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Dependência emocional

Dois meses se passaram desde os últimos acontecimentos. Eu tentei estudar para as provas que em breve estão chegando. Mas eu não tinha concentração para isso.  Comecei a perceber que — talvez — eu tenha criado uma dependência emocional em John por tanto tempo de relacionamento e comecei a fazer terapia.

Eu tento o máximo não encontrar com ele na escola, mas o que me impede é que tenho algumas aulas com ele. Eu tenho evitado falar ou olhar para ele. Pois quando o encaro — lembranças daquele dia em que ele terminou comigo invade a minha cabeça — e eu sinto vontade de chorar.

Eu confesso que a terapia tem me ajudado bastante. E finalmente consegui apagar todas as nossas fotos. Aos poucos estou superando e me desapegando de tudo.

Eu estou no refeitório da escola com a Sarah.

— Ei? Eu estou te chamando! — Sarah disse de um jeito irritante.

— O que foi?

— Eu estou te falando que temos ensaio com as líderes de torcida. Esqueceu que hoje é sexta-feira?

— Merda! — bati a mão na testa. — Eu nem lembrava desse ensaio. — eu suspiro. — Eu não estou muito afim de ficar.

O ensaio das líderes de torcida é depois da última aula.

— Anne, você não pode ficar assim para sempre. Já tem cinco ensaios seguidos que você não vai. As meninas precisam de você.

— Eu fui no ensaio passado. — eu me defendo.

— E foi embora antes da hora. Errou toda a coreografia. Sendo que é umas das coreografias mais antigas que nós fazemos e você domina muito bem!

— Sinto muito, Sarah. — eu disse. — Eu realmente não estou afim de ficar. Pode dizer para as meninas que eu sinto muito?

Sarah bufou.

— Claro. — ela disse.

Mike Sullivan se aproxima de nós.

— Que cara de luto são essas? — ele perguntou se sentando ao meu lado.

— Isso não te interessa. — Sarah disse grosseira.

Mike revira os olhos.

— E você, Anne? Está bem? — Mike perguntou me encarando.

— Estou bem mal. — eu disse rindo. — Eu não consigo me concentrar em nada, sabe? Estou me sentindo um lixo!

— E tudo por causa do John. — Sarah revira os olhos.

— Ei! Deixa a dor dela, valeu? Só ela sabe o que eles viverem e como ela se sente. Uma hora isso passa! — Mike disse.

Me surpreendo com sua atitude.

— Ok. Não está mais aqui quem falou. — Sarah ergueu as mãos em rendição. — A propósito, hoje vou dar uma festinha lá em casa.

— Do nada? — eu perguntei.

— Não foi do nada. Estou planejando desde segunda-feira. Se você estivesse no planeta terra, estaria ciente. — Sarah disse me encarando.

— Quanta grosseria! — eu disse chateada.

— Desculpas, amiga. Mas eu estou falando com você o tempo todo, mas você não me escuta! — Sarah desabafou.

— Desculpa, ok? — eu disse me sentindo culpada.

— Acalmem os ânimos, meninas. — Mike disse.

— Olha, a festa será as meia-noite. — Sarah disse se levantando.

— Pode ter certeza que eu vou estar lá! — Mike disse animado.

Sarah revira os olhos.

— De qualquer forma, está ciente da festa e do horário. Caso queira aparecer lá, será bem-vinda. — Sarah disse. — Agora vou dar uma volta!

Ela disse e saiu — nem esperou eu dizer nada — me sinto a pior melhor amiga do mundo. Mike percebe o meu estado e faz carinho em meu braço.

— Não liga para o que ela diz, ela é uma vaca. — Mike disse e deu um sorriso.

Eu e Mike demos uma aproximada durante esses dois meses que se passaram. E agora nos consideramos amigos.

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ANNELISE: PART.2Onde histórias criam vida. Descubra agora