No Vidigal, uma semana depois.
- Chefe, o maluco chegou. Ele sobe? - o Cobra entrou na sala de Juliette.
- Não. Ele fica onde está. Não é qualquer pessoa que pode vir até mim e você sabe, medida de segurança. Dê as ordens a ele.
Ela deu instruções a Cobra. Ele saiu do esconderijo e Juliette foi olhar o novato que veio especialmente ajudá-lo no fluxo do tráfico.
Usou um binóculo para ter visão privilegiada e sorriu ao ver o seu rosto. Sorriu e disse baixinho: é gostoso!
Juliette era totalmente reservada, certas coisas ela não falava nem com a mãe, mas admitir que um homem era gostoso até a assustou.
- Ei menina, foca! Só é um bandido bonito e bandido bonito também morre. - ela pensou e abanou a cabeça.
...
Três meses depois...
Rodolffo chegou ao vidigal no fim de fevereiro, já estava chegando junho, porém ele nunca havia visto nem o vulto da chefe.
- Essa mulher realmente existe? - ele perguntou a seu colega que já tinha um ano no Vidigal.
- Ribeiro, ou melhor, Piruca, ela não aparece assim, a mulher é cismada. Tá pensando que todo mundo chega perto dela? Não mesmo.
- Martins, ou vulgo Gago, será que ela vai aparecer no baile hoje?
- Acho pouco provável. Tem muita gente. Ela não se mostra a muita gente.
- Você já viu ela frente a frente?
- Uma vez e te digo, ela é bonita. Ôh...
- Penso eu que é feia. Não dá as caras.
- Piruca, tu se apruma.
- Será que estou agradando?
- Dizem que você é impecável. Suas rotas são 100%.
- Claro. Essa mulher deve ter triplicado o patrimônio nesses três meses, mas eu não estou mais suportando isso. Quero voltar.
- Piruca não podemos, não agora, estamos perto. E que tal distrair um pouco hoje. Mulheres, bebidas, música, os bailes são bons.
- Eu vou Gago. Estou precisando mesmo.
...
Enquanto isso em um outro lugar do Vidigal.
- Eu tô bonita? - Juliette perguntou a cabeleireira que a arrumou.
- Linda.
- Não me bajule. Diga a verdade.
- Está muito bonita e com certeza vai parar o baile.
- Eu não quero saber do baile. Mas quero beijar na boca. Afinal, não tô pôdi.
A cabeleireira e ela sorriram.
- O Cobra vai passar mal contigo hoje.
- Não tenho nada com o Cobra e nem quero.
A mulher arregalou os olhos.
- Tu acha mesmo que eu vou passar o dia me arrumando para o cobra? Nunca. Ele não vale a minha depilação, quanto mais o resto.
- Mas Chefe todo mundo acha que vocês são um casal. O vidigal inteiro pensa isso.
- É mentira e se eu souber desse comentário de novo, haverá consequências. Agora pode me ajudar a vestir o meu vestido.
Juliette usava o cabelo completamente solto com cachos nas pontas. Tinha no rosto um composição de sombras clássicas e na boca um batom vermelho fechado que dava muito volume a sua boca. No corpo tinha um vestido preto justo e usava também um salto de 10 cm.
*Inspiração do look.
- Será que impressiono? - ela perguntou olhando-se no espelho.
- Impacta chefe.
E impactou. O Cobra ficou abestalhado ao vê-la com aquela roupa.
- Chefe é você?
- Sou eu.
- Nossa senhora.
- O Piruca, meu maior aliado, já está aí?
- Isso importa?
- Hoje é dia de festa e isso devemos também a ele.
Cobra estreitou os olhos.
- Vai encontrar ele desse jeito?
- Vou e vai ser agora, chame os homens.
Em minutos tinham quatro homens fazendo a escolta de Juliette, enquanto ela avistava o Piruca bebendo um energético no bar junto com o Gago. Sorriu satisfeita por isso, quanto mais sóbrio ele estivesse, melhor seria.
...
O Gago e o Piruca falavam animados no bar quando uma pessoa chamou atenção na multidão.
- Eita... É ela! - O Gago disse ao amigo enquanto Piruca ainda não entendeu a mensagem.
- Ela?
- A chefe.
Sua chegada pareceu assim uma cena de novela e ela apesar de cumprimentar algumas pessoas não fez parada, a não ser na frente de Piruca (o Rodolffo).
...
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Na mira da paixão: impossível escapar
FanfictionDois mundos. Um homem e uma mulher envolvidos em um plano onde o único objetivo é prender bandidos perigosos. Um policial renomado e uma filha do tráfico, o quê pode acontecer?