Vicente mexeu em Rodolffo e ele despertou gemendo.
- Calma cara... Eu vou te ajudar...
- A Ju... Ju...
- Primeiro você precisa se cuidar.
- Levaram elas... - Rodolffo disse com a voz fraca e com lágrimas nos olhos.
- Desgraçados de merda! - Vicente disse com raiva e conseguiu movimentar Rodolffo.
Depois pegou o celular e começou alguns telefonemas. Rodolffo ouviu coisas soltas. "Preciso de uma ambulância." "Minha cliente foi sequestrada pelo bandido do pai, exijo buscas imediatas."
Logo chegou uma equipe de saúde e levou Rodolffo junto com Vicente ao hospital.
...
Enquanto isso, numa estrada deserta, Juliette que estava amarrada e amordaçada ouvia os maiores despautérios de cobra.
- Hum... Então é verdade o bagulho da gravidez. Tu já tá redonda... - ele tentou tocar na barriga de Juliette.
Ela gemia e chorava.
- Por que não eu cara? Esse guri podia bem ser meu. Ah... mulher ingrata! Sempre fui tudo que pediu e me faz isso.
O carro freou bruscamente.
- Mas agora nós poderemos quem sabe recomeçar. O fumaça vai te levar daqui e a gente pode se acertar. Não vou ficar bolado por esse bebê, eu me amarro em crianças.
Juliette fazia preces mentais e pedia proteção divina para sua bebê. Sua maior preocupação era realmente não colocar a vida da filha em risco.
Desceu do carro aos empurrões de cobra e logo viu sua mãe, como também sua sobrinha. Cobra a liberou das amarras e ela correu ao encontro delas. As três se abraçaram emocionadamente.
- Ôh filha. Já está tão grande a sua barriga.
- É uma menininha mãe. Eu vou ter uma menina fruto do meu amor pelo Rodolffo.
Elas choravam e logo foram chamadas a atenção.
- Viva! Viva! Minha família vive e eu também.
A mãe de Juliette se pôs na frente dela e também escondeu sua neta.
- Mate-me se quiser homem terrível, mas não ouse tocar na minha filha e nem na minha neta.
Fumaça sorriu.
- Homem terrível? Hum... Quando ainda vivíamos sobre o mesmo teto não era isso que você me dizia quando a gente fodia.
- Não diga isso frente a sua filha e a sua neta.
- A sua filha tão estimada não é nenhuma inocente. Olhe o tamanho da barriga dela. Acha que essa criança foi feita com o dedo?
Juliette se pôs frente ao pai.
- Não foi pai... Foi feita com amor por mim e pelo o homem que eu amo. O senhor não tem o direito de fazer o quê está fazendo.
- E aquele desgraçado tem o direito de entrar na minha casa e bagunçar tudo que eu construi com muito esforço? Ah não Juliette... Ele não tem. Por mim ele pode morrer, mas acho que ainda não é suficiente para me vingar daquele infeliz.
- Deixe o Rodolffo em paz.
- Você também vai deixá-lo. Todos nós vamos viajar para longe.
- Como?
- A Columbia é o nosso destino.
Todas ficaram alarmadas.
- Daqui a três horas, um avião nos buscará e a nossa família voltará a ser uma unidade de novo.
Juliette abraçou a mãe e ela lhe disse baixinho:
- Não se agite tanto. Lembre da sua bebê. Precisa ser forte por ela.
Com as mãos sobre a barriga, Juliette disse:
- Mamãe está triste agora, mas tudo vai ficar bem e eu espero que o seu papai também esteja bem.
...
No hospital.
- Qual é o diagnóstico dele? - Vicente perguntou ao médico que cuidava de Rodolffo.
- Ele está estável e não corre risco de vida, porém achei melhor usar uma sedação. Ele fraturou três costelas e também dois dedos da mão direita. Seu amigo estava gemendo e chorando chamando pela mulher e a filha.
Vicente levou as mãos até o cabelo.
- A mulher dele foi sequestrada e ela está grávida. Que situação meu Deus. Eu gostaria de vê-lo.
- Ele está adormecido.
- Mesmo assim, eu preciso estar junto dele.
O médico liberou a entrada de Vicente e ele segurou na mão saudável de Rodolffo que tinha os olhos cerrados.
- Meu irmão... Eu vou buscar as suas meninas. Te juro! A polícia está na cola do Fumaça. Aquele desgraçado. Estou indo com o delegado responsável para o local que provavelmente a Juliette esteja. Fica bem enquanto a gente volta. - Vicente estava emocionado. - Você já fez tanto por mim lá atrás, hoje eu faço por ti e pela sua família. Irmão... Você não tem o mesmo sangue que eu, mas te amo como a um pai e ao um irmão.
Vicente logo deixou Rodolffo e foi se juntar a equipe policial. Nunca em toda a vida tinha participado de nenhuma operação, mas dessa vez deixaria o medo para trás.
Chegando lá lhe foi informado todos os riscos.
- Estou plenamente consciente e eu preciso fazer isso pelo meu irmão.
- Então vamos. - disse o sargento Gomes. - Hoje vamos pegar aquele desgraçado de jeito e temos ordens para no caso de resistência investir fogo.
- Há uma mulher grávida no meio disso tudo. Não esqueça por favor.
- Ela está mesmo com o Ribeiro?
- Sim. Eles são um casal e ela espera uma bebê dele.
- Ribeiro é um grande militar e também um homem honrado. Essa filha do Fumaça deve ser do bem de alguma forma por que se não fosse com certeza eles não estariam juntos.
- Ela é uma vítima de um pai manipulador e cruel.
A operação já acontecia e Gomes junto de dois homens e Vicente eram os últimos a sair para o local.
...
VOCÊ ESTÁ LENDO
Na mira da paixão: impossível escapar
Fiksi PenggemarDois mundos. Um homem e uma mulher envolvidos em um plano onde o único objetivo é prender bandidos perigosos. Um policial renomado e uma filha do tráfico, o quê pode acontecer?