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Enjoos

A nossa viagem infelizmente chegou ao fim. E a nossa saída ficou marcada para duas horas da tarde — hoje é domingo — Eu e Sarah arrumamos as nossas malas e fomos para o ponto de encontro.

Eu queria muito ir no mesmo ônibus que a minha melhor amiga. Mas a Srta. Kim não permitiu. Todos voltariam no mesmo ônibus e poltronas.

Eu não queria ter que passar duas horas de viagem ao lado do Noah Cameron. Mas eu não tinha muita opção.

Eu entrei no ônibus e fui em direção ao meu lugar. Me sentei na poltrona da janela. Aos poucos, as pessoas foram entrando, inclusive o Noah.

— Eu quero ficar na janela. — ele disse sério.

— Vai ficar querendo. — eu disse dando os ombros.

Peguei o meu remédio para enjoo.

— Quantos anos você tem? Cinco?

Eu reviro os olhos.

— Eu cheguei primeiro.

— Mas eu vim nessa poltrona da janela!

— E infelizmente para você, vai voltar na poltrona do corredor. — dei um sorriso.

Noah bufou.

Ele se sentou ao meu lado em silêncio.

Tomei o meu remédio sem água mesmo.

A vinda para a pousada foi bem tranquila quanto aos enjoos. E estou torcendo para a volta pra casa ser assim também.

Uma professora fez uma checagem para ver se todos estão aqui. E depois saiu do ônibus. E alguns minutos depois, sinto ele ficar em movimento.

O Noah está quietinho ao meu lado mexendo em seu celular. Espero que ele fique assim até o fim da viagem. Olhei para a tela do seu Iphone de canto de olho e vejo ele flertando com uma menina por mensagens.

— Quer participar da conversa também? — ele me encara.

Eu levo um susto.

— Como é?

— Você está olhando as minhas conversas, moranguinho.

— Eu não estou. — eu minto.

— Ah conta outra! — ele revira os olhos.

Sinto uma enorme vontade de vomitar.

— Eu estou passando mal. — minha voz saiu por um fio.

Noah me olhou rapidamente.

— O que? Do nada?

— Eu quero vomitar. — eu disse desesperada. — Preciso ir ao banheiro!

Noah se levantou da sua poltrona e deu passagem para eu passar. Fui até o banheiro rapidamente — para a minha sorte não tem ninguém — me ajoelhei no chão e comecei a vomitar dentro da privada. Escuto a porta sendo aberta, e alguém segura o meu cabelo em um rabo de cavalo.

Depois de alguns segundos, olhei para cima — e me deparo com o Noah — ele tem uma preocupação em seu olhar. Me levantei do chão com cuidado e lavei a minha boca.

— Que porra foi essa? — ele perguntou.

— Eu tenho enjoo quando ando de ônibus. — expliquei.

— E você está bem agora?

— Acho que sim. — dei um sorriso.

Eu não sei o que aconteceu — mas um movimento brusco do ônibus — fez eu e Noah se desequilibrar. Noah foi jogado para um lado do banheiro minúsculo do ônibus, e eu fui jogada para cima dele.

Os nossos corpos se chocam um com o outro. Sinto o meu coração acelerar e meu cabelo cair em meu rosto. As mãos de Noah vem de encontro com as minhas mechas ruivas, e coloca atrás da orelha.

Parece que tudo ficou em câmera lenta.

E foi quando pude observar cada traço de Noah Cameron. E perceber o quanto ele é realmente lindo. A sua boca, seus olhos escuros como a noite e seu cabelo pretos caído em seu rosto. Tudo é perfeito nele.

Saímos do transe quando a porta foi aberta pela professora.

— Está tudo bem? Ouvi um barulho vindo daí! — ela comentou. — O que estão fazendo aí?

— Eu estava vomitando. — eu disse me afastando de Noah e sai do banheiro. — O Noah veio me ajudar.

— E está tudo bem? — ela me encarou preocupada.

— Sim, estou! — eu disse e voltei para o meu lugar.

Noah veio logo em seguida.

— Eu tenho balas aqui. Minha mãe diz que corta o enjoo. — ele me estende uma balinha de menta.

— Obrigada. — agradeci.

— Olha só, ela é educada. — ele fez gracinha.

Eu reviro os olhos.

— Vai a merda. — eu disse abrindo a bala e coloquei na boca.

Não demorou muito para eu adormecer nos ombros de Noah.

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ANNELISE: PART.2Onde histórias criam vida. Descubra agora