Capitulo 61•

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Enquanto Cecília cochilava tranquilamente ao meu lado com seus cabelos encaracolados esparramado na enorme cama, eu a observava incerto, e muito confuso por suas últimas palavras "Nunca se apaixone por mim ta okay" Por que ela pediria algo assim sendo que nosso acordo era apenas 6 meses será que ela acha que eu sou muito emocionado nos meus sentimentos ou havia mais coisas por trás disso, minha intuição me dizia que Cecília escondia mais segredos do que ela mesmo gostaria.

Passo o dedo por sua pele macia e mesmo com a pouca iluminação posso notar as marcas na sua pele, como tatuagens, ela insiste em dizer que são apenas " brincadeiras" de sua infância mas elas eram muito mais profundas ou em lugares escondidos para serem apenas isso e toda vez que eu tentava me aproximar ao ponto de perguntar sobre elas, minha linda cacheada se esquivava e afastava qualquer sinal de mim. Porém aquela marca em suas costas, a do seu tornozelo, na sua mão esquerda e quando meus olhos param em seu pescoço eu soube que essa história estava completamente errada, alguém estava se atrevendo a tocar na minha mulher, e se eu soubesse que fosse mesmo isso eu traria o inferno a terra até acabar com a vida de qualquer um que fosse.

—Eu não posso prometer isso gatinha, foi mal.— Sussurro a resposta para seu pedido mesmo sabendo que a mesma já não estava me escutando mais.

Fico mexendo com seus cachos enquanto mandava mensagem para meu irmão, ele está enrolado com algum garota que perturbou seus pensamentos a ponto dele me encher a saco por isso, de repente meu celular tocar com o numero de Rodney dou um beijo nos cabelos de Cecília me levantando.

— Ozy, não coma o pedaço de bolo da geladeira.— Murmurou bebada de sono.— eu o vi primeiro, é meu!

Abro um sorriso vendo a virar e cair no sono de novo.

—É todo seu gatinha, todo o bolo do mundo que você quiser.

Saio do quarto atendendo o telefone, a princípio ouço apenas a respiração do meu amigo.

— Você está aí?.— Ele pergunta.

— Estou aqui, o que foi?.— Devolvo a pergunta.

Vou direto ao meu escritório e já coloco a ligação no viva voz enquanto eu me servia de um pouco de Whisky importado, o sabor era magnifico.

— Sobre o processo a qual estou enfiado até o pescoço.— Ele suspira, parecendo exausto.

Já o podia imaginar em sua cadeira de coro marrom afrouxando a gravata e tomando um gole da sua bebida enquanto as luzes da sala incomodavam seus olhos.

— Ele tem que ser antecipado, algo ferrado cara, a merda é muito maior do que se parece.

— Essa semana eu vou até sua casa e nós vamos revisar essa papelada.— Sinto sua frustração.

— Eu agradeceria porque eu honestamente estou louca com esse monte de papelada e para ajuda minha secretária está com a perna quebrada, as coisas só melhoram...

— E a sua filha, ou sei lá sua mulher?.— Questiono mesmo sabendo a resposta.

— Nancy? Até parece que ela iria parar tudo para me ajudar nisso e minha filha você conhece muito bem, isso definitivamente seria uma tortura para ela.— Ele diz rindo.

Continuamos a conversando e tentando descobrir um bom motivo para as papeladas serem complexas, ele me descreve ainda mais do caso e eu sinto um nó no estômago, envolvia tráfico, crimes de alto padrão, golpes além de assassinatos eram tantas camadas envolvidas que eu tinha certeza que Rodney estava pendurado até o pescoço, quando dei por mim já eram duas da madrugada e ainda estávamos discutindo no telefone sobre isso.

— Acontece que esse cara está foragido a muito tempo e pelo o que sabemos ele está aqui na Itália, cretinos, usando nosso país para se esconder como um rato imundo.— Rodney esbravejou anotando algo no seu papel.

— Isso acontece no mundo inteiro, ele recebe ajuda de alguém? Tem familiar, alguma coisa que possamos usar nesse caso?.— Pergunto querendo saber das possibilidades.

— Aparentemente ele tem alguns contatos, uma possível familiar.— Ele explica.

— Que tal uma pausa?.— Digo coçando os olhos.

— Eu concordo.— Ele diz rindo.— Que tal a gente ir amanhã cedo jogar golfe, ou sei um café da manhã perto do campo aquele restaurante é incrível, aquele azul que tem lá perto.

— Passo, não vou poder.— Digo terminando minha bebida.

— O que? Porque? Da última vez você também não foi na festa do Luiv, está nos evitando senhor Oziel?.

— Eu não vou deixar minha mulher para ficar bebendo com vocês, ela pode beber por vocês todos e ainda me dar um bônus.— Rio.

— A que isso? Eu também posso te dar uns beijinhos.— Ele diz com humor e eu faço uma careta.

— Dispenso, prefiro os delas.

Ficamos ainda com humor enquanto ele tentava adivinhar quem era a minha Cecília mas não durou muito pois eu estava exausto e realmente precisava me deitar e dormi, antes eu fui na cozinha e roubei um pedaço minúsculo do bolo que prometi deixar para minha gatinha, ela não iria desconfiar que estava faltando um mísero pedaço mas por outro lado, conhecendo Cecília um pouco sim ela iria notar assim que acordasse. Voltei para o quarto e encontro Cecília esparramada na cama com os cabelos jogados e um lindo biquinho, não posso evitar de sorrir observando a cena, o lençol envolvendo seu corpo mas suas pernas estavam de fora, observo bem cada detalhe do seu corpo até mesmo seu tornozelo e nele algo me chamou atenção, uma pequena marca como se fosse um x, uma cictriz profunda até mais do que as outras que ela tinha, passo o dedo por cima e Cecília da uma reclamada mas não acorda apenas se mexe na cama mudando de lado, ela abraça o travesseiro e murmura algumas palavras sem sentido como "porão." "Abuela" e "mamãe" acho que ela sentia falta da sua família. Percebo nesse instante que eu não sabia muito sobre a vida de Cecília antes de vir para Itália, ou mal sabia algo sobre sua família qualquer mínimo detalhe sobre algum passado de sua vida, eu sei que ela fugia das minhas perguntas toda vez que eu ariscava a tocar no assunto como se a ideia de lembrar algo a machucasse profundamente e para ser honesto eu tenho medo que se eu forçasse saber algo ou a deixasse ela desconfortável ela fugiria, na verdade eu me sentia pisando em ovos sempre que o assunto era ela.

— Por favor não me odeie, não vai embora.— Cecília murmura com um expressão de choro enquanto ainda dormia.

Acaricio suas bochechas enquanto eu a observava voltar a relaxar a expressão.

— Eu não vou deixar você, estou aqui meu amor!.

Me aproximo mais dela sentindo seu corpo quente perto do meu e isso me trazia uma paz que eu não entendia, ela era a calmaria e o ficarão na minha vida, tudo em Cecília me intrigava seu jeito mandão, seu vício em algumas coisas específicas como pimenta, novelas e realitys culinários, o quão inteligente ela é e como ela ama super heróis tudo isso nela me fascinava, ela é única, para mim ele é brilhante.

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