Favela do Vidigal, Rio de Janeiro, fevereiro de 2010.
- Perdemos! O Maicão foi chumbado. Ele era um moleque sangue bom. - Sabiá informava a chefe da notícia e ela o dispensou em seguida.
Juliette, assim se chama a jovem de 22 anos que hoje controla o maior esquema de tráfico de drogas e de armas na favela do Vidigal.
O título de "chefe" é uma herança de seu pai, o famoso fumaça, a dois anos eliminado em um confronto direto com forças de segurança.
Maicão, assim era conhecido, foi um jovem desde os primórdios envolvido com o tráfico de drogas. Sua família era amiga do Fumaça e Juliette o tinha como um aliado.
- E agora Chefe, o quê vamos fazer? - o Cobra a interrogou e Juliette respondeu com o mesmo discurso de sempre.
- Seguir a vida. Seguir a miserável das nossas vidas. Segurar os nossos fardos e reagir como sempre fizemos.
- Vamos pra cima. Vamos queimar um por um. Aqueles macacos não são maiores que nós.
- Claro que sim, mas não podemos fazer isso agora. Estou aguardando um reforço vindo do alemão. Eu já falei que não posso fazer isso só.
- Chefe cê tem a mim cara. Eu tô aqui... Sô teu mano... Não precisa de nenhum porra do alemão. Ali tá dominado pelas pragas e aqui tamô todo mundo junto, no mesmo barco.
- Ele é um cara experiente e eu preciso de alguém mais vivido por que mesmo estando aqui desde os 15 anos, ainda me acho imatura.
- Porra... Cê não abre pra mim,vai abrir pra um estranho aí? Daqui a pouco vai tá abrindo as pernas pra ele também...
O cobra nem fechou a boca e já tinha um 38 marcando sua testa.
- Escute aqui tenha respeito comigo. Por que se o seu respeito faltar, faltará também a minha piedade. Lembra do que eu fiz com o priquito?
Eu tinha 16 anos e ele tentou abusar de mim e eu o matei com 16 tiros.- Me mataria com 22 agora?
Juliette colocou um punhal no pescoço do cobra.
- Primeiro eu te sangro. Depois te vejo morrer. Agora sai daqui seu idiota.
Cobra se recompôs e saiu do esconderijo.
...
Centro De Investigação Policial, Rio de Janeiro.
Rodolffo aguardava ansioso a ordem para entrar e conversar com o chefe. O plano inicial precisava ser alterado por que ele tinha sabido de uma grande novidade que alteraria o rumo de uma importante investigação.
Quando sua vez chegou, ele foi logo sentando-se frente ao tenente Machado.
- Eu vejo que o processo está a todo vapor grande Ribeiro.
- Machado, eu precisava falar com o senhor e dizer que não posso mais ir ao vidigal. É uma operação arriscada, mas o motivo da minha desistência é outro.
- Não aceito a sua desistência. Nem me diga o motivo.
- Minha noiva, ela está grávida e eu não posso deixá-la dessa forma. Operações como essas demoram muito tempo. Eu quero estar com ela nesse período.
- Impossível. A filha do Fumaça te espera.
- Essa garota não pode ser a chefe do tráfico naquele favela. Ela não tem nem tamanho de gente.
- Você está subestimando aquela garota? Dizem que ela é assassina também e se te descobrir não vai ter muita piedade.
- Eu não tenho como parecer um jovem de 25 anos. Isso é um absurdo. Já tenho 34 e mesmo estando magro é impossível isso colar.
- Diga que foram as drogas que te envelheceram. Essa galera toda é assim.
- Eu só quero ficar com a minha noiva e o meu bebê.
- Coloca a chefe na cadeia e fim de jogo para você.
- Não me dispensar?
- Não.
- Só pode ser castigo. Eu ter que conviver com uma fedelha metida a marginal. Eu mereço.
- Ela vai cair no seu papinho rápido, nosso articulador já tem tudo no esquema. Quando ganhar a confiança dela, tudo ficará melhor.
- Eu já falei e vou repetir, não tem jogo de sedução. Sou um homem comprometido e ninguém vai me fazer mudar de ideia.
- Como queira Ribeiro.
...
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Na mira da paixão: impossível escapar
FanfictionDois mundos. Um homem e uma mulher envolvidos em um plano onde o único objetivo é prender bandidos perigosos. Um policial renomado e uma filha do tráfico, o quê pode acontecer?