Capitulo 08•

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A primeira briga que eles tiveram foi aterrorizante, no meio da madrugada depois de uma festa na enorme casa, ouvi as empregadas dizendo que essas festas sempre aconteciam e sempre algo ruim também acontecia, minha mãe me mandou ficar no quarto a noite inteira nem mesmo se eu quisesse sair para comer algo não poderia, as risadas eram alta, o cheiro do álcool misturado com cigarro era tão presente que me dava náusea, eu ouvia passos pela casa toda, até que uma noite eu decidi me aventurar e espiar porque eles tanto riam ou porque essas festas eram sempre feitas, vou descalça com cuidado pelo corredor, olhando ao redor para não ser pega, havia uma escada secreta que dava acesso a todos os cômodos daquela casa, abri a pequena porta e me adentrei na escuridão, tateava a parede para não cair, até ver uma luz e então finalmente poder observar escondida o que se passava, ao primeiro momento minha boca se abriu em total espanto, eram mulheres, todas praticamente seminuas, havia muitos homens, bebados rindo descontraídos, como se aquilo fosse o paraíso para eles e ali estava minha mãe, na ponta da parede com um falso sorriso enquanto também observava a cena, meu padrasto estava ao seu lado rindo e conversando animadamente com outro homem de aparência medonha, Alejandro puxa a cintura da minha mãe sem nenhuma delicadeza e como se ela fosse um objeto que pertencente ele, Alejandro apresenta minha mãe ao outro homem.
Me senti enojada ao notar o olhar que aquele homem dará a minha mãe, como se ela fosse seu pedaço de bolo preferido.

— Não somos muito jovens para isso?.— Ouço um voz sussurra perto de mim e dou um pulo com a mão no coração me virando de vagar.— Vai um pouco de Wisky?.

Edgar! Era a primeira vez desde que cheguei nessa casa que ele falou comigo.

O ignoro e volto a observar a festa, arregalo os olhos ao ver uma mulher agachada com o seios para fora chupando o membro de um velho, ele parecia sentir muito prazer naquilo, já a mulher parecia estar morta por dentro, havia muito pó branco, alguns cheirava fazendo uma cara de satisfação e outros fumavam algo extremamente fedido.

— Você é curiosa.— Edgar volta a falar baixinho.

— Você pode sair daqui?.— Peço desconfortável.

— Voce não deveria estar aqui.— Ele lambe o beiço depois de deixar o champanhe escorrer.

Sinto suas mãos na minhas costas e depois o meu corpo é impulsionado para fora, todos os olhos se voltaram para mim, os da minha mãe pareciam que iriam saltar, já os de Alejandro me fitavam com curiosidade.

— Quem é essa belezinha aqui, alguma menina nova?.— Um homem gordo e com aparecia nojenta diz tocando no meu braço.

Dou um passo para trás me desfazendo do toque e olhando para minha mãe que vem ao meu encontro rapidamente.

— Ela não é nenhuma menina de Katia.— Minha mãe explica rapidamente.

Quem era Katia? As meninas de Katia.

— Então quem é ?.— Outro pergunta.

— Minha filha!.— Minha mãe diz com confiança.

Vejo Alejandro mexer a cabeça em negação e se aproximando.

— Ora Alejandro não tinha dito que tinha uma filha.— Alguém comenta com deboche.

Não posso evitar de fazer uma careta com o comentário.

— Ela é minha enteada.— Ele diz sem se importa muito.

Os olhos continuava a nos observar, era como se eu tivesse caído em uma sala repleta de lobos famintos.

— Por que desceu? Por que você veio até aqui?.— Minha mae sussurrava com desespero.

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