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tittle:
Shopping

No meio da aula de literatura — mamãe mandou mensagem avisando que me buscaria na escola — e que iríamos dar uma volta no shopping. Eu estranho a sua atitude, pois ela está sempre atolada com coisas do seu escritório. Mas mesmo assim fico muito feliz por passar a tarde com ela.

Quando o último sinal tocou, eu fui para o estacionamento e pude ver o carro da mamãe estacionado. Ela buzinou três vezes e abaixou o vidro do carro.

— Oi, gatinha? Vamos dar um rolê? — ela disse fazendo gracinha e eu dei risada.

Abri a porta do carro e entrei no mesmo.

— Mãe, o que é isso? — eu disse rindo.

— Ué? Não é assim a linguagem dos jovens hoje em dia? — ela deu partida no carro.

— Você não existe, sério. — eu disse rindo. — Cadê a Anna?

— Ela vai passar o final de semana na casa da amiga. — mamãe comentou.

— Ah sim. — eu disse simples.

Eu e mamãe fomos o caminho todo conversando. Ela me perguntou como está sendo a terapia e eu contei cada detalhe. Foi ela quem me incentivou a começar ir nas consultas, pois disse que eu estava com dependência emocional.

Chegamos no shopping.

Nós entramos em cada loja e saímos com várias sacolas. Mamãe desconhece a palavra limite. E eu também.

Eu confesso que, estando com ela aqui me distraindo, me faz esquecer de tudo que aconteceu.

— Esse vestido ficou maravilhoso em você. — mamãe disse aplaudindo e eu dei uma voltinha.

O vestido é longo e vermelho.

— Eu amei esse! — eu disse dando um sorriso. — Vou levar! — eu disse voltando para o provador.

Tirei o vestido e peguei os outros cinco que eu havia experimentado. Eu vou levar todos eles. Nem olhei o valor. Vesti a minha roupa normal e sai do provador.

Vejo minha mãe conversando com Elizabeth. Assim que ela me ver, ela me deu um abraço apertado. Agora ela está ciente que eu e John não estamos mais juntos.

— Oi, querida. Como você está? — ela perguntou carinhosa.

— Eu estou bem. E a senhora? — respondi.

— Eu estou bem. Ás vezes me sinto indisposta, mas depois me sinto ótima. — ela sorriu.

Eu me preocupo.

— Elizabeth, você tem que se cuidar. — mamãe disse. — Eu não quero ter que ver você naquele sofrimento de novo!

— E nem eu. — eu disse.

Quando eu conheci o John, a sua mãe estava fazendo um tratamento para câncer — lembro-me que foi uma época muito complicada — mas no final deu tudo certo.

—Não precisa se preocuparem. — ela sorriu. — Eu estou ótima!

— Assim espero. — mamãe disse.

Elizabeth deu um sorriso.

— Eu vou indo, ok? Tenho um compromisso daqui a pouco!— ela piscou. — E Anne, ver se aparece lá em casa, viu?

— Eu vou sim. — eu disse sem jeito.

Elizabeth se despediu de nós e foi embora.

— Aquele sorriso dela não foi muito convincente. — mamãe disse desconfiada.

— Porque?

— Eu estou achando ela estranha, Anne. Parece que ela está escondendo algo. — mamãe comentou.

— Mamãe, você está com paranóia. — eu disse. — Ela está bem!

— Mas você viu ela dizendo que estava se sentindo indisposta esses dias. E se?

Eu fico pensando por alguns segundos — me lembro do dia do jantar em que ela foi descansar pois não estava se sentindo bem — eu me nego acreditar que ela esteja doente novamente, e ignoro esse pensamento.

— Ela está bem, mãe . — eu disse tentando convencer a mim e minha mãe.

— Bom, tomara. — mamãe disse. — Vamos comer algo? Não comemos ainda!

— Verdade, eu estou faminta! — eu disse.

Fomos até o caixa da loja e passamos nosso cartão sem limites. E depois seguimos para a praça de alimentação.

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ANNELISE: PART.2Onde histórias criam vida. Descubra agora