Fazia uma semana desde o último contato que Rodolffo e Juliette tiveram, mas ele sempre a via, mesmo que não se aproximasse.
Os dias estavam cada dia mais duros e dormir no chão não estava sendo nada se comparado a todo o resto que ele sentia.
Depois do café da manhã, ele foi encontrar Vicente que dizia ter novidades.
- Que aconteceu com você?
- Vicente... Por favor.
- Você está todo torto, o quê foi isso?
- As minhas costas estão me matando por isso estou assim.
Vicente olhou bem para Rodolffo e fez a triste pergunta:
- Por acaso você e a Juliette não são mais um casal?
- Estamos vivendo separados, mas é uma questão de tempo até as coisas se ajeitarem.
- Meu amigo... Que defeito tão grande você tem que todas as mulheres te deixam ou te traem?
- É... Eu tenho um defeito muito grande.
- Até a Juliette te deixar parece brincadeira... - Vicente disse ironizando.
- Eu a magoei e estou pagando um alto preço por isso. Mas o quê vim fazer hoje aqui? Você me chamou dizendo ter novidades.
- Amanhã precisa avisar a Juliette que ela será ouvida novamente, e precisa dizer que ela coopere com as autoridades, isso é um grande passo para a liberdade completa dela.
- Cooperar como?
- Exatamente?
- Quero saber o quê querem dela. Juliette está grávida e esses interrogatórios são muito violentos.
- Querem que ela forneça possíveis paradeiros do pai.
- Não... Eu acho melhor não. Você sabe o quê acontece se pegaram ela?
- Rodolffo é uma chance de vê-la livre de toda e qualquer acusação.
- Ela já deveria ser livre.
- Tem processos de associação ao crime organizado e tráfico de drogas contra ela, não é tão simples assim. Ela está livre por que é réu primária e por que o pai afirmou que ela não é culpada.
- Que horas de amanhã?
- Começa às 10 horas. Mas não se preocupe, vou estar com ela a todo instante.
- Vou avisá-la.
Rodolffo saiu do encontro com Vicente e logo retornou ao seu condomínio.
- Juliette saiu hoje? - perguntou ao porteiro.
- Brevemente. Foi fazer umas compras no mercado ao lado e deixou isso aqui para o senhor.
- Ela já voltou? - Disse Rodolffo segurando a chave extra do seu apartamento e também um bilhete:
"Assim que puder, venha me ver. Precisamos conversar.
Rodolffo foi depressa e logo estava de frente a Juliette. Seus lábios deram um lindo sorriso ao vê-la tão bonita em um vestido justo que desenhava sua barriguinha bem redonda.
- Oi meu amor... Como você está?
Juliette estava séria e baixou o olhar, evitando encarar o homem por quem ela tinha muitos sentimentos.
- Estamos bem e eu te chamei aqui hoje por que é importante.
- O quê aconteceu?
- Eu refleti sobre nós e tomei uma decisão. - Rodolffo viu ela retirar o anel que ele havia lhe dado do dedo e caminhar até ele para lhe entregar. - Nós vamos ter sempre um vínculo, mas não somos mais um casal.
- Juliette... E os nossos sentimentos?
- Somos adultos e sabemos que tudo na vida passa. Não devemos mais insistir em ser um casal por que não somos bem sucedidos como um.
- Eu amo você e sei que também sente amor por mim.
- Sim, mas não vai dá certo como eu achei que daria. - Juliette fez uma pausa e olhou para Rodolffo que estava com os olhos cheios de lágrimas. - Não sou mais sua mulher, mas eu quero que participe da vida do nosso filho ou filha. Hoje tenho ultrassonografia e vou descobrir o sexo do bebê, se puder ir comigo.
- É claro que eu posso, mas estou arrasado com a sua decisão.
- Você merece alguém melhor que eu Rodolffo. Uma mulher mais madura, que seja mais independente e instruída.
- Não. Eu quero você. A mulher que eu desejo é só você, mas não vou te obrigar a nada. Tudo permanece igual. Fica nesse apartamento e eu no do lado, eu arco com tudo que precisar...
- Depois que o bebê nascer vou dá o meu jeito de conseguir dinheiro... Não se preocupe.
- Que jeito? - ele a olhou fixamente. - Não cogite voltar ao vidigal, muito menos com meu filho no colo.
- Está vendo por que nunca daríamos certo? Você não respeita a minha origem e me acusa sem eu ter feito nada. A bandida e o PM, que história de amor sem lógica.
- Não é uma bandida.
- Você diz mas não acredita nas suas próprias palavras. Pelo o nosso filho seremos amigos e nada mais.
- Amigo? Não vou ser falso, eu sou louco por você. Ao te ver eu só tenho vontade de te beijar, te cobrir de carinhos e fazer amor... Ôh Juliette, não faz isso com a gente.
- Você disse que eu não podia ser tão intensa, estou aprendendo a me virar sozinha.
Rodolffo caminhou até ela e ficou muito próximo.
- Não quero ser apenas um acompanhante, um amigo, um pai de fim de semana... Eu sei que errei, mas essa sua decisão não é baseada no meu erro.
- Realmente não é... Simplesmente é o melhor para nós dois e esse bebê.
- Amanhã você tem um interrogatório importante e eu quero te dá apoio.
Juliette ficou assustada.
- O quê vão me perguntar?
- Paradeiros do seu pai. Vão te forçar a falar e isso é muito perigoso. Tanto pela agitação no momento do interrogatório quanto no pós. Seu pai tem pessoas infiltradas na polícia, se você falar, ele vai te caçar.
- E se eu não falar?
- Podem te prender.
Juliette ficou com medo e como num gesto instintivo abraçou Rodolffo. Ele envolveu os braços na sua cintura e respirou o seu cheiro.
- Calma... Nada de mal vai acontecer.
Ela se afastou um pouco dele e o surpreendeu com um beijo apaixonado. Ao todo tiveram uma sequência de quatro beijos, mas quando as coisas estavam muito quentes, Juliette o limitou.
- Não se aproveite da minha fragilidade.
- Mas foi você quem me beijou...
- Por que eu estou carente, mas ficamos aqui e a minha decisão não mudou. Nos vemos as 14 horas, pode ser?
- Sim. Eu estarei pronto.
Rodolffo saiu sorridente por que sabia que Juliette estava movida por orgulho e de alguma forma estava se vingando dele, mas era apenas questão de tempo para eles se acertarem totalmente.
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Na mira da paixão: impossível escapar
FanfictionDois mundos. Um homem e uma mulher envolvidos em um plano onde o único objetivo é prender bandidos perigosos. Um policial renomado e uma filha do tráfico, o quê pode acontecer?