Capitulo 65•

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Estou sentado no sofá da casa do senhor Mateo com uma bolsa de gelo no meu abdômen enquanto dois pares de olhos me observava com atenção, no fundo eu ouvia Cecília procurando alguma coisa pela casa enquanto gritava " espera." Por diversas vezes, quando se trata da minha gatinha nada é simples e fácil e na maioria das vezes eu sou atingindo por ela como um raio, deixo anotado em minha mente não assustar mais ela ou chegar de fininho tão perto.

— Então... você vai almoçar com a Cecília?.— Felippo diz me observando atento.

O encaro confuso a sua pergunta, sei que Cecília considera eles a sua família praticamente mas a intromissão dele e o modo como achar que pode se meter em nossas vidas me deixa um tanto quanto desconfortável.

— Sim, como ela deve ter avisado acredito eu.— Digo sério do mesmo modo.

— Será só isso?.— Ele pergunta.

Eu estava pronto para respondê-lo quando o senhor Mateo se adiantou.

— Felippo deixe eles, Cecília já é grande e sabe se cuidar. Ela não é indefesa.

— Pode não ser pai mas também não está sozinha, ela tem uma família.— Felippo diz a ele.

Tiro o gelo do meu abdômen e me ajeito na sofá.

— Algum problema delegado?.— Digo a ele sério.

— Nenhum Juiz.— Ele responde do mesmo modo.

— O que Felippo quer saber Oziel, é se nossa menina está segura com você, se podemos confiar em você.— Senhor Mateo explica calmamente.

— Com toda a certeza senhor Mateo, eu não deixaria nada acontecer com ela. Dou minha palavra.

De algum modo saber que ele se preocupava desta forma com ela fez meus ombros relaxarem, eu não sei tudo sobre a vida de Cecy, na verdade acredito que eu esteja longe de saber o mínimo mas sei que ela sente falta da sua família, principalmente de sua avó ela nunca me contou o que aconteceu com eles ou do porque veio realmente para um Itália, são segredos delas que eu respeito e dou o tempo para que ela confie em mim e algum momento se abra mas por hora, sua família Itáliana me alegra por protegê-la.

— Cecília é minha irmãzinha também cara, não me importo se você é juiz se eu souber que a machucou irei atrás de você.— Felippo avisa sério.

Eu gosto de saber que ele a via como uma irmã e que estava disposto a me machucar se eu ousasse machucá-la, o que não iria acontecer. Seria mais fácil Cecília me machucar, essa era a mais pura realidade.

— Fico feliz em saber que a considera como uma irmã.— Digo sendo sincero.

— Cecília é nossa família também Oziel, a vejo como uma filha, tenho muito carinho por ela.— Senhor Mateo conclui.

— Eu cuidarei dela muito bem, até onde ela me permitir.

— Ela é complicada e silenciosa muita das vezes mas sei que tem motivos para isso.— Senhor Mateo diz.

— Pronto!.— Ela aparece na sala com os cachos jogados no rosto.— Eu tinha esquecido a sobremesa que fiz para sua família, ainda bem que voltamos.

Ela diz mas se dá conta do real motivo do porque tivemos que voltar, ela morde os lábios da forma sexy de sempre e logo o rubor em suas bochechas surgem.

— Vamos então.— Me levanto.— Estão todos nos esperando.

Ela concorda com a cabeça se despedindo. Abro a porta do meu carro para que ela entre mas ela para me encarando com um biquinho fofo.

— Olha Ozy, me desculpa mesmo.— Ela diz piscando os olhos de jabuticaba.

Dou um sorriso e beijo sua testa suavemente.

— Eu fico contente em saber que você se defenderia bem de um ataque.

Cecília abre um sorriso e entra no carro, fecho a porta e dou a volta entrando e seguindo caminho até a casa dos meus pais.

Cecília amarrava e desamarrava o lenço que enfeitiçava a travessa com a sobremesa, ela tentava fazer um laço e toda vez que não saia como a mesma queria ela soltava um suspiro de frustração e começava de novo foi assim até a gente chegar na casa dos meus pais, muitas tentativas de laços e um infinita conversa sobre a Marvel e o próximo filme que seria lançado.

— Vamos?.— Desço do carro rapidamente e vou para o lado dela abrindo a porta.

— Oziel, o que estou fazendo aqui?.— Ela diz claramente nervosa.— Almoço com sua família? Quer dizer, não é demais. Nosso acordo tinha isso? Não tinha eu me lembro de tudo. Isso aqui é um golpe.

Sorrio por vê-la tendo uma pequena crise de surto.

— E eu não consegui nem arrumar esse laço maldito.— Meu sorriso só aumentava.— Oziel, do que você está rindo?.

— Você não precisa ficar nervosa por isso, é apenas um almoço. Aliás não vejo problema em almoçar com a minha família quando a sua até me ameaçou.

Cecília arregala os olhos e me encara confusa.

— Ele te ameaçou.— Ela murmura surpresa.

— Felippo aliviou o coração acredito.—Explico e a vejo soltar o ar que estava segurando e em seguida sorrir parecendo contente com a ideia dele ter feito isso.

— Quando ele te ameaçou?.— Ela pergunta.

— Verbalmente? Hoje mas a tempos ele me olha como se quisesse me passar um recado.

— Seu pai, Mateo, não fica atrás. Acho que nessa família até Morgana irá me ameaça e quem sabe talvez até Madalena ou Ophelia.— Brinco.

— Morgana com certeza faria isso, mas Madalena ainda não entende isso só pensa nas suas novas bonecas e Ophelia aprendeu a palavra " pai" recentemente, acredite, te xingar exigiria muito do limitado vocabulário dela.

Retiro a travessa de sua mão e apoio no meu carro dando um laço totalmente sem jeito vendo ela solta um gritinho de indignação.

— De jeito nenhum eu vou dar isso assim para sua mãe, o que ela vai pensar.— Ela me empurra levemente com os quadris.

— Cecília...

— Sai para lá, me deixa arrumar direito.

— Meu laço está perfeito.— Digo e ela ri em deboche.

— É o pior lado que eu já vi alguém fazer na minha vida.— Diz ela totalmente afobada.

— Você está surtando mulher.

Cecília se vira para mim totalmente indignada, eu morria com essa verdade mas não admitia que vê-la desse jeito era divertido, eu poderia irritá-la pelo resto da vida e não me cansaria de ver sua expressão de latina fogosa pronta para explodir.

— Escucha cabron, não é assim que a banda toca. Não posso chegar com qualquer coisa de qualquer jeito.— Ela bate o dedo no meu peito.— Você me colocou nisso agora me deixa fazer meu laço perfeito.

Ela solta o ar e se vira novamente terminando o laço enquanto eu, com muito custo, escondia a risada. Demorou duas tentativas até que ela se desse por vencida e decidi se que aquilo era o suficiente.

— Acho que não consigo nada melhor!.— Diz vendo o laço.

Ela se vira para mim segurando a travessa de sobremesa com o laço encima segurando perfeitamente arrumado, logo em seguida pisca os olhos para mim.

— Desculpe Cariño, acho que posso estar um pouco nervosa, só um pouquinho.— Ela fica na ponto dos pés tentando se aproximar do meus rosto.

Que mulher de sangue quente.

— Suas garras são afiadas o suficiente para mim gatinha, eu gosto quando você mostra todo seu potencial fogoso.— Beijo a ponto do seu nariz e depois dou um beijo em seus lábios.

Ela suspira e como se tivesse levado um vento de coragem contra seu rosto, Cecília anda até a entrada confiante.

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