Na mira da paixão: impossível escapar

XXXVII

Juliette, a mãe e a sobrinha estavam abrigadas num barracão. Era um lugar quente, mas ao menos elas estavam sozinhas.

- Titia... Aqui tem um bebê? - Sophia disse alisando a barriga de Juliette.

- Tem amorzinho...

- É do titio Dolfinho também?

- Sim princesa. De nós dois. É uma priminha para você brincar.

Dulce também tocou a barriga de Juliette e disse:

- Você está tão bonita gerando essa criança. Já escolheram o nome filha?

- Bianca. Foi escolha do pai e eu amei. - ela colocou a cabeça sobre o ombro da mãe e chorou. - Nós tivemos  afastados por um tempo e tínhamos acabado de nos acertar de novo.

- Por que se afastaram?

- A mãe dele me odeia e não é um ódio que eu criei nela. Parece que eu sou um demônio quando. É muito difícil a nossa convivência e por causa dela a gente se afastou.

- É por causa da sua origem?

- Sim. Ela disse que eu sou uma criminosa e não sou digna do filho dela.

- Foi por esse motivo que toda a minha família se afastou de mim. Seus avós não me querem perto e eu sei que eles não estão errados. Enquanto seu pai viver nunca teremos paz Juliette.

- Mas eu não vou desistir do Rodolffo por que ele é policial e eu sou filha de um traficante. Ele apanhou muito e não tenho ideia de como ele está agora... Mas eu o amo tanto que nada vai conseguir destruir isso em mim.

- Vocês vão ter um final diferente. É só isso que eu peço a Deus.

Sophia e Juliette ficaram envolvidas no abraço de Dulce, mas a pequena não tirava a mão da barriga de Juliette.

Sophia estava encantada com a possibilidade de ter uma prima. A doce inocência infantil não lhe deixava ter aflição em um momento tão difícil.

...

Enquanto isso na propriedade dos pais de Rodolffo.

- Mãe... De onde a senhora tirou a ideia de dá o endereço do Rodolffo para aquela falsa?

- Seu irmão ainda ama aquela mulher.  Ela foi a primeira namorada dele e juntos descobriram tantas coisas Isabela.

- Isso tem muito tempo. O mano já seguiu a vida e ela faz parte do passado mãe.

- Não vê a diferença dela para a mulher que seu irmão está hoje?

- Não mãe. Eu sinto muito, mas prefiro a Juliette mil vezes.

- Não fale bobagens. Aquela moleca mal criada não tem nada a ver com o meu filho. Rodolffo é maravilhoso e ela é tosca e ignorante.

- A senhora realmente disse que o meu irmão ainda era solteiro?

- E ele é. Nunca casou-se então continua solteiro.

- Ele mora com a Juliette e ela está grávida de uma menina.

- Isabela é evidente que não é dele. Eu conheço esse truque.

- É mãe... De truques e trapaças parece que a senhora entende bem.

- Isabela nunca mais diga isso. Me respeita.

- E por que a senhora não respeita o meu irmão? - Isabela ficou olhando a mãe. - Estou cansada mãe. As vezes tenho vontade de ir embora daqui. Me sinto sozinha. Meus amigos só vem uma vez por ano. Não tenho perspectivas de um mal casamento, muito menos de um bom. Nunca nem se quer tive um namorado por que aqui não há ninguém. Não sou uma romântica como o meu irmão, mas eu desejo ter as minhas coisas e assim como ele, quero construir a minha família e criar os meus filhos. Fui abandonada pela minha mãe, mas não pretendo repetir o exemplo.

- Espero que ao menos consiga fazer uma escolha diferente do seu irmão. E que não me apresente uma mulher como namorada.

- Mãe? É isso mesmo que pensa de mim? - disse desiludida.

Isabela saiu porta a fora e deixou a mãe a chamando.

...