XXVII

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Três semanas se passaram devagar desde que Rodolffo e Juliette chegaram na casa dos pais dele. Ali a vida era modesta e tranquila. Apesar da estranheza e silêncio de Madalena para com Juliette, ali ela sentia-se acolhida e protegida.

Rodolffo estava recuperado do seu ferimento, porém continuava afastado do trabalho. Juliette não era totalmente a favor que ele abandonasse o seu sonho, mas a decisão não tinha retorno segundo o próprio.

Seu Antônio era um bom homem, bom pai e um esposo paciente, ela via que Rodolffo herdou muito dele na personalidade, mas nos traços físicos ele não parecia nem com a mãe, tão pouco com o pai. Aquilo a fazia refletir e querendo ou não pensamentos passavam na sua cabeça.

Isabela, por ser filha adotiva, não tinha semelhança também com os pais, mas era muito amada por todos ali e Juliette já tinha por ela um enorme apreço.

Certa noite Juliette fez algumas perguntas a Rodolffo:

- Amor... Eu te acho muito parecido com seu pai na personalidade, mas não aparência não tem nada nem dele e nem da sua mãe.

Rodolffo sorriu e abanou a cabeça, logo pousou a mão na barriga de Juliette.

- Meu amor... A Isabela é adotada, eu não. Mas meus pais queriam mais filhos, porém eles nunca vinheram. Será que conosco será igual?

- Sua mãe tem algum problema?

- Aparentemente foi meu pai, depois de uma picada de cobra...

Juliette franziu a testa e estranhou aquele relato.

- Eu tinha um ano e o pai foi mordido por uma cascavel. Foi bem difícil e quando a dificuldade de engravidar novamente aconteceu o médico que avaliou os exames dele disse que pode ter sido do veneno que meu pai se tornou estéril.

- Nossa...

- Pois é... Mas veio a Isa para nós e eles realizaram o sonho do segundo filho.

- Rodolffo... Eu posso lhe dizer uma coisa?

- Pode. Tudo que quiser.

- Acho que sua mãe não ama o seu pai.

Rodolffo ficou em silêncio e nada disse.

- Ela não é para ele, como ele é para ela.

- Isso é normal. Eles se amam do jeito deles e eu sempre vi neles um exemplo. Namoraram e casaram, são 37 anos de história. Meu pai me disse que não teve outra mulher além dela e ela não teve outro homem além dele.

- É... Isso é bonito.

- Eu só queria ter sido seu... Ah se eu soubesse que ia te encontrar.

- Isso não importa para mim... O quê eu quero é o nosso presente e o nosso futuro...

- A sua primeira vez foi de um jeito tão banal... Poderia ter sido diferente.

- Seria banal... Eu escolhi assim, mas a minha decisão também incluia ter paixão pelo meu primeiro homem. - ela tocou o rosto de Rodolffo. - Nunca fui de acreditar em contos de amor, mas o meu príncipe apareceu e mudou tudo.

Rodolffo sorriu.

- Foi o meu primeiro e se Deus quiser será o meu único.

- Meu coração fica tão feliz com essas palavras. Eu não me canso de dizer que te venero.

Juntos sorriram e deram um beijo apaixonado.

...

No dia seguinte...

Rodolffo estava acordando cedo e ia para a roça com o pai. Isabela também tinha ido naquela manhã e pela primeira vez Madalena estava sozinha com Juliette.

Sua primeira iniciativa foi ir até o quarto do filho e acordar a nora.

- Acorda vagabunda! - foi o primeiro 'bom dia' que Juliette ouviu ao despertar.

...

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