Capitulo 62•

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Quando eu finalmente completei 17 anos muita coisa já tinham acontecido na minha vida, a maior parte do tempo eu sobrevivia e me escondia, ainda continuava a fazer aula de autodefesa sempre que podia, além de fugir sempre para casa da minha abuela com meus amigos, acontece que não só minha vida mudou como tudo, até mesmo meu corpo e isso gerou muitos olhares e os piores eram os que vinham de Alejandro, que sempre que podia me prendia no porão escuro e nojento, com o tempo eu aprendi a me cuidar e manter a calma quando estava lá, certa vez quando Alejandro foi me trancar no porão para me ensinar "boas maneiras."   Alguém havia colocado cacos de vidros no lugar e assim que eu caí senti algo cortando meu tornozelo mas eu só soube o que era quando depois de muitas horas presa ali alguém veio me tirar. Gostaria de dizer que minha mãe fazia mais por mim mas a realidade era triste e frustrante, ela não fiz, aliás desde quando eu soube sobre sua vida, seu trabalho e também sobre os traficantes a qual ela devia eu parei de tentar achar qualquer coisa nela que fosse verdadeiro.

— O pai de vocês estão perto de ganhar a candidatura, será daqui um mês e nada pode dar errado.— Minha mãe diz me olhando. — Isso será importante para nossa família, seremos mais importantes do que nunca.

— Isso deve solucionar os seus problemas.— Murmuro a encarando com raiva.

Egoista!.

Minha mãe me dá um olhar de aviso e isso aumenta o sorriso no rosto de Edgar, ele adorava ver nossas brigas era como uma dose de alegria para ele, acredito que o mesmo nunca esteve tão radiante já que eu e minha mãe não tínhamos mais nenhum tipo de conversa a não ser ofensas.

— Contenha os seus comentários desnecessários mocinha, saiba o seu lugar.— Ela diz.

Minha mãe mudando tanto a ponto de ter outra personalidade, se vestia melhor,roupas de marcas, colores, anéis, brincos caros, cabelo impecável além de sempre ordenar nos funcionários, ela está tendo a vida a qual ela sempre sonhou. Me pergunto se o meu nascimento foi um deslize em seu caminho, aparentemente eu não fui o motivo para tirá-la dessa vida ou para distraí-la de seus objetivos, ter tudo o que sempre desejou não importando com o caminho.

— O lugar dela é no porão, como uma rata!.— Edgar diz com humor.

— Edgar! Não diga isso a sua irmã.— Minha mãe diz e eu rio.

— Ele não é meu irmão, Alejandro não é meu pai e eu me pergunto se você é realmente minha mãe no momento.— Cuspo vendo o rosto da minha mãe ganhar uma tonalidade vermelha.

— Cecília Castilho de lá Cruz!

Ignoro seu tom de voz irritado e me levanto saindo daquele lugar, ficar ali vendo ela brincar de casinha e Edgar usar a carta do porão contra mim era exigir demais do meu psicológico, esse que está totalmente abalado. Entro no meu quarto trancando a porta e trocando de roupa, coloco uma calça jeans e uma blusa de manga comprida e meus all star, depois de colocar algumas coisas na minha bolsa saio escondida indo em direção a casa de Bela, a muito tempo descobri que poderia passar a noite fora de casa que minha mãe não iria se importar, desconfio que ela se sente até aliviada quando faço isso.

Depois de andar por um longo tempo finalmente chego a casa de Bela, passo pelo portão cumprimentando o segurança que de todos ali era o mais legal, avisto seu irmão, um dos amigos idiotas amigos de Edgar, encima da moto, não o cumprimento eu fingia que ele não existia assim como o restante, sigo o caminho pelo jardim até chegar na porta da entrada da cozinha.

— Ela não está aí!.— Ouço sua voz.

Paro no mesmo instante franzindo o cenho confusa.

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