre alta desde da madrugada vou levá-la no hospital, avisa a ele por favor.

— Com certeza, quer que vamos para o hospital?.

Só de ouvir a palavra o senhor Mateo e Felippo arregala os olhos, já Vivi que era sua amiga pede para que eu colocasse no viva voz.

— Não, acho que iria encher de gente bem, não queremos isso, creio que não seja algo ruim mas mesmo assim irei levá-la, droga estou com tanta coisa para organizar mas minha filha é minha prioridade.— Ela diz parecendo cansada.

— Não se preocupe bruxinha do papai eu vou chamar uma equipe para te ajudar e vou para o hospital.

Senhor Mateo diz se levantando.

— Nada de equipe e não precisa vir, vamos dando notícias.

— Morg pode contar com a gente para qualquer coisa, o que precisa?.— Pergunto e ela suspira.

— Tive uma ideia, vou mandar no grupo!. Agora tenho que ir, até mais.

Nós despedimos e ficamos tensos na mesa nos encarando.

— Crianças ficam doentes e ainda mais agora que Mada vai para escola, passa tudo para a irmã mais nova.

Meia hora depois Morgana manda mensagem no grupo nos pedindo ajuda, Gaspar iria buscar sua avó e sua tia no aeroporto, Olívia ficou de verificar a organização da decoração, Ly iria arrumar as flores, Ana iria terminar de enviar os convites e Gael e Miguel iriam entrar em contato com o padre e eu iria escolher as comidas que faltava principalmente os docinhos, claro que até aí seria bom mas como nem tudo é flores ela havia mandando mensagem no grupo dos padrinhos e madrinhas, e os meninos se ofereceram e então ela teve a brilhante ideia de que faríamos isso com os padrinhos de cada par, para ser exata e senhor Mateo iria ficar com Madalena.

Dou um suspiro alto na mesa, porque diabos ela não me deixou fazer isso sozinha?.

— Não se preocupe Cecy, eu e Vivi vamos cuidar da bebida, afinal o que é um casamento sem vinho na Itália.— Felippo pisca e eu sorrio de nervoso.

Arrumamos a mesa e eu fui no carro com o senhor Mateo que iria ficar com Madalena, peço para Morg me passa o endereço da onde eu precisava ir e assim que o senhor Mateo me deixou na frente me despeço pedindo para ele ir me avisando se souber de alguma coisa. Espero os carros passar e atravesso a rua me aproximando da entrada eu estava subindo o degrau da escada quando tropeço e sinto mais forte me segurando pela cintura, eu não precisava me virar para saber quem era, o cheiro do perfume era tão confortável para meu corpo que ele se arrepia todo por saber que Oziel já havia chegado.

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