XIV

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- Amor... - Juliette chamou a atenção do namorado enquanto ele buscava preservativos. - Acabaram...

- Não me chame de amor. - ele disse muito sério e Juliette sentiu a repreensão.

Ele nunca havia falado daquela forma tão fria e ela baixou a cabeça. Mas no meu instante Rodolffo a abraçou e pediu perdão.

- Eu não quero perder você. Eu tô desesperado.

Juliette o beijou e juntos foram se acalmando.

- Você é o meu amor. Eu juro que não vai me perder.

- Eu também te amo, mas não mereço você.

- Merece sim.

O desejo falou mais alto e eles se entregaram um ao outro. Depois do prazer, Rodolffo cobriu Juliette e a envolveu num abraço.

Ela sentiu as lágrimas dele molharem sua pele e não entendeu o motivo do choro.

- O quê foi? Por que está chorando? Tem alguma coisa acontecendo?

- Eu só quero estar contigo. E sentir isso o quê sinto ao seu lado.

- Mas estamos juntos.

- Eu te quero livre para mim. Para a nossa casa no campo. Para gerar os nossos filhos. Para partilhar os meus dias e noites sem medo ou esconderijos.

- Rodolffo...

- Eu sou um homem antiquado... Acredito no amor e quero ser seu único homem. Eu não quero perder o quê temos, toda a nossa trajetória é tão incrível. Nunca senti nada igual por ninguém na minha vida inteira. Esses dois meses foram os melhores da minha vida toda.

- Não precisa chorar por isso... Estamos juntos.

- A realidade e a verdade da nossa vida esmaga todos os nossos sonhos.

- Mas a gente pode fugir disso para muito longe.

- Para isso acontecer de verdade, muita coisa tem que acontecer e não são coisas simples. Haverá muita dor e não sei se você estará disposta a seguir comigo.

- Estou sim. Eu também não consigo viver sem você.

- Mas o seu pai não vai te deixar sair disso... Não mesmo.

Juliette olhou para Rodolffo com estranhamento.

- Seu pai não morreu Juliette e eu só preciso provar que ele vive para libertar você desse inferno.

- Eu... Eu não posso acreditar... É sério?

- É sério. Ele coordena tudo junto com o cobra. Nunca foi você, é um poder falso. E ainda tem mais...

- O quê? - Juliette disse apreensiva.

- O Cobra possivelmente é seu irmão.

Juliette ficou totalmente paralisada.

- Irmão?

- Isso mesmo. Ele não é reconhecido, mas o poder que ele exerce ali é anormal.

- Eu sempre senti um bloqueio com o cobra. Uma coisa que se assemelha a um nojo e eu lembro que as pessoas diziam que nós deveríamos ter alguma coisa e sempre me contorci com a possibilidade.

- Seu pai incentivava isso?

- Não, mas também não repreendia o Cobra.

- Se o Cobra fica com você o legado fumaça está intacto.

- Que nojo! Deus me livre.

- Enquanto eu viver o Cobra não toca em você.

- Não fala assim. Você vai viver muito tempo, mas mexer com meu pai é muito perigoso. Rodolffo meu pai é muito cruel.

- Eu sei. Ele é mil vezes pior que o Cobra.

- Eu estou com medo. Se o pai tá vivo, ele sabe de tudo. Sabe da gente e que vivemos dessa forma.

- Ele que continue bem morto por que eu não sei o quê sou capaz de fazer se me encontrar com ele. Seu pai é um miserável.

Juliette ficou temerosa, mas não duvidou de Rodolffo e da sua revelação.

...

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