ANNELISE: PART.2

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Estranhos com memórias

Eu e Sarah passamos a manhã toda fazendo as unhas. Depois fomos comer — e em seguida passamos o dia todo na piscina. — E foi quando o Mike passou por nós e entregou um papel — está escrito que terá uma festinha privada e escondida na beira da praia — minha melhor amiga me encarou com um sorrisinho.

— Vamos? — ela disse animada.

— Claro! — eu concordei.

A festa acontecerá daqui a pouco ao entardecer. E eu e Sarah ouvimos o burburinho que só algumas pessoas foram chamadas e nem todos estão sabendo.

— Hoje eu quero me divertir bastante! — eu disse sorrindo.

— Vou arrumar alguém para você dar uns beijos. — Sarah disse empolgada.

— Eu não preciso disso. — eu disse calma.

— Anne, já faz umas duas semanas que você não beija.

— E daí?

— E daí que você só está assim por causa do John.

Eu neguei.

— É claro que não! — eu disse rindo.

— Você engana os outros. Mas não a mim. Eu sou sua melhor amiga, esqueceu?

Bufei.

— Vamos fazer um desafio! — ela disse parando de andar.

Eu franzi o cenho.

— Que desafio, Sarah?

— Você vai beijar alguém hoje. — ela disse dando um sorrisinho.

— E eu ganho o que com isso?

— Um beijo. — ela disse como se fosse óbvio. — E eu te conto quem é o garoto número um da minha lista.

— Isso ficou interessante. — eu disse. — Tudo bem, desafio aceito. Você sabe que isso não vai ser muito difícil né?

— Eu sei sim. Até porque todo mundo quer pegar a famosa Annelise Marie Moore. — Sarah disse em uma entonação engraçada.

— Não exagera. — eu ri.

— Mas isso é sério. — ela disse. — O problema é que você não quer. Tenho certeza que tem vários garotos te mandando dm.

— É. Tem sim!

— Eu sabia! — ela disse rindo e entrelaçou nossos braços.

Fomos em direção ao nosso quarto — nos arrumamos para a festa ás pressas — depois de uns vinte minutos — seguimos para a praia — assim que chegamos, nos deparamos com algumas pessoas.

Sarah correu até um balde — que contém gelo e várias cervejas — fico me perguntando como eles conseguiram essas cervejas.

Eu fico parada olhando o mar.

Mike ligou o som — e para a nossa sorte — a praia é um pouco distante da pousada. Então, eles não vou ouvir a festa e nem saber o que estamos fazendo.

Me sentei na areia.

Sarah me jogou uma latinha de cerveja e eu abri.

Tomei um gole.

— Eu vou curtir um pouco. — ela disse e eu assenti.

Sarah foi dançar com os meninos e eu fico vendo a minha melhor amiga se divertir e depois voltei minha atenção para a praia.

— Apreciando a vista? — escutei a voz de John.

Olhei para o lado e o mesmo se senta ao meu lado.

Sinto a brisa bater em meu rosto.

— Uhum. — eu disse apenas.

Ficamos em silêncio.

— Não vai dançar?

— Eu não estou afim. — eu disse.

— Certo. — John disse. — E você está bem? O Noah me contou o que aconteceu ontem.

Arregalei os olhos.

— Ele fez o que? — gritei.

John riu.

— Calma! — ele disse. — Ele disse que te encontrou na praia vomitando e te levou para o seu quarto.

Eu me alivio.

— Ah sim...

— E o seu nariz, como está? — ele perguntou.

— Está ótimo. — eu respondi simples.

Ele não disse mais nada.

E eu também não.

Isso é tão estranho sabe? Éramos namorados e tínhamos muitos assuntos. E agora, somos estranhos. Não temos assuntos e ficamos desconfortáveis um perto do outro.

Isso me machuca muito.

Eu nunca imaginei que na minha viagem do Senior — nós estaríamos separados — lembro-me que fizemos uma lista do que fazer nessa viagem tão esperada.

E agora...

Somos estranhos com memórias.

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