XXV

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- Madalena... Já chega! - seu Antônio começou a gritar.

Rodolffo e Isabela nunca tinham visto nada parecido. Os pais sempre foram muito unidos.

- Madalena... Ela está grávida do nosso filho. Pelo o amor de Deus...

- Não é do Rodolffo. Não é do meu filho. Essazinha está dando um golpe nesse idiota.

- Não fale assim Madalena... Que pecado.

- Você é burro Antônio. Nunca viu um palmo na frente do nariz... Rodolffo não devia parecer com você, mas é idêntico.

- Ele é meu filho. Qual o problema dele ser igual a mim?

- Ele acredita demais nas pessoas e elas o enganam.

Rodolffo resolveu invadir o quarto dos pais.

- Eu não sou mais um menino mãe, mesmo que a senhora ache que ainda sou. Já vivi muitas coisas nessa vida e sei julgar exatamente o quê me faz bem ou não.

- Se ela tá grávida... Não é seu Rodolffo. Essa garota já rodou com todo tipo de bandido. Não sente medo de ter pego uma doença do mundo?

- Somos muito saudáveis, graças a Deus e as coisas não são como a senhora pensa mãe. Mas por hoje não lhe direi mais nada. Vou para o meu quarto e junto de mim está a minha mulher e também o meu filho, então se ainda me ama, nos respeite.

A discussão foi encerrada. Madalena ficou chorando, mas calou-se. Rodolffo foi colocar Juliette no seu quarto e Isabela ficou a ajudando com a instalação.

Ele foi para a área externa e sozinho chorou, mas logo seu pai chegou para ampará-lo.

- Pai, por que tem que ser assim? Será que eu não mereço ter um pouco de paz? Ser feliz?

- Claro que merece e você será feliz.

- Eu não escolhi o amor dessa vez... Ele me escolheu. Juliette não era pra ser, mas foi. No início pensei que seria algo casual. A carência, a solidão, o desgosto, tudo isso misturado foi a combinação perfeita para que eu não dissesse não a ela.

- Então ela foi atrás de ti?

- A iniciativa foi dela, mas eu quis a continuidade. A mãe foi injusta com a Juliette... - ele fez uma pausa. - Ela não é assim como a mãe pensa... Na verdade ela era virgem e eu fui pego de surpresa.

Antônio coçou a cabeça e olhou para Rodolffo. Enquanto isso Juliette aproximava-se e não era vista.

- Já tinha me falado dela... Mas você se sente inteiro nessa relação ou é movido por algum remorso?

- Não sinto remorso... Ela é mais nova, mas não fizemos nada sem comum acordo. Eu estou inteiro para essa mulher, porém tenho medo.

- Medo de quê?

- Somos diferentes. E quando digo diferentes, é algo que pesa. Temos coisas em comum, mas sinto que Juliette não está feliz comigo. Não sei o quê fazer, tenho medo que ela seja mais uma a me deixar, me trocar.

- Devia dizer isso a ela. Diferenças existem e sempre vão existir, mas não são suficientes para separar quem quer estar junto.

- Eu não quero perder a minha família. Pai, eu não vou aguentar dessa vez...

Seu Antônio abraçou o filho e Rodolffo chorou. Juliette ouviu tudo e entrou novamente na casa, perdendo uma parte da conversa.

- O pai dela está solto e vinhemos aqui em busca de refúgio.

- Estão seguros aqui e podem ficar em paz por que essa casa também é de vocês. Vou convencer a sua mãe a melhorar o temperamento. Agora vá estar com sua mulher, ela está num ambiente novo.

- Te amo pai.

- Te amo filho e que o seu filho te ame igualmente.

Rodolffo entrou dentro de casa e foi direto ao quarto. Juliette estava sentada na cama e logo se pôs de pé, o abraçando.

- Eu sei que tenho dado trabalho... Mas não quero ir embora. Não sei viver sem você meu amor. Rodolffo eu te amo. Me perdoa?

- Eu te amo minha linda.

Um beijo apaixonado foi trocado e Juliette grudou a cabeça no peito de Rodolffo.

- Nem pense em me mandar embora por que nem assim eu te deixo. Vai ter que me aguentar agora... - ela disse manhosa.

- Nós vamos vencer todas as dificuldades. Eu prometo. - ele disse beijando os cabelos dela.

- E no futuro estaremos casados e felizes com nossos filhos.

- Sim meu amor.

Juliette tinha em Rodolffo um porto seguro e sentia-se protegida e amada como nunca em toda a vida.

...

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