| 007 | ❤️

9 1 0
                                    

tittle:
Faz parar de doer

Meu pai se senta na ponta da minha cama e eu deitei minha cabeça em seu colo. Sinto ele fazer carinho em meu cabelo. E eu continuo a chorar.

— Meu amor... — mamãe disse. — Quer nos contar o que houve?

Eu funguei o nariz.

— Se não quiser contar, tudo bem. — papai disse calmo.

Eu respiro fundo.

— O John terminou comigo. — eu disse direta.

Meus pais se encaram surpresos.

— O quê? — mamãe disse chocada.

— Do nada? — papai disse confuso.

— Ele disse que estava sufocado e queria curtir a vida. — resumi.

— Mas que filho da puta. — papai disse bravo. — Como ele ousa fazer a minha filha chorar?

— Querido, calma. — mamãe disse. — Annelise, querida, possa ser que ele tenha tomado uma decisão precipitada e depois mude de ideia...

Eu neguei com a cabeça.

Controlei o meu choro.

— Ele me disse com todas as letras que não foi uma decisão do nada. — eu contei. — Isso está doendo muito!

— Ah, querida... — papai disse.

— Faz parar de doer, por favor. — eu pedi em prantos. — Eu só quero que isso passe!

— Eu queria muito poder arrancar isso de você, querida. Mas eu não posso. E só o tempo vai te curar sobre isso. — papai disse calmo. — Por favor, pare de chorar. Amanhã vai amanhecer com o rosto inchado.

Eu me levanto e fico sentada — no meio dos dois — fecho os olhos e tento me controlar. Eu nunca chorei tanto como hoje. Mas não está sendo fácil para mim.

Era um namoro de três anos. Não era três meses, três dias, ou três horas, era três anos. Foram muitos momentos, brigas, reconciliação e muitas metas para serem cumpridas. Mas tudo isso foi jogado fora por ele, apenas para viver de momentos vazios.

— Eu vou pedir para a Marie trazer remédio para dor de cabeça pra você. — mamãe comentou e se levantou. — Já volto!

— Eu não esperava uma atitude dessas do John. Ele é um garoto tão educado e simpático. — papai disse. — Nunca imaginei que ele fosse ferir os seus sentimentos.

Eu fico quieta.

— Mas querida, se ele tomou essa decisão, tudo bem. Você ficar se acabando de chorar, isso não está tudo bem. Eu sei que está doendo muito e é um direito seu sofrer, mas não é uma escolha. Por que, enquanto isso, ele está lá curtindo a festa dele. E eu não quero filha minha, sofrendo por garotos filho da puta que não merece uma lágrima sua. Isso eu não aceito!

Papai enxugou minhas lágrimas.

— Amanhã é domingo, vou marcar um spa day para você. E segunda-feira, começa as aulas, e eu não quero você chegando na escola com cara de sofrida, quero que mostre que quem perdeu foi ele e você está muito bem, mesmo que não esteja ainda. Ok?

Eu assenti.

— Ótimo. — papai beija a minha testa. — Eu juro que se eu ver esse John, vou socar a cara dele!

— Pai... — eu o repreendo, mas dei um sorriso.

— Pelo menos você sorriu. — ele levanta e coloca as mãos nos bolsos de sua calça social.

Marie entra no meu quarto com o remédio e copo d'água. Tomei o medicamento e ela saiu do meu quarto em seguida.

— Está melhor? — mamãe aparece no quarto.

Assenti.

— Ver se dorme um pouco, ok? — mamãe aconselha. — Amanhã vou pedir para Marie preparar um chá de camomila para você.

— Obrigada. — agradeci.

— De nada, querida. Boa noite. — mamãe beija a minha testa.

Os dois saem do meu quarto.

Tranquei a porta de chave e me joguei na cama — nem me importo se continuo com o meu vestido sujo da bebida que Noah derrubou em mim — apenas tirei meus saltos e joguei em algum lugar do quarto.

Peguei o meu celular e comecei a ver todas as fotos que eu e John temos juntos. E é impossível conter as lágrimas.

🔸

ANNELISE: PART.2Onde histórias criam vida. Descubra agora