III

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Depois que saiu do centro policial Rodolffo fez uma viagem de 4 horas que o levou a casa dos pais. Eles moravam numa chácara mais afastada do centro urbano e viviam uma vida modesta, igualmente pacata.

Seus pais estavam juntos a exatos 37 anos, entre namoro, noivado e casamento

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Seus pais estavam juntos a exatos 37 anos, entre namoro, noivado e casamento. Rodolffo tinha neles o exemplo de casal perfeito e tudo que ele queria era ter uma unidade familiar como a deles.

Rodolffo é filho único biológico, não por uma escolha, mas por um problema de saúde que os impediu de conceber um novo filho. Mas seus pais lhe deram uma irmã do coração e a mesma vive no campo junto com os pais e hoje ela já tem seus 20 anos.

- Cadê o pessoal daqui? - ele perguntou animado.

Dona Madalena largou tudo que estava fazendo e foi dá um abraço no filho. Seu Antônio veio em seguida e Isabela chegou por último.

- Não diz que vai em outra missão irmão? - Isabela disse o abraçando.

- Vou. E eu precisava estar com vocês antes de tudo.

Juntos, sentaram-se a mesa e conversaram muito para matar as saudades. Até que Rodolffo entrou no assunto que realmente queria falar ali.

- A minha noiva está grávida. Pai, eu vou ser pai agora.

Seu Antônio vibrou tanto. Dona Madalena se emocionou e Isabela começou a pensar nos presentes.

- Só que eu vou a uma missão e tenho medo de não voltar.

- Não diga isso filho.

A explicação foi longa e depois dela veio um pedido:

- Se eu não voltar cuidem do meu filho por mim. Façam que ele saiba quem fui eu. - Rodolffo se emocionou e Isabela o abraçou.

- Irmão tu é muito esperto. Ninguém é palio para você.

- Não é um bom lugar e eu não tenho vontade de ir, mas é o meu dever.

- Tu vai ficar bem depois de lá.

- Eu vou ficar um tempo longe, mas espero voltar em breve.

Os assuntos tristes foram deixados de lado e ele só retornaria ao Rio de Janeiro no início da manhã seguinte. Quando a noite caiu, Antônio sentou-se ao lado do filho e chamou sua atenção:

- Você está mais magro. Está tudo bem?

- Sim. Eu só tive que mudar um pouco para entrar na minha nova vida temporária.

- Filho e a Bruna? E as suas suspeitas? Tudo passou?

- Ela está grávida e eu não quero cogitar nada ruim. Estou com ela a três anos e pretendo ficar o resto da vida.

- Rodolffo, meu filho... Eu já te falei que as coisas não precisam ser a ferro e fogo.

- Eu não consigo ser diferente. Se uma mulher diz que espera o filho de um homem, o sujeito tem que assumir. Mesmo que eu desconfie da Bruna, jamais ia abandoná-la. Eu sei o quê é a dor de um abandono.

- Ainda se lembra da Helena?

- Nunca vou esquecer da Helena. E até hoje eu me pergunto por que ela não quis continuar comigo.

- Vocês eram muito jovens e hoje em dia certas coisas não prendem alguém a outro.

- O senhor foi o único homem da minha mãe e ela está contigo até hoje. Por que Helena preferiu outro, se tinha a mim? Eu fui o primeiro homem dela e mesmo assim fui descartado como um copo sujo no cesto de lixo.

- A vida é feita de escolhas. É só isso que eu tenho a te dizer.

- A Bruna é uma mulher vivida, já teve muito tempo para aproveitar a vida, temos a mesma idade e foi por isso que eu gostei dela. A maturidade é tudo.

- Idade não significa ser maduro. Filho você ainda não é maduro e tudo bem...

- Pai... Eu não sou maduro? - ele olhou com seriedade para o pai.

- Não é e eu tenho medo disso. Seja mais paciente nos julgamentos e pare de se culpar pela Helena, já é tempo.

Rodolffo ficou em silêncio e seus olhos se fecharam. Não disse mais nada ao pai. No fundo sabia que aquelas palavras eram reais.

...

Na manhã seguinte...

Em alta velocidade Rodolffo fez o caminho de volta em 3 horas, mas ao chegar no seu condomínio notou uma certa tensão no porteiro.

- Senhor Rodolffo. O senhor chegou cedo do plantão hoje. - aquele comentário não era comum.

- A Bruna saiu? Não se preocupe, eu tenho uma chave.

- Não está no apartamento. Quer que eu ligue, ligo imediatamente.

- Por que disso? Não precisa dessa cerimônia, eu vou para o meu apartamento, onde vivo com a minha mulher.

Rodolffo disse contrariado e o rapaz da portaria insistiu.

- O senhor não devia ter chegado agora.

- Como é? - ele pegou o elevador possesso e entrou no apartamento já com um revólver em punho.

...

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