Capitulo 56•

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Círculo o salão verificando se estava tudo em ordem ao poucos as pessoas vão chegando, Felippo e sua namorada Vivi junto a seu amigo Xavier, Erick e Ly, Ana e Aaron, Oziel, Orion e Alina, Gael e  Gaspar, até mesmo Morgana surgiu com Peter e claro a incrível Olivia e seu pupilo do brilho, Miguel em seu terno nada despercebido. Noto que James também estava na festa e isso me deixa um pouco tensa por saber que ele não iria deixar a nossa conversa para lá, não fazia seu tipo desistir tão rápido da sua sede pôr vingança.

—Puxa isso aqui ficou muito bom.— Morgana se aproxima de mim.

Ela estava deslumbrante no vestido preto de sétimo que deixava suas costas nua.

— Achei que não iria vir.— Pego uma taça de vinho.

— Eu também achei mas parece que Peter não tinha opção também.— Ela da os ombros.

— Fico feliz que esta aqui.— Admito.

— Decidi que vou aproveitar cada vinho da coleção do pai, estou amando saber que sou  filha de um produtor renovado de vinhos.

Sorrio com seu comentário e vou para a cozinha, vejo que todos já estavam com o fogo acesso e isso me deu uma enorme vontade de colocar o avental e os ajudá-lo mas a senhora Ângela disse que hoje seria o meu dia de representar e não cozinhar, mesmo assim eu aproveitava para tirar dúvidas de técnicas com Léo, o chefe de cozinha maravilhoso enquanto óbvio beliscava as comidas.

— Essas cerejas estão divinas, o que vai fazer com elas?.— Pergunto comendo mais uma.

— Se você deixar o suficiente, pretendo fazer uma panna cotta de sobremesa.— Ele diz divertido.

— Três não vai te fazer falta, desconta no meu prato.— Brinco pegando mais um e saindo de perto dele antes que ele reclamasse.

— Senhorita Cecília, poderia nos ajudar na escolha dos vinhos?.— Um garçom pede me entregando o cardápio.

Começo a ler tudo atentamente, eu já tinha experimentado os vinhos da nova safra do senhor Mateo então tinha alguma ideia de combinação, além de passar a noite e a tarde toda pensando sobre o assunto.

— O vinho branco deve ser servido com frutos do mar, saladas coisas que sejam mais leves pois sua formulação é mais forte e assim dá para saborear o gosto sem atrapalhar os outros acompanhamentos. Agora se for o vinho tinto seco vai com todas essas variedades, carnes vermelhas, frango entre outras e para as massas os vinhos suaves vão cair bem.

O homem me olha fascinado mas também um pouco confuso.

— Quando o jantar começar estarei aqui, vou ajudar não se preocupe.— Aviso tocando em seu braço.

Andei mais um pouco pelo salão cumprimentando algumas pessoas que o senhor Mateo queria, ele sempre me tratava com muito zelo, o seus sócios se demostraram respeitosos e educados ao discutir comigo sobre o evento e sobre a forma como eu estava administrando a apresentação das novas garrafas de safras, todos pareceram contentes pela minha explicação de apresentação e também pela forma a qual eu iria introduzir essa novidade.

— Vem aqui comigo gatinha.— Oziel segura minha mão com delicadeza me levando até a mesa onde estava sua família.

Os pais deles notaram a minha presença, Ana e Alina abriram um sorriso, Aaron olhava confuso para mim, Orion deu um sorriso de lado e Orfeu, o irmão mais novo simplesmente não estava se importando com nada ao seu redor.

— Cecília amiga, está linda.— Ana me elogia.

— Sim muito linda.— A senhora Julieta, mãe deles diz e eu sinto minhas bochechas aquecerem.

— Muito obrigada.— Aperto a mão de Oziel e isso chama atenção da mesa, até mesmo de Orfeu.

— Então querida, sente-se conosco para jantar.— A mãe dele pede.

Senhora Julieta é uma mulher muito elegante, educada e dona de uma beleza de ser invejada, os fios dos cabelos loiros como ouro estavam preso em um coque, os olhos azuis da mesma tonalidade de Oziel e o sorriso encantador.

— Sinto muito senhora mas não posso pois estou organizando o jantar, quer dizer, os vinhos.— Explico.

— Mateo deve te considerar da família para te dar tal tarefa importante.— O pai de Oziel comenta surpreso.

— E ela é!.— Ouço a voz do senhor Mateo atrás de mim.— Boa noite família Pelegrín.

— Mateo.— todos os cumprimenta.

— Sua menina é muito talentosa.— A senhora Pelegrín fala.

— Ela é sim, Cecília é esforçada e perfeccionista.— Ele me elogia.— Ela é como um filha para mim.

Meu coração se aquece com aquele comentário, eu sinto lágrimas nos meus olhos e sorrio grata por a vida ter me dado a oportunidade de conhecê-lo, o mais próximo de uma figura paterna que tive.

— Com licença vou falar com um sócio.— O senhor Mateo se afasta.

— Então Cecília já que não pode jantar conosco, venha para um almoço no próximo final de semana.— A mãe de Oziel me pega totalmente desprevenida.

— Almoço? Eu não...

— Não aceito não como resposta!.— Ela diz calmamente.

Olho para Oziel em busca de ajuda mas o mesmo só sabia sorrir.

— Vou leva- la mãe não se preocupe.— Ele diz confiante.

— Eu preciso voltar a cozinha.— Aviso.

— Diga ao Léo para não colocar manjericão no meu prato, ele sabe o que odeio.

Dou um sorriso concordando, volto a cozinha e enquanto vão empregando eu ia verificando os vinhos com os pratos, eu não perdia atenção em nenhum momento, observava se cada prato finalizado estava com o vinho certo além de checar os pedidos, O senhor Mateo e a senhora Ângela estavam confiando em mim, precisava que tudo saísse perfeitamente bem.

Pedi ao garçons que fossem entregando os pratos conforme Léo ia aprovando, o salão fica repleto de bandejas passando de um lado para outro e rosto cheios de satisfação quando dão a primeira garfada, tinha muitas pessoas nesse salão eu não poderia cumprimentar nem metade delas, nunca vi tanto rico juntos.

— Essa é a melhor parte, apreciar a satisfação do trabalho bem feito.— Léo diz ao meu lado.

— Você tem razão mas sua namorada não vai gostar de saber que colocou manjericão no prato dela.

— Eu sei! Fiz de propósito.

Ele pisca voltando a cozinha, observo a mesa do senhor Mateo e ele parece se deliciar com a escolha do vinho que eu fiz, a mesa onde Oziel estava também parecia se deleitar com a comida menos Alina, que estava fazendo uma careta para o prato. Mas ao olhar para o lado de Oziel vejo a mesma mulher que um dia fui ver patinar no gelo, ela estava sorrindo enquanto tocava em seu braço, Oziel também sorria de um forma mais sútil, a loira mexe no cabelo os jogando para trás e deixando seu decote do vestido vemelho combinando com os lábios.

Aquela cena me fez sentir algo que eu não queria, observa-lo me parecia doloroso mas de algum modo meu cérebro me fazia acreditar que talvez aquilo, afinal os dois e do mesmo mundo e acredito que ela não tenha um passado tão merda quanto o meu.

— Pode pegar mais uma garrafa de vinho branco no escritório?.— Leo pede.

— Claro.

Saio da cozinha e vou andando pelo corredor vazio até o escritório, começo a mexer nas caixas quando ouço a porta atrás de mim se abrindo e fechando, abro um sorriso achando que poderia ser Oziel novamente.

— Você por acaso é um tar...

Meus olhos se arregalam meu coração palpita rápido parecia que meus pulamos esqueceram de como se respirava, todos os pelos do meu corpo se encontravam arrepiados.

— Sentiu minha falta maninha?.— Edgar pergunta com um sorriso perverso.

Sinto como se o mundo tivesse desabado em mim.

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