VII

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- Foi uma loucura. - Rodolffo disse olhando nos olhos dela. - Mas você é irresistível. Linda, cheirosa, beija bem... Pelo o amor de Deus... Eu não medi as consequências por que ninguém é racional totalmente. E meu pai está certo quando me julga imaturo.

Ele colou a testa na dela e inspirou seu perfume.

- O salão inteiro ficou admirado com a sua beleza e você tem tantos caras aos seus pés.

- Mas eu te escolhi. Foram tantas coisas que me fizeram perceber que tinha que ser você.

- A nossa vida é uma caixinha cheia de surpresas, mas eu nunca pensei que você iria se apaixonar por mim.

Juliette se afastou dele, mas foi a vez de Rodolffo manter a proximidade.

- Não posso dizer que sinto o mesmo, mas que você me fascinou, isso eu não nego. Mas não devemos fazer isso de novo.

- Por quê? Não gostou de mim Rodolffo?

- Eu gostei e não foi pouco, mas isso é o perigo do sexo sem compromisso Juliette.

- Vai embora! - ela disse espalmando a mão no peito dele.

- Eu vou e não se preocupe, o quê aconteceu aqui fica aqui. - ele deu um beijo na palma da mão de Juliette e por fim falou: cuide-se. Fique de repouso se sentir dor e tome uma pílula amanhã.

- Se você falar disso a alguém é um homem morto.

- Não vou falar, mas também não tenho medo das suas ameaças, então não se dê ao trabalho.

Rodolffo ia se levantar da cama quando Juliette segurou seu braço.

- Dorme comigo. Isso é uma ordem.

- Não me dê ordens por que não estamos em situação para isso. Me peça carinho que eu te dou.

Se beijaram e ele a colocou numa conchinha, cobertos com uma manta fofinha. Nesse momento Rodolffo percebeu que Juliette tinha uma vulnerabilidade não evidente, mas nunca teria coragem de usar isso contra ela.

...

O baile ainda tocava quando Rodolffo acordou Juliette.

- Eu tenho que ir. Se não, vamos ser vistos. - ele disse beijando seu ombro.

- Dormi tão pesado.

- Que bom. Então eu já vou.

Ambos se recomporam e Rodolffo havia decidido que não ia se despedir dela com contato físico, mas ela tomou a iniciativa e o abraçou.

- Eu nunca vou esquecer dessa noite.

- Quer que eu te traga a pílula mais tarde?

- Compre e tenha com você. Eu te acho.

- Eu te espero. Tchau.

- Tchau.

Quando Rodolffo deu dois passos para a saída, virou-se e Juliette estava com o rosto vermelho, quase chorando.

- Droga! Você quer mesmo acabar comigo?

Voltou até ela e lhe deu um beijo intenso.

- Escute. É carência. Vai passar para você e para mim.

A passos rápidos saiu dali antes que faltasse a coragem, mas antes que fechasse a porta, Cobra lhe apareceu com um punhal.

- Não tô acreditando... Ela deu pra você? Hein vacilão? Fala pra mim.

- Tá doido? A gente tava em reunião. São muitos planos. Eu não sou doido de tentar nada com ela.

- Isso é verdade. A Chefe é durona e eu sei que ela não é qualquer uma...

- Claro que não. Respeita a chefe.

Rodolffo conseguiu sair dali e ainda esbarrou com seu colega. O Gago tinha muitas perguntas.

- O quê ela queria?

- Um plano muito bem articulado. É uma coisa importante e envolve muito dinheiro.

- Rapaz todo mundo achou que cê tava pegando.

- Tá doido. Estou ficando velho, sem juízo não.

Rodolffo finalmente conseguiu ficar só, caminhou e logo estava de frente da sua moradia. Entrou na sua kitnet e imediatamente foi tomar um banho. Sua cabeça não parava um minuto.

- Por que isso agora? Eu tava indo tão bem.

Naquele dia ficou mais em casa, enquanto o vidigal comentava sobre ele e a chefe, mas o ideal era deixar morrer a fofoca.

Passava de meia noite quando finalmente cochilava, mas foi desperto pelo cabelo de Juliette que propositalmente era passado no seu rosto.

- Você veio... Finalmente.

- Eu vim dormir com você. - ela disse já tirando o blusão.

- Não! Não vai ficar. - ele falou firme com ela.

...

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