- Isabela... - ele viu ela fechar a porta cautelosamente e logo foi caminhando na sua direção.
Frente um ao outro eles se olharam e de seguida Vicente sorriu e Isabela baixou o olhar.
- Não faça assim. Vou pensar que não sou bem-vindo.
Isabela o olhou novamente e dessa vez o olhar não desviou do de Vicente.
- Esses seus olhos são tão lindos. Você é tão especial Isabela.
Com movimentos lentos, Vicente segurou uma das mãos de Isabela e com a outra ele fez um carinho na sua bochecha.
- Vicente... - Isabela disse baixo.
- Diga... Pode falar o quê quiser.
- Obrigada por ter vindo.
- Tinha dúvidas que eu viria? Por mim já tinha vindo antes, mas julguei que ainda não era o momento.
- Eu preciso voltar para o quarto, a minha mãe pode acordar.
Vicente se aproximou mais de Isabela e lhe deu um beijo na testa.
- Eu estou sonhando com você... E nem preciso dormir para isso.
Isabela foi fechando os olhos e a respiração ficou lenta. Ele sabia exatamente o quê deveria ser feito, mas também estava temeroso. Então ele não ousou lhe beijar na boca, mas lhe beijou na bochecha.
- É melhor que volte antes que sua mãe desperte e insinue coisas que não aconteceram. Amanhã podemos conversar mais um pouco.
- Sim. - Isabela disse num sorriso e saiu em seguida.
Vicente ficou imaginando tantas coisas. Como seria o beijo. A emoção que sentiria. A maciez dos lábios. E o gosto do primeiro beijo com sentimentos tão fortes envolvidos.
- Vamos com calma... Sempre é no tempo dela e nunca no meu. Eu tenho que merecer esse beijo primeiro. - assim ele disse e tentou dormir.
...
No dia seguinte.
Rio de Janeiro. Apartamento de Rodolffo e Juliette.
- O pai disse que o Vicente chegava ontem lá no sítio.
- Rodolffo não estamos falando de crianças.
- Não. Mas o Vicente é um homem vivido e a minha irmã não.
- E o quê isso tem a ver? Eu também não era uma mulher vivida e nem por isso você deixou de ficar comigo.
- Não é isso que eu estou falando Juliette. O Vicente pode deixar a Isabela. Sei lá o quê passa na cabeça daquele maluco.
- Você não confia nele?
- Não se trata de confiança...
- É sobre confiança sim. Você acha que ele não tem caráter.
Rodolffo então confessou a história dolorida que tinha com Vicente e ela só ouviu.
- Ele pode voltar a ser o quê foi um dia. Não acho que ele use drogas ou se envolva com coisas erradas hoje, mas e amanhã?
- Amanhã ele pode estar casado com a sua irmã. Eu achei bonito que no meio do nosso perrengue ele lembrou que vocês poderiam ser cunhados. Foi engraçado.
- É sério?
- É... "Olha no que me meti por tua causa Rodolffo. Ser teu cunhado será o mínimo que irá fazer por mim" - ele disse isso.
Rodolffo sorriu e Juliette também. Ela aproveitou e lhe deu um beijo.
- É uma pena que eu ainda não estou conseguindo fazer movimentos bruscos. Mas quando eu melhorar, vamos fazer um amorzinho gostoso.
Juliette sorriu.
- Não vejo a hora, mas espero que você fique bem meu amor.
- Eu te amo.
- Nós também te amamos.
Rodolffo estava com um braço imóvel, mas com a mão livre fez carinho na barriga de Juliette.
...
Enquanto isso na propriedade de Antônio.
O dia ali começa cedo e logo nas primeiras horas do dia Antônio convidou Vicente para algumas tarefas da lida no campo.
- Isabela por que esse homem está aqui?
- Ele é amigo do pai e do Rodolffo. - foi a sua resposta.
- Mas seu irmão não está aqui e certamente vai demorar muito a vir.
- Mãe... Vai implicar até com o Vicente?
- Eu não acho de bom tom que você e ele habitem a mesma casa pelo fim de semana inteiro.
- Mãe, não comece.
Madalena olhou para Isabela e lhe disse seriamente:
- Certamente está achando bonito o exemplo do seu irmão. Façam o quê quiserem... Mas lembra que no mundo não existem vários Antônios.
- Então não esqueça disso e valoriza o pai por que ele merece. Por amor a ti ele casou com uma mulher grávida de outro e só um grande homem faria isso. Procure outro Antônio e falhe tristemente mãe.
- Pois bem. Se você se entregar e ficar grávida como eu fiquei, saiba que não vamos ficar com dois pacotes.
- Eu tenho certeza que o meu pai nunca me abandonaria, mas a senhora cada dia me entristece mais. Preocupa não, se um dia eu ficar grávida vou cuidar do meu filho, com o pai dele ou sozinha, mas nunca vou abandonar um inocente que saiu de mim.
Isabela estava totalmente afetada com aquele diálogo e saiu de casa chorando. Antônio estava no viveiro e pode ver, Vicente também viu.
- Seu Antônio eu gostaria de...
- Vai... Pode ir.
Vicente foi atrás de Isabela, mas ela não estava com vontade de parar de correr. Eles estavam bastante distante de casa e ele já estava ofegante.
- O quê foi que aconteceu? Você correu tanto...
Isabela nada disse e ainda chorando foi de encontro aos braços de Vicente.
- Calma. Vai ficar tudo bem.
...
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Na mira da paixão: impossível escapar
FanfictionDois mundos. Um homem e uma mulher envolvidos em um plano onde o único objetivo é prender bandidos perigosos. Um policial renomado e uma filha do tráfico, o quê pode acontecer?