Capitulo 63•

761 98 32
                                    

Eu e Donovan passamos o resto daquele mês se encontrando escondidos e se pegando nada além de alguns toque e beijos mas mesmo assim já me deixava em puro fogo, o novo, o prazer de estar com alguém, de saber que ele me entendia me deixava em êxtase.

— Cecília, pelo amor de Deus presta atenção aqui.— Minha mãe me grita.— Qual vestido vai querer?.

Sem ao menos dar importância eu apenas desvio minha atenção do celular para ela, olhando ela segurando um vestido rosa pink e um preto.

— Preto!.— Volto minha atenção a mensagem que estava trocando com ele.

— O que você está fazendo de tão interessante nesse celular?.— Ela pergunta.

— Falando com Bela, vendo qual vestido ela comprou.— Minto.

Minha mãe apenas sorriu e volto a sua vida perfeita de ser paparicada pela as vendedoras que queriam receber uma bela comissão com o tanto de coisas que minha mãe estava escolhendo, aqui era o parque de diversões dela, a realização de um sonho.

— Tudo tem que sair perfeito nessa festa, eu sei que você tem suas diferenças e implicâncias com Alejandro mas por favor minha filha, só por essa noite não seja... você.

Tive que parar tudo e respirar fundo algumas vezes até digerir o que eu acabei de escutar, o semblante dela era de puro desespero, algo me dizia que se essa noite não fosse realmente perfeita as consequências iriam ser diferentes, assustadoramente diferentes.

— Pode deixar, última coisa que eu sou agora sou eu mesma, você me tirou isso.— Dou um sorriso debochado e volto a olhar para o celular.

Minha mãe tentar dize algo mas a essa altura não havia mais nada a se dizer, ela sabia o que passava, sabia sobre as marcas no meu corpo mas ela escolheu fingir que não me via, que aquela era sua família perfeita, a sua casinha de boneca onde ela fingia nao saber das putas que Alejandro comi, dos usos de drogas de Edgar e dos abusos que eu sofria, desde que no final do dia ela ainda fosse a mulher que mandava naquela enorme casa, a senhora dona dos diamantes e temida por seus inimigos por agora ter um sobrenome considerado respeitado no mundo podre deles, tudo estaria bem se nada disso lhe faltasse.

Assim que voltando para casa de horrores no final daquele dia, a vi sair correndo atrás de Alejandro já era quase a noite e era uma sexta feira então eu sabia que o barulho de risadas altas vinha da sala de estar onde Edgar devia estar com seus amigos, eu estava preste a seguir meu caminho quando uma conversa me chamou atenção, me escondi atrás da porta no canto escuro para ouvir melhor.

— Minha irmã faz tudo por mim, aquela bobinha, Marie é assim mesmo um doce de menina.— Um diz com humor.

— A minha irmã eu brinco de restaurante e a faço fazer várias comidas para mim quando estou com fome.— Outro diz.

— E a sua irmãzinha Edgar?.— Alguém pergunta.

— Aquela sonsa? Só me estressa.— Ele diz com desgosto.

— Pelo menos você tem a ela, e eu que não tenho nenhum irmão, não posso mandar em ninguém claro a não ser nas empregadas burras.

— Sim, pelo menos eu tenho Cecília, a idiota não serve para nada no momento mas veremos quem sabe eu brinque de restaurante com ela.— Ele diz com um humor ácido me fazendo fechar o punho.

— Não fala assim dela.— A voz de Donavan fez meu sorriso surgir.

Ele iria me defender? Só a possibilidade me fazia feliz.

Nossos segredos. Onde histórias criam vida. Descubra agora