XXXIX

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Vicente ficou responsável por dá amparo as vítimas e já foi logo fazendo a defesa de Juliette.

- Vocês coloquem nos atos do processo que minha cliente estava feita de refém pelo pai e sua corja. Juliette é mais uma vítima desse psicopata.

Juliette que não gostava muito de Vicente lhe agradeceu pela imensa ajuda.

- Não há de quê. Rodolffo já fez muito mais por mim. Por falar nele, já despertou e me ligaram avisando.

- Eu preciso mesmo ir ao hospital. Será que posso ir ao mesmo que está o meu amor?

- Claro que pode. Vamos na viatura. Vem Juliette.

Vicente as levou juntas para o hospital e foi ali que recebeu informações concretas da morte de fumaça. A família foi avisada e juntas se abraçaram.

- Infelizmente ele buscou isso. Mas eu sinto muito.

- Não sinta. Ele não valia nada. - Exclamou Dulce.

Logo em seguida o telefone de Rodolffo tocou e era Isabela. De alguma forma Juliette viu uma tristeza no semblante de Vicente e antes de atender, ele olhou seu aparelho celular.

- É a Isabela. Pode falar com ela Juliette?

A conversa foi breve mais esclarecedora. Vicente aguardou até o fim da ligação.

- Ela não quis falar comigo?

- Não Vicente. Ela havia dito alguma coisa?

- Não... Eu pensei... - ele interrompeu o raciocínio. - Nada Juliette. Está tudo bem. Agora que já foi avaliada pode ir ver o Rodolffo.

- E você não vem?

- Depois eu vejo ele. A gente não pode se olhar muito. Sabe como é... Ele vai me chamar de louco e um monte de outras coisas. Diz para ele que fique firme, logo a gente marca uma pelada.

- Pelada?

- É... A gente joga as vezes. Sempre jogamos um bom futebol.

- Vicente muito obrigada. De verdade.

- Por nada.

- Eu vou dizer a Bela sobre os seus feitos e a sua honrosa ajuda.

- Não. Evite falar de mim a ela. Sinto que estou sendo inconveniente.

Juliette ficou em silêncio.

- Quando sair a data do seu interrogatório, eu aviso. Fiquem bem.

- Tchau Vicente.

Cabisbaixo ele partiu. Juliette logo foi ver Rodolffo.

O achou já sentado na cama e quando o abraçou ele disse um sonoro 'ai'.

- Desculpa amor. Como você está?

- Recuperando e você?

- Bianca e eu estamos bem, mas foi horrível. Tudo foi como um filme de terror.

- Tocaram em você?

- Não na forma de um abuso sexual, mas com violência sim. O meu pai e o cobra morreram.

- Cada um escolhe o seu destino.

- O Vicente foi muito bom com a gente.

- Eu soube. Ele é um irmão, as vezes é inconsequente, mas não tem maldade no coração.

- Ele gosta da Bela.

- Que Bela?

- A sua irmã...

Rodolffo fez cara de surpresa.

- Não gente... Ele viu a Bela menina... Criança mesmo.

- Rodolffo é sério isso?

- Juliette a gente é diferente meu amor .

- Não é nada diferente. Não julgue o Vicente por que você não pode. Mas parece que a Bela não o quer.

- A Isabela nunca teve um namorado e minha mãe sempre fez suposições sobre a orientação sexual dela.

- É mesmo? Então ela gosta de garotas?

- Não sei. Ela sempre se abriu mais com meu pai. Eles são super unidos e ele a protege muito também. Ela foi criada no campo, mas é muito princesa do papai. Não é da forma que todo mundo tá acostumado com um monte de mimação, mas ele zela muito por ela, afinal por nós dois. O meu pai é o melhor do mundo.

- Seu Antônio é incrível mesmo. Por isso você também é.

- Que eu consiga criar os nossos filhos com o mesmo amor que meu pai nos criou. - ele tocou a barriga de Juliette. - Eu tive um medo absurdo.

- Agora está tudo bem amor.

Eles deram um selinho demorado.

...

Horas mais tarde.

Apartamento de Vicente.

Eram exatas 21:36 horas, Vicente terminava de desligar o computador e logo depois foi até a cozinha tomar um copo de água. Estava cansado e já se preparava para dormir quando o barulho do toque do seu telefone o levou ao sofá do apartamento.

- Alô... - do outro lado só se ouviu uma respiração. - Quem fala?

- Vicente, sou eu. - ele que estava tristonho, sorriu. - A Isabela.

- Oi Isabela. Ainda acordada essa hora?

- Esperei meus pais dormirem para te ligar. Como você está?

- Estou bem e melhor agora falando com você.

- Vicente vamos falar a sério.

- E por que julga que eu não falo sério?

Ela desconversou.

- Me fale como foi tudo hoje?

- O quê tanto quer saber?

- Eu quero saber tudo que puder contar. Principalmente do meu irmão e da saúde dele, também da Juliette e da bebê.

Vicente ia falando e Isabela ouvia e opinava.

Nisso vinte minutos se foram rápido.

- Eu vou ter que desligar Vicente. Meus créditos vão acabar todos.

- Não quero terminar a ligação assim. Vou te ligar.

Isabela estava com o telefone na mão e atendeu a chamada prontamente.

- Agora vai me dizer o motivo pelo qual se sente tão grato ao Rodolffo.

- Não quero falar disso com você. Ainda não é o momento.

- Vicente... Você não vai dizer a todo mundo, eu prometo guardar segredo.

- Não é um segredo. É só uma história triste.

Isabela ficou aguardando ansiosa o desenrolar da história.

...

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