É fato de que maioria das meninas já tiveram uma fase, lá na infância, em que seu sonho era viver como uma princesa. Com um castelo, um príncipe, poderes mágicos. Nos filmes da Disney, o roxo era muito usado com personagens do mal. Como a Rainha Má, em Branca de Neve; Malévola, em Bela Adormecida; Úrsula, em Pequena Sereia.
Apesar de colocar essa cor de uma forma tão negativa, pra mim ela tinha outro significado. Era a magia em si, a variedade e grandiosidade em conseguir lidar com qualquer situação, sendo boa ou ruim. As vilãs me impressionavam, ainda mais do que as princesas. Elas planejavam, sentiam na pele que nem sempre as coisas funcionam como queremos, elas tentavam, falhavam, mas voltavam.
As princesas são delicadas e com os pés fora do chão, em um mundo mágico feliz, com seus vestidos impecáveis, amor de seus príncipes fiéis, que mesmo quando as coisas fogem do controle, elas não têm muito problema em resolver, já que maioria das vezes têm ajuda de alguém ou algo.
Os príncipes eram partes dos filmes que eu não entendia. Desde criança, não via muito sentido em colocar um par romântico para as princesas que, na maior parte do tempo, conseguiam fazer tudo sozinhas. Eu trouxe essa imagem pra mim, mantendo minha solitude e querendo dar a visão de que eu não precisava de um príncipe.
Até que um cavalheiro em uma armadura destruiu os portões de meu reino e alcançou meu castelo. E, sem querer, ocupou um espaço no meu mundo mágico.
Quando eu te conheci, me via de forma independente e auto-suficiente. Você não era uma necessidade, mas no fim do meu filme eu precisei de você pra vencer.
O problema é que a vida não é um filme, e nem todos os finais são felizes. O meu não foi, e isso me fez odiar os príncipes encantados.
Mesmo me chamando de princesa tantas vezes, acho que pra você eu era a vilã.
Você, no início, me fez sentir tão especial. Como se eu fosse única, trazendo ainda mais tons de cores e criando um universo só nosso. Um palácio com todos os tesouros mais lindos, as aventuras mais inesquecíveis, os beijos que me faziam sentir como a branca de neve sendo acordada pra viver um final feliz.
Você me mostrou que dentre a diversidade que sua companhia me trazia de sentimentos, a mais triste delas era a que eu mais queria ter. Era a magia, o momento de viver como uma princesa, dos tons de roxo que foram aos poucos se relacionando mais uma vez com as bruxas más dos filmes.
Talvez os filmes estivessem certos, talvez o roxo fosse uma cor ruim. Talvez a minha criação de que as vilãs eram mais interessantes fosse por esse exato motivo, eu era uma. Pelo menos na sua concepção, no que você me tornou.
Eu amei você com o amor mais puro e sincero, com a inocência e a esperança. Te amei com tudo que existia em mim, e quando você foi aos poucos mostrando sua verdadeira cor, consequentemente deixando de ser a minha preferida, eu ainda assim estive aqui.
Você se tornou triste, cheio de preocupações, com outros objetivos, outra mentalidade, outras vontades, e eu não mais me encontrava em nenhuma de suas metas para o futuro.
Eu deixei você entrar em minha vida, cavar seu túnel até meu coração, e quando você me tocou, tudo ao meu redor se tornou tão roxo quanto eu imaginei que deveria ser. Mas, ao ver o céu lilás quando eu chegava, você decidiu que o roxo não era pra você.
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✨juro q essa maratona é provavelmente uma das coisas q eu já escrevi q eu mais gostei/estou gostando, é meio diferente do que o meu normal kkkk
