CAPÍTULO 38 - Só segura a minha Mão!

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Capítulo 38 - Só segura a minha Mão!
Pov. Narrador

Luiza tentou se manter serena mas a figura do João ali na sua frente com todo o jeito dissimulando foi a gota d'água que transbordou no seu copo. Ela passou do limite que conseguia suportar, afinal ainda estava em um processo de melhora. Luiza nesse último ano quando decidiu ir para Búzios tratar sua saúde mental lidou com uma longa caminhada pela frente, um processo de autodescoberta, enfrentou seus demônios e lidou com seus traumas tão enraizados que muitas vezes quase perdeu a batalha para sua própria mente, senão fosse o amor pela Cecília e Valentina e a amizade do Casal GG e Anna mesmo de longe que mandava força e fazia questão de conversar com ela todos os dias para incentivá-la, teria sucumbido. Um dos problemas que ela teve que tratar foi seu transtorno explosivo intermitente, seus surtos de agressividade não era só um traço de sua personalidade de "pavio curto" mas sim um transtorno comportamental, mas com muito esforço vem conseguindo administrar com terapia, meditação, atividade física, criando um ambiente tranquilo e saudável. Mas venhamos e convenhamos as últimas vinte quatro horas ela foram tão intensas que ela não teve tempo suficiente para respirar, muito menos meditar e tão pouco para pedir uma sessão extra para sua psicóloga ou psiquiatra. E no meio da agitação do dia ainda misturou em uma fração curta de horas, sem que percebesse, o seu remédio para controlar as crises de ansiedade com duas doses generosas de uísque, que era um dos velhos hábitos autodestrutivos que ela evitava.
Essa foi a primeira vez que seus surtos de raiva passaram de agressões verbais para uma agressão física.

Ela simplesmente ganhou uma força descomunal, não ouvia nada ao seu redor, foi como queimar um pavio em um mar de pólvora. Não deu tempo para ninguém segurar, depois dos primeiros socos, João começou a se defender e isso só piorou a situação, Luiza batia nele com vontade, seu rosto já estava bem machucado, ele conseguiu acertar alguns nela, as amigas gritavam por ajuda, Margot e Gê tentaram tirar ela dele e levaram algumas cotoveladas e empurrões, os seguranças viram a movimentação e com isso conseguiram separar os dois, Luiza só não voltou a bater nele estirado no chão sem força porque Gê aproveitou o seu descuido e imobilizou-a abraçando por trás e travando seus braços e perna com seu corpo. Com a gritaria das meninas, Verônica, Elisa e Valentina desceram correndo, as crianças por sorte continuaram dormindo.

Gê - Lu, eu tô aqui, sou eu, vem respira comigo, sente minha respiração, lembra o que a Drª Ashley disse para você, mentaliza coisas boas. - vai falando e Luiza agora já chorava, o surto de agressividade no final sempre deixa um rastro autodestrutivo em Luiza e esse era a maior preocupação da amiga. Ela se vira para Grazi e Elisa - amor corre e pega a medicação dela no escritório, se não tiver lá, tem sempre na bolsa dela. - as duas se dividiram para ir atrás do remédio, Valentina foi no banheiro e voltou com um malinha de primeiro socorro, estava nervosa nunca tinha visto ela assim e seu rosto está sagrando. Se aproximou ficando sentando na frente dela, queria dá amor e carinho a sua namorada. Mostrar que estava ali e não tinha motivo para ficar envergonhada com o que aconteceu. Margot adentrou a sala com o nariz escorrendo, possivelmente quebrado, foi em direção ao grupo de mulheres.

Ma - Eu já chamei a ambulância para ele, como ela está? - falou se aproximando preocupada.

A - Ela vai ficar bem né gostosa! Foi só um momento. - fala Anna e Luiza chora abaixando a cabeça envergonhada abraçada a Gê que agora saiu da imobilização e abraçava carinhosamente - Eu sei que você teve motivos e eu estou ao seu lado, aliás todos nós estamos não é pessoal. - Fala olhando para as mulheres ao seu redor que concordaram, Verônica apareceu com um copo de água com açúcar, na hora foi o que pensou. Grazi também aproximava com o frasco do medicamento.

Vê - Ela não pode tomar eu acho, durante nossa conversa no escritório ela tomou duas doses de uísque bem generosa, coisa de quase quatro dedos cada. - Aquela informação fez acender todas as sirenes pra as quatro mulheres ali da sala que sabia o que a bebida, no caso o uísque, significava para a empresária.

JUST A WEEKOnde histórias criam vida. Descubra agora